Bárbara Paz faz papel que Elizabeth Taylor usou para quebrar tabus

André Garolli e Bárbara Paz em "Gata em Telhado de Zinco Quente" - Foto: Divulgação

Augusto Zacchi e Bárbara Paz em “Gata em Telhado de Zinco Quente” – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Após 16 anos de espera, chegou a hora de Bárbara Paz realizar um antigo sonho: ser Maggie Pollitt, papel escrito pelo dramaturgo Tennessee Williams e consagrado nos cinemas por Elizabeth Taylor, na peça “Gata em Telhado de Zinco Quente”, que estreia nesta quinta (5), em São Paulo.

Na pele da mulher de um ex-jogador com segredos do passado, a atriz define o que seriam os eixos centrais da obra: “A morte, a bebida, o amor, as relações entre famílias”. O projeto foi embalado com o diretor Eduardo Tolentino de Araújo, do Grupo Tapa: “Quando o conheci, há 16 anos, ele me disse: quando você tiver a idade certa, faremos ‘Gata em Telhado de Zinco Quente’. Esse é um papel para você. E aqui estamos “.

Bárbara Paz elogia a atuação de Elizabeth Taylor. “O filme é belíssimo. O trabalho da Elizabeth é primoroso, seu auge como atriz. Mostrou outra face da beleza. Conseguiu com esse filme quebrar tabus”, diz a atriz ao UOL, lembrando que o longa de 1958 é uma adaptação da peça.

“Há uma grande diferença entre a cinematografia e o teatro. O teatro é da palavra. O cinema, da imagem. Vi também a peça filmada com Jessica Lange, Natalie Wood”, conta a atriz gaúcha, lembrando que de sua terra traz sua “essência e o chimarrão”.

Bárbara Paz em "Gata em Telhado de Zinco Quente" - Foto: Divulgação

Bárbara Paz em “Gata em Telhado de Zinco Quente” – Foto: Divulgação

Sobre sua Maggie, que também já foi vivida nos palcos por Vera Fischer, diz que foi construída “de uma forma realista” e elogia a condução do diretor. Aliás, sua relação com Tolentino é baseada na confiança. Ela o conheceu ainda recém-chegada a São Paulo, vinda do interior do Rio Grande do Sul, em uma leitura da peça “Cacilda”, feita por José Celso Martinez Corrêa, numa madrugada no TBC, o Teatro Brasileiro de Comédia. Na época, Tolentino era um dos poucos na plateia e percebeu o talento da atriz. Ao fim, profetizou que ela teria uma grande carreira.

“Comecei a trabalhar com Eduardo na peça ‘Importância de Ser Fiel’, do Oscar Wilde, em 2002. Ele sempre me alimentou com bons textos, sempre mergulhado no melhor dos textos clássicos que o teatro proporciona”, afirma. E é neste panteão que coloca Williams: “Seu tempo é sempre o tempo de hoje. Ele toca fundo no cárcere do ser humano”, declara a atriz, que na peça tem como colegas de elenco André Garolli, Augusto Zacchi, Fernanda Viacava, Noemi Marinho e Zécarlos Machado, além de vestir figurino de Gloria Kalil.

Nos cinemas, Bárbara pode ser vista em uma tocante cena do filme “Meu Amigo Hindu”, do seu companheiro, o cineasta argentino Hector Babenco, no qual dança nua “Singing in the Rain”: “O filme é mais que um filme, é um testemunho! Minha personagem é uma mensagem de vida. Continuar a dançar, apesar do sapato pedir para parar”, define.

“Gata em Telhado de Zinco Quente”
Quando:
Quarta a sábado, 20h, domingo, 19h. 120 min. De 5/5/2016 a 26/6/2016
Onde:
CCBB-SP – Rua Álvares Penteado, 112, Sé, São Paulo, tel. 11 3113-3651
Quanto:
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Classificação etária:
14 anos

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