Leonardo Brício volta ao Festival de Curitiba após 21 anos com peça sobre os porões da ditadura
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Enviado especial do R7 a Curitiba*
Foto DANIEL SORRENTINO/Clix
O ator Leonardo Brício comemora estar outra vez no Festival de Teatro de Curitiba 2014. O evento, que está em sua 23ª edição, marcou sua história.
Ele esteve na segunda edição do Festival, há 21 anos, quando fez Romeu e Julieta, de William Shakespeare, dirigido por Moacyr Gooes, em 1993. Agora, faz a peça Nem Mesmo Todo o Oceano, da Cia. OmondÉ, no Teatro Guairinha.
O artista vibra com o retorno à capital paranaense.
– Fiquei muito feliz quando me falaram que viríamos ao Festival de Curitiba. É um orgulho estar aqui, já que é o maior do Brasil e o que dura há mais tempo.
O ator revela que já reencontrou amigos antigos no restaurante do festival. E que gosta do clima onde se respira arte.
– Depois, vamos para Belo Horizonte. E ainda vamos viajar muito pelo Brasil com a peça.
Leonardo Brício faz parte do elenco da Record e em breve deve voltar à TV. Ele foi protagonista de Rei Davi.
Mudanças
Sobre o que mudou nele nestes 20 anos, ele reflete um pouco e responde.
– Acho que hoje sou mais seguro das conquistas que já consegui na profissão. Antes, era só um sonhador. É difícil sobreviver como ator no Brasil. Acho que estou mais maduro e consciente de minha profissão hoje em dia.
Nem Mesmo Todo o Oceano, texto original do mineiro Alcione Araújo, foi adaptado e dirigido por Inez Viana, e tem a ditadura militar brasileira de pano de fundo para contar a história de um médico que trabalhou nos porões da tortura.

Com Leonardo Brício e Inez Viana (à frente, ao centro), equipe da peça Nem Mesmo Todo o Oceano posa no Memorial de Curitiba – Foto: Daniel Sorrentino/Clix
Ameaças
A diretora conta que a montagem da obra aconteceu durante o processo de protestos que marcaram o Rio em 2013. E que ficou impressionada de como as coisas no País estavam ficando iguais ao enredo da obra.
– As pessoas estavam sendo ameaçadas, gente estava desaparecendo, como o Amarildo. Um aluno meu, que estava no protesto em frente à casa do governador, recebeu ameaça de morte. E a mãe dele também. Eu cheguei a pegar um táxi e ouvir o motorista defender que a ditadura militar deveria voltar. Um absurdo! Vivemos uma grande insatisfação. Copa para quê? O Rio de Janeiro está um caos.
Leonardo Brício concorda e diz que a peça, assim como a mídia ninja, mostra a realidade e não uma edição maquiada. Por isso, comove as pessoas.
– Uma amiga minha mais velha, que também é atriz e filha de militares, quase não conseguiu ficar até o fim da peça. Ela se emocionou muito. É importante relembrar, porque muita gente, infelizmente, ainda não tem noção de como foram as coisas na ditadura.
*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Teatro de Curitiba.
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Aaaamo o Leonardo Bricio, gostaria muito de ve-lo atuando em teatro,mas ele nunca vem para Sao Paulo, e infelizmente nao tenho condicoes de ir para outra cidade.
Quero muito ve-lo na TV.
Meu sonho é conhece-lo pessoalmente, o que devo fazer,me ajudem….
bjs.
Rose