Márcio Vito chega ao Sesc Pinheiros em SP com solo Claustrofobia após sucesso carioca

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Após temporadas aclamadas no Rio de Janeiro, o monólogo Claustrofobia faz sua estreia em São Paulo no Sesc Pinheiros, com apresentações de 5 de junho a 12 de julho. A peça, dirigida por Cesar Augusto e escrita por Rogério Corrêa, celebra os 35 anos de carreira do ator Márcio Vito, que entrega uma performance elogiada pela crítica carioca.
O espetáculo foi vencedor do Prêmio Shell 2025 de Melhor Cenário, assinado por Beli Araújo e Cesar Augusto, e concorre em três categorias no Prêmio APTR: Melhor Ator (Márcio Vito), Direção (Cesar Augusto) e Iluminação (Adriana Ortiz).
A peça mergulha na vida de um ascensorista, uma executiva e um porteiro que se cruzam em um prédio empresarial, expondo o isolamento da vida urbana com humor ácido.
O trio está comprimido entre o elevador e a portaria de um prédio de escritórios. Imigrante do interior do Brasil, Marcelino é tímido, introvertido e trabalha como ascensorista para mandar dinheiro para casa. Ele passa seus dias enclausurado, descendo e subindo, dentro de uma caixa metálica. Stella é uma executiva ambiciosa, uma espécie de coach de si mesma, que está começando em um novo emprego. O porteiro Webberson controla tudo da portaria, até mesmo a música que toca no elevador. Ele sonha em ser policial e ter em mãos uma arma que lhe traga poder.
“Esses três personagens se esbarram num mesmo contexto arquitetônico, que é um prédio típico de centro empresarial. Se nos aprofundarmos um pouco mais, as situações acontecem em torno do ascensorista, que está dentro do elevador. São representações de um sistema traduzido pela arquitetura de um prédio. A partir daí vamos entendendo as humanidades”, diz Cesar Augusto.
Idealizador do projeto, o autor Rogério Corrêa faz sua estreia no Rio de Janeiro como dramaturgo em espetáculo presencial. Radicado em Londres há 30 anos, já teve seus textos encenadas no formato on-line, em São Paulo e na Inglaterra. Afeito a temas políticos e polêmicos, ele teve a ideia de escrever Claustrofobia em 2009, durante uma temporada no Rio.
“Neste período no Brasil, percebi como ainda tem muito ascensorista trabalhando. Descobri que, para mim, aquele trabalho era uma metáfora da alienação do capitalismo, do trabalho contemporâneo”, diz Rogério.
As sessões ocorrem de quinta a sábado, às 20h, no Auditório do Sesc Pinheiros.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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