Músicas que Fiz em Seu Nome com Leila Garin estreia no Rio de Janeiro

Leila Garin protagoniza peça que fala sobre a importância das memórias © Caio Gallucci Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Colaborou Felipe Rocha

A comédia “Músicas que Fiz em Seu Nome”, protagonizada por Laila Garin, estreia no dia 11 de março de 2025 e faz quatro únicas apresentações, no Rio de Janeiro, no Teatro do Copacabana Palace, com direção de Gustavo Barchilon.

O texto tem autoria de Laila Garin em parceria com Tauã Delmiro, com consultoria de conteúdo e colaboração de roteiro da poeta, psicanalista e filósofa Viviane Mosé.

Com uma fusão única entre música e dramaturgia, o espetáculo promete emocionar e provocar, reafirmando o poder das memórias e dos sentimentos na construção de quem somos. O Blog do Arcanjo traz mais detalhes sobre essa peça.

A história gira em torno de Leide Milene, interpretada por Laila Garin. Ela está prestes a se casar e decide se submeter ao Miracle Former, um procedimento revolucionário que promete apagar lembranças dolorosas antes de seu casamento. Ela acredita que se tornará uma nova mulher, livre das angústias do passado.

‘Músicas que Fiz em Seu Nome’ foi criado a partir de uma fala de Viviane Mosé: “Na tentativa de não sofrer terminamos optando por não sentir. Plastificamos nossa pele. Embalsamamos nossos afetos. (…) Sentir muito e cada vez mais, aprender a lidar com os excessos, os desequilíbrios e as contradições é a condição para um ser mais amplo e para uma vida mais ética e sustentável”.

Comédia despudorada

Tendo esse ponto de partida, os autores construíram uma comédia despudorada, brincando com todos esses anseios e dúvidas do ser humano. A peça combina uma narrativa envolvente com músicas já conhecidas pelo público, conduzindo os espectadores por um intenso turbilhão de emoções. O espetáculo convida o público a uma imersão profunda nas memórias, na identidade e nos desafios impostos pelas expectativas sociais.

Em conversa com o Blog do Arcanjo, o diretor Gustavo Barchilon falou sobre a importância das memórias:“Nossas lembranças formam a base da nossa personalidade, influenciam nossas escolhas e determinam como nos relacionamos com o mundo. A memória nos conecta ao passado, permitindo que aprendamos com os erros, celebremos conquistas e criemos narrativas sobre nossa própria história”, afirma o diretor.

Laila acrescenta: “somos nossas memórias, para o bem e para o mal. Acho que nossa identidade está diretamente ligada a elas. Digo para o bem e para o mal porque lutamos para estarmos no presente e não termos reações automáticas, frutos de hábitos e aprendizados da primeira infância. Ao mesmo tempo, como diz Sotigui – griot que trabalhava com Peter Brook-, “para saber para onde ir a gente deve olhar para de onde viemos””.

Mais do que um espetáculo, ‘Músicas que fiz em seu nome’ é um convite à reflexão sobre os limites entre o bem e o mal, a dor e a alegria, a liberdade e o controle social. Em uma sociedade que busca anestesiar o sofrimento, acabamos também por silenciar nossas emoções mais genuínas. Na tentativa de não sentir a dor, nos tornamos cada vez mais distantes de nós mesmos – plásticos, embalados, autômatos.

“A gente não quer mais dar o tempo de sentir as coisas. Não tem mais espaço para as contradições. A gente quer se corrigir e atingir resultados. Como diz um amigo ator maravilhoso de São Paulo, e não só ele, mas a própria Viviane e muitos estudiosos: o capitalismo entrou até nas nossas relações afetivas e mais, até mesmo no nosso diálogo consigo mesmo”, pondera Laila.

Segunda parceria

Gustavo Barchilon e Laila Garin trabalharam juntos pela primeira vez em ‘Alguma Coisa Podre’ e celebraram a repetição da parceria.

Gustavo não esconde a alegria desse reencontro: “ela é uma comediante nata. Sua profundidade emocional e entrega trazem camadas mais ricas para a cena, tornando-a mais autêntica e envolvente. A chave para o riso está na sinceridade com que as situações são vividas pelos personagens, e a Laila domina essa arte com maestria. Seu forte controle da construção emocional e da escuta em cena permite que explore o humor de forma natural, sem cair na superficialidade ou na busca forçada pelo riso”.

Laila também exata a alegria de reeditar a parceria com o diretor. “Eu me encantei com ele no musical que fizemos. A minha sensação é de que ele ri de situações nas quais eu me desespero e isto me tira do meu lugar conhecido e confortável. Temos loucuras diferentes e eu amo a diversidade, nosso pai comum é o teatro. Acho nossa parceria nada óbvia, como minha parceria super recente com Tauã e com o Tony e ainda com a Viviane Mosé. Esta mistura não é nada óbvia! E isto me excita! Espero que o público se empolgue, pois é para ele que estamos trabalhando”, vibra a atriz.

‘Músicas que Fiz em Seu Nome’ tem uma ficha técnica de primeira: iluminação de Maneco Quinderé, design de som de André Breda, cenário de Natália Lana e figurino de Fábio Namatame, e com realização da Barho Produções.

Músicas que Fiz em Seu Nome

Serviço:

Onde: Teatro COPACABANA PALACE – Av. Nossa Sra. de Copacabana, 261 – Rio de Janeiro / RJ

Quando: 11/03, 12/03, 19/03 e 21/03, às 19h30min

Valores: Ingressos a partir de R$ 25,00 (meia entrada)
Plateia VIP: R$ 160,00 (inteira) / R$ 80,00 (meia)
Plateia: R$ 120,00 (inteira) / R$ 60,00 (meia)
Balcão (Preço Popular): R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia)
Compras via internet: www.sympla.com.br

Vendas na bilheteria do Teatro: 2 horas antes de cada sessão – Terças e Quartas.
Duração: 90 minutos

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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