“Que bom que houve essa abertura”, diz Wagner Schwartz no Festival de Curitiba

Público interage com Wagner Schwartz em cena de La Bête (O Bicho) no 25º Festival de Teatro de Curitiba: espetáculo aporta em São Paulo em 15 e 16 de abril no Sesc Belenzinho – Foto: Humberto Araujo/Clix
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Enviado especial a Curitiba*
Fotos HUMBERTO ARAUJO e
ANNELIZE TOZETTO/Clix
O 25º Festival de Teatro de Curitiba, que terminou no último domingo (3) com público de 180 mil pessoas, ficou marcado pela diversidade presente nos palcos e por uma presença mais forte de trabalhos experimentais, foras dos cânones tradicionais do teatro.
Um dos espetáculos que integraram esta visão de curadoria, pelos novos curadores Marcio Abreu e Guilherme Werber, foi La Bête (O Bicho), celebrada montagem da dança com Wagner Schwartz.
Dono dos olhos mais bonitos do Festival, ele comemora o diálogo presente em Curitiba em 2016. “Que bom que houve essa abertura. Agregar pode ser interessante também”, diz ele, que aproveitou o evento para ver Batucada, de Marcelo Evelin, e O Confete da Índia, de André Masseno, ambos também na Mostra Oficial.
Vivendo entre Paris e São Paulo, Schwartz ainda comentou a polêmica sobre a não premiação na área de Dança no último Prêmio APCA.
Seu trabalho La Bête chegou a ser indicado para ser o único premiado por uma das juradas, mas não houve consenso na comissão de Dança da entidade, que terminou sem premiar a categoria por não haver o mínimo de três votantes na área.
O presidente da APCA, José Henrique Fabre Rolim, lamentou o ocorrido e afirmou que espera que a Dança volte a ser premiada na próxima edição.
“Eu ainda estou sem saber como me pronunciar sobre isso. Acho triste não ter [o Prêmio APCA para a dança]. Acho uma pena. Acho que um lado queria questionar, mas me pareceu que houve uma confusão que não teve tempo de ser resolvida”, declara Schwartz.
Ele reforça a importância do APCA que ganhou quando fez o espetáculo Piranha. “É um instante da sua vida de reconhecimento muito importante. Espero que continue existente o APCA para a Dança”.

No espetáculo, Wagner Schwartz manipula réplica de escultura de Lygia Clark da série Os Bichos, de 1960 – Foto: Humberto Araujo/Clix
Sobre sua obra apresentada em Curitiba e que aporta em São Paulo neste mês, diz que o dispositivo “é muito simples”.
“Não está nada pronto, a responsabilidade é de quem está lá, comigo”.
Questionado como convidaria uma dona de casa a ver sua obra, ele responde: “Preciso que a dona de casa venha me ver, ela precisa trabalhar comigo também. Quando estou criando eu penso muito no público. Meu trabalho é feito de pessoas. Às vezes, é preciso que o outro invista seu próprio tempo, seu conhecimento, que trabalhe junto comigo. O público é convidado a participar”.
No espetáculo, Schwartz manipula réplica de escultura de Lygia Clark da série Os Bichos, de 1960, e convida o público a participar da construção de imagens utilizando o próprio corpo.
La Bête faz apresentações em São Paulo nos dias 15 e 16 de abril, sexta e sábado, 21h30, no Sesc Belenzinho, com entrada a R$ 20.

Após sucesso no Festival de Curitiba, Wagner Schwartz apresenta La Bête no Sesc Belenzinho nos dias 15 e 16 de abril, às 21h30 – Foto: Humberto Araujo/Clix

Wagner Schwartz em cena de La Bête no 25º Festival de Teatro de Curitiba: espetáculo aporta em São Paulo em 15 e 16 de abril no Sesc Belenzinho – Foto: Humberto Araujo/Clix
*O jornalista MIGUEL ARCANJO PRADO viajou a convite do Festival de Curitiba.
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