Isabel Teixeira se despede de Maria Bruaca, sucesso de Pantanal: ‘Fim de um cliclo’

Isabel Teixeira como Maria Bruaca, personagem de sucesso de Pantanal – Foto: João Miguel Jr./Divulgação – Blog do Arcanjo

Atriz fala sobre personagem que encantou o Brasil

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A novela Pantanal chega ao fim nesta semana. Um dos grandes sucessos foi a personagem Maria Bruaca, vivida pela atriz Isabel Teixeira e que conquistou o público.

Em conversa com o Blog do Arcanjo, feita em parceria com a Comunicação Globo, a atriz rememorou o começo dos trabalhos.

“No início das gravações não sofri com a expectativa criada pelo público e pela imprensa. Eu levo tudo isso como um trabalho. Não sinto essa pressão porque eu me sinto como uma trabalhadora, uma funcionária que funciona para as artes, como diz meu pai”, revelou a filha do compositor Renato Teixeira, autor da música Romaria, sucesso na voz de Elis Regina.

A atriz falou sobre a pressão de vir do teatro e estrear em um grande papel na novela das 21h da Globo. “Então, a pressão pode existir, mas quando você veste a camisa, você vai trabalhar e vai continuar trabalhando se for um fracasso. E também se for um sucesso. Então, que o dia de trabalho seja bom. Que a relação que você tem com as pessoas seja boa. Eu acredito nisso desde sempre”, pontuou.

Fim das gravações

Ao terminar as gravações, Isabel contou qual sentimento pairava no ar. “Hoje, com o fim das gravações, o sentimento que está presente é de muito agradecimento por um aprendizado que não dá para valorizar, no sentido de colocar valor, porque foi um grande aprendizado num curto espaço de tempo”.

Ela afirmou ter evoluído muito nos últimos meses. “Parece que eu vivi 10 anos em um, no sentido de adquirir conhecimento e aprendizado na prática. E foi uma delícia mergulhar nisso”, definiu.

A intérprete também precisou lidar com o sucesso popular. “Uma revelação da importância do público na dramaturgia, porque eu acho que esse sucesso todo se faz por essa resposta. Eu comecei a novela acreditando muito nessa escrita coletiva e sempre falei que essa personagem foi criada pelo Benedito [Ruy Barbosa], com a mão da Ângela, agora do Bruno, do figurino, da caracterização, minha, com o elemento do público, que escreve junto a novela”, disse.

Isabel Teixeira, como Maria Bruaca, sucesso da novela Pantanal – Foto: João Miguel Jr./Divulgação – Blog do Arcanjo

Brasil em Pantanal

Para Isabel Teixeira, Pantanal refletiu o Brasil na tela da Globo. “Eu me senti participando do país, de uma certa maneira. Sempre pensando nessa grandiosidade continental do nosso país. E quando eu me dei conta de que muita gente estava assistindo, comecei a fazer a conta de quantas pessoas assistiram e quantas sessões de uma peça de teatro eu teria que fazer para alcançar esse público…”, observou.

“E aí fui me dando conta desse alcance e desse poder do público… É o público que manda, a gente trabalha para ele e ele responde. Em ‘Pantanal’ ele respondeu com esse novo instrumento, que são as redes sociais, que literalmente escreve junto”, analisou.

Despedida de Maria Bruaca

A atriz deixa Maria Bruaca com a sensação de missão cumprida. “Eu saio com isso e com amigos novos, para a vida, acho que foi muito quente, humanamente quente, todas essas relações. Isso vai fazer parte da minha vida para sempre”, confidenciou.

Questionada o que da novela ficará em sua trajetória, ela refletiu e respondeu: “O que de ‘Pantanal’ ficou em mim: o Pantanal mesmo, o local, essa natureza; a segunda natureza, que é o audiovisual e a teledramaturgia, com toda sua técnica; as pessoas, os atores, as atrizes e a equipe técnica; e ela, a Maria Bruaca. Eu já vivi muito isso, de você conviver com uma personagem muito tempo e de repente ela termina. É um fim de ciclo, um aprendizado você fazer isso”, pontuou.

Para a atriz, a personagem deixará sua marca. “Acho bonito a gente ter essas lições de partir. A MaryBru fica, mas eu sei que agora tem esse desapego, não tem choro nem vela. Eu tirei a roupa e acabou. Mas, ao contrário do teatro, não tem repetição. Vai fazer “puf” hoje, mas está registrado. E hoje tem uma plataforma que eu posso ver qualquer capítulo a qualquer hora. Então é um outro tipo de desapego”, concluiu.

Colaborou Carolina Fayad

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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