Crítica: Cena de vômito é o grande destaque em peça de globais Deus da Carnificina

Julia Lemmertz, Paulo Betti, Deborah Evelyn e Orã Figueiredo: cópias de atuações na TV – Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

É difícil um espetáculo sobreviver muito tempo sem que os atores demonstrem cansaço e entrem num automatismo evidente. Este, infelizmente, é o caso de Deus da Carnificina – Uma Comédia Sem Juízo.

Rostos conhecidos da TV e chamarizes de público, Deborah Evelyn, Orã Figueiredo, Paulo Betti e Julia Lemmertz interpretam dois casais que se encontram após o filho de um ter espancado o do outro.

A premissa do texto da francesa Yazmina Reza — que virou filme em 2012 —, com tradução de Eloisa Ribeiro, é que uma conversa que começa civilizada pode descambar para a violência que todo homem guarda dentro de si, numa visão irônica das convenções sociais do mundo ocidental.

O ponto de partida é interessante, mas o problema é que a montagem brasileira não sustenta a discussão e caminha para o riso fácil.

A cenografia de Flavio Graff é composta por uma grande mesa rodeada por pilhas de livros, que remetem apropriadamente ao peso do conhecimento no processo civilizatório ocidental.

A iluminação de Renato Machado é correta, assim como os figurinos naturalistas de Marília Carneiro, a grande criadora de roupas das novelas que ganham as ruas.

Todo este time está sob o comando do diretor Emílio de Mello. Na encenação naturalista, o texto fica pobre com a forma automática com a qual é interpretado pelos atores.

Deborah Evelyn faz a mesma dondoca chata e histérica que costumamos ver nas novelas. Paulo Betti, por sua vez, parece tão superficial em sua interpretação quanto seu personagem, um advogado inescrupuloso.

Além de dizer o texto em tom monocórdico, Orã Figueiredo usa os mesmos maneirismos de seu personagem na série Entre Tapas & Beijos para provocar riso fácil da plateia. Julia Lemmertz até que se esforça, mas a personagem, além de sem sal, vomita duas vezes em cena.

A escatologia reforçada como despertador do riso é parte fundamental da proposta da encenação. A cena que arranca aplausos é quando o personagem de Orã Figueiredo limpa a mão suja de vômito na água do vaso de flores no centro da mesa.

Sem mais.

Deus da Carnificina – Uma Comédia sem Juízo
Avaliação: Fraco
Quando: Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 18h. 90 min. Até 5/5/2013
Onde: Teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, São Paulo, tel. 0/xx/11 3288-0136)
Quanto: R$ 40
Classificação etária: 14 anos

Espetáculo Deus da Carnificina está em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso – Divulgação

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1 Resultado

  1. Felipe disse:

    Sinceramente? Mais do mesmo.

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