Livro com história arquitetônica do Sesc Pompeia explica por que seu teatro tem cadeiras duras

 

A arquiteta Lina Bo Bardi, em imagen do livro: ela nasceu em Roma, mas quis virar brasileira

Por Miguel Arcanjo Prado

Um dos mais importantes templos da vida e da cultura paulistana – e brasileira –, o Sesc Pompeia ganha livro para contar o porquê de sua arquitetura ímpar, que mistura o antigo, o concreto e o vermelho, em uma integração constante de gente.

Livro desvenda ideias por tras do prédio do Sesc Pompeia

Na obra Cidadela da Liberdade, com curadoria dos arquitetos André Vainer e Marcelo Ferraz, o trabalho da arquiteta italiana naturalizada brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) na criação do espaço é desvendado.

O livro traz todos os detalhes do processo que levantou o complexo artístico e esportivo no coração do bairro Pompeia, na zona oeste paulistana, no lugar de uma antiga fábrica que já produziu tambores, embalagens e até geladeiras a querosene.

Cadeiras duras no teatro

No livro luxuoso das Edições Sesc, repleto de belas imagens e croquis, é possível, por exemplo, descobrir por que as cadeiras do Teatro do Sesc Pompeia são duras e desconfortáveis ou qual artista fez o show de inauguração do complexo esportivo em 1986.

A obra ainda traz cartazes de espetáculos apresentados no Sesc Pompeia em um precioso panorama da cultura brasileira nestas últimas três décadas.

E revela uma São Paulo perdida nas fotos antigas da fábrica construída em 1938 e que hoje abriga o espaço que é oásis de luz, convivência e cultura em meio a uma dura cidade cinza.

Para quem ficou curiosíssimo do porquê de as cadeiras do teatro serem duras daquele jeito, eis a explicação da própria Lina Bo Bardi, no livro:

– Os teatros greco-romanos não tinham estofados, eram de pedra, ao ar livre e os espectadores tomavam chuva, como hoje nos degraus dos estádios de futebol, que também não têm estofados. Os estofados aparecem nos teatros áulicos das cortes, no Setecentos, e continuam até hoje no conforto da sociedade de consumo. A cadeirinha de madeira do Teatro da Pompeia é apenas uma tentativa de devolver ao teatro seu atributo de “distanciar e envolver” e não apenas sentar-se.

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Croqui do Teatro do Sesc Pompeia por Lina Bo Bardi: ela esnobou o conforto da sociedade do consumo

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