Coletivo Negro se inspira em Eduardo Coutinho e Itamar Assumpção para criar peça {ENTRE}

 

O ator Jefferson Matias, do grupo paulista Coletivo Negro, em cena da peça {ENTRE} – Foto: Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

O Coletivo Negro é um dos grupos mais aguerridos da cidade de São Paulo. Após a elogiada Movimento Nº1 – O Silêncio de Depois, a companhia encena sua segunda montagem, fruto de um ano e meio de pesquisa inteligente apoiada pelo Fomento ao Teatro de São Paulo.

Trata-se da peça {ENTRE}, que integra o projeto Celebrização do Homem Comum, uma forma que eles encontraram de trazer poesia à vida cotidiana do homem subjugado.

A curta temporada no Galpão do Folias, aberta no emblemático 13 de maio, em Santa Cecília, região central de São Paulo, já chega ao fim: termina nesta quarta (23).

Mas há um alívio: de lá, o grupo segue para o Teatro Marins Penna, na Penha, zona leste paulistana.

No enredo de {ENTRE}, quatro personagens vivem em um conjunto habitacional na periferia, onde saúde, educação e cultura são palavras fora do cotidiano dos moradores.

Cada personagem possui um anseio. Há um filho que tenta encontrar identidade própria, uma jovem abandonada após a gravidez, um pai que tenta se reconciliar com a família e um médico que se vê diante de seu passado.

Serviram de inspiração para o espetáculo, apresentado pelo grupo como épico-musical, a obra do compositor paulista Itamar Assumpção e o documentário Edifício Master, do cineasta Eduardo Coutinho, assassinado no começo do ano pelo próprio filho.

E a turma do Coletivo Negro é articulada. Convidaram artistas da ocupação CasadaLapa para assinar figurino, por Silvana Marcondes, além de cenário e iluminação, ambos por Júlio Dojcsar.

O Coletivo Negro afirma que o projeto “é o resultado da querência em ressignificar a presença do negro, reconstruir seu imaginário e celebrar as conquistas políticas atuais”, citando como exemplo “as mães que alicerçam sozinhas seus lares e o número crescente de jovens que começam a entrar nas universidades”.

Raphael Garcia é o responsável pela direção da peça com dramaturgia de Jé Oliveira e que contou com os atores-criadores Flávio Rodrigues, Jé Oliveira, Jefferson Matias e Thaís Dias. Aysha Nascimento fez assistência de direção.

O grupo ainda contou com a colaboração vinda de Belo Horizonte: da diretora mineira Grace Passô, que fez uma “provocação dramatúrgica”.

Executam a trilha sonora ao vivo Cássio Martins e Fernando Alabê, que assina a direção musical, com assistência de Gabriel Longhitano. Gente boa reunida.

Integrantes do aguerrido grupo Coletivo Negro: eles fazem teatro inteligente – Foto: Divulgação

{ENTRE}, do Coletivo Negro

Primeira temporada
Quando: Terça a sexta, 21h. 90min. Até 23/5/2014
Onde: Galpão do Folias (rua Ana Cintra, 213, metrô Santa Cecília, São Paulo, tel. 0/xx/11 3361-2223)
Quanto: grátis (distribuído uma hora antes)
Classificação etária: 14 anos

Segunda temporada
Quando: Sábado, 20h, domingo, 19h. Até 22/6/2014
Onde: Teatro Martins Pena, Centro Cultural Penha (largo do Rosário, 20, metrô Penha, São Paulo, tel. 0/xx/11 2295-0401 e 11-95415-3515)
Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)

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1 Resultado

  1. Phillipe disse:

    Para a primeira temporada, só não vai quem não quiser, pois existe a possibilidade de assistir a peça de forma gratuita.

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