Homo Argentum, filme com sucesso e polêmica na Argentina, é exibido no Festival do Rio

Guilhermo Francella no filme Homo Argentum: sucesso e também polêmica © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Enviado especial ao Rio de Janeiro

Homo Argentum, filme argentino que fez muito sucesso e também causou polêmica em nosso país vizinho, estreia no Brasil em 20 de novembro nos cinemas. Antes, faz exibição no Festival do Rio neste fim de semana.

O filme será exibido no dia 10 de outubro, sexta-feira, às 19h30, no Cine Odeon. Outras duas sessões serão realizadas ao longo do festival, no sábado, 11/10, às 16h00, no Cinesystem Belas Artes 6, no domingo, 12/10, às 15h45, na Reserva Cultural Niterói 2 e na quarta-feira (15), às 16h30, no Estação NET Botafogo 1.

Produzido pela Pampa Films e distribuído pela The Walt Disney Company, o longa é estrelado por Guillermo Francella, um dos atores mais famosos na Argentina e integrante do elenco do filme ganhador do Oscar O Segredo dos Seus Olhos, e dirigido por Gastón Duprat Mariano Cohn.

Desde sua estreia em agosto, na Argentina, Homo Argentum foi assistido nos cinemas por mais de 1,7 milhão de espectadores, tornando-se o filme de maior bilheteria pós-pandemia na Argentina.

Polêmica no cinema

A polêmica em torno do filme Homo Argentum envolve principalmente a crítica política e ideológica, com acusações de que a obra serviria como propaganda para o governo de Javier Milei e de que Francella estaria desvalorizando a cultura nacional ao apoiar cortes de verbas estatais para o cinema nacional, já que a maioria dos filmes não consegue financiamento privado e bom retorno de bilheteria, como é o caso do filme dele — Javier Milei reduziu drasticamente o INCAA – Instituto Nacional de Cine e Artes Audiovisuales, órgão estatal que financiava o cinema argentino independente. Outra questão é a crítica, com opiniões divididas sobre o valor artístico do filme, sendo alguns o descrevendo como uma coleção de piadas ruins, enquanto outros elogiam a sátira e a interpretação de Francella, que é um ator excelente, diga-se de passagem. Há também quem critique que os diferentes tipos argentinos apresentados são na verdade um recorte do homem portenho, morador de Buenos Aires, e que não representa os argentinos de outras regiões do país, reforçando o estereótipo de que todos os argentinos seriam iguais aos portenhos. Seria o mesmo que reduzir os brasileiros aos cariocas, por exemplo.

Sátira aos argentinos

A produção remonta à era de ouro do cinema italiano e parte do seu sucesso está em retratar diferentes facetas da identidade do povo argentino, atravessando aspectos culturais e sociais. O resultado é uma produção satírica e irreverente, mas sem perder o bom humor.

Segundo a sinopse oficial, “o filme de 110 minutos é único por ser composto por 16 pequenas histórias, cada um com duração entre 1 e 12 minutos, todos estrelados por Guillermo Francella em papéis muito diferentes. Cada um é independente, mas a soma de todas cria uma reflexão cômica sobre o presente, com uma crítica social contundente.”

Além de Francella, o elenco conta ainda tem nomes como Eva de Dominici, Millo J, Miguel Granados, Clara Kovacic, Vanessa González, Juan Luppi, Gastón Sofriti, Dalma Maradona e Guillermo Arengo.  

“Homo Argentum” estreia em 20 de novembro exclusivamente nos cinemas do Brasil.

*Miguel Arcanjo Prado é jornalista e crítico oficialmente credenciado no Festival do Rio.
Acompanhe a cobertura do Blog do Arcanjo no Festival do Rio!

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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