★★★★★ Crítica: Auto da Compadecida carnavaliza Tiradentes em Cena com vitalidade poética do Grupo Maria Cutia

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial a Tiradentes, Minas Gerais*
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AUTO DA COMPADECIDA
Avaliação: Ótimo
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Numa acertada decisão da curadoria para a abertura do 11º Tiradentes em Cena, o público aplaudiu com intensidade ao espetáculo Auto da Compadecida com o Grupo Maria Cutia, de Belo Horizonte, na noite desta quinta, 2 de maio, na cidade histórica mineira.
O texto clássico de Ariano Suassuna, já adaptado com sucesso também para o cinema, é revisitado sob direção de Gabriel Villela, com um fino acabamento em direção de arte, assinando também cenário e figurinos, de cara barroca mineira, como é de seu feitio, com destaque para as pequenas carrancas coloridas à frente do palco.
Antes, de os atores subirem ao palco, o público foi abençoado pela tradição do congado mineiro, representada por devotos de Nossa Senhora do Rosário. Depois, Aline Garcia, diretora e idealizadora da mostra de artes cênicas discursou, lembrando o caráter “diverso e plural” da programação, além de agradecer os inúmeros apoiadores que tornam a 11ª edição a maior de todas do evento tiradentino.
Também discursaram representantes do Centro Cultural Yves Alves, do Sesc Minas Gerais e da Prefeitura de Tiradentes. Feitas as honras, foi a hora de o teatro aquecer o gigante Palco Instituto Cultural Vale, montado no largo da Rodoviária de Tiradentes com o Maria Cutia.
Os talentosos atores Leonardo Rocha, Hugo da Silva, Mariana Arruda, Dê Jota, Thiago Queiroz, Marcelo Veronez e Polyana Horta – que roubou a cena com um humor preciso, no qual mergulha sem redes, com seu mineirês acentuado – envolveram o público com a história cheia de reviravoltas no sertão e que é a cara do povo brasileiro. Os artistas demonstram vitalidade e domínio da cena.
As canções do espetáculo, sob direção musical de Babaya (também preparadora vocal), Fernando Muzzi e Hugo da Silva foram entoadas em uníssono pelo público presente, que gargalhou e refletiu com o espetáculo, repleto de tiradas políticas sagazes, demonstrando que o artista inteligente utiliza-se de metáforas para dar seu recado, sem abrir mão da poética teatral que chega aos corações, tal qual o ritmo contagiante de um bom bloco de Carnaval de rua.
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AUTO DA COMPADECIDA
Avaliação: Ótimo
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viaja a convite do Tiradentes em Cena.
+Tiradentes em Cena no Blog do Arcanjo!
Blog do Arcanjo mostra como foi abertura do 11º Tiradentes em Cena – Mostra de Artes Cênicas em Minas Gerais


















Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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