★★★★ Crítica: Norma tem Nívea Maria e Rainer Cadete em comovente embate em prol da liberdade de ser

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
★★★★
NORMA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Muitas vezes, para apenas ser, é preciso enfrentar antigas regras arraigadas no mais profundo âmago, mas que não fazem o menor sentido. Em relação ao amor e ao desejo, é assim para algumas pessoas. Para isso, elas precisam transpor a normatividade construída por séculos em nome da felicidade. Este é o forte recado que sentimos ao assistir ao comovente espetáculo Norma, em cartaz no Teatro Vivo, em São Paulo. Guilherme Piva dirige o drama com sensibilidade, construindo nuances distintas ao longo dos diferentes momentos da obra de Dora Castellar e Tônio Carvalho, sucesso há 22 anos e que volta aos palcos em nova roupagem. Dessa vez, estão em cena os atores Nívea Maria e Rainer Cadete, ambos talentosos e com evidente dedicação a seus personagens, construindo um comovente embate em prol da liberadade. Nívea vive a sisuda personagem-título, uma senhora arraigada em dores do passado mal resolvidas. Esta conhece o jovem Renato, defendido por Rainer, que traz frescor ao personagem, mas também desconforto à realidade tacanha de Norma. Diante das reviravoltas que o texto dá, os personagem expoem suas antagônicas visões de mundo e transformam-se. A cenografia clean de Ronald Teixeira, bem como a luz sutil de Maneco Quinderé, os figurinos sóbrios de Bia Salgado e o visagismo de Fernando Ocazione contribuem para que o foco fique nos atores, nesta cuidadosa produção de Joana Motta e Edgard Jordão. Norma se impõe como um texto clássico do teatro brasileiro neste século, reverberando duas décadas após sua estreia. Afinal, o encontro entre duas pessoas pode ser algo revolucionário. Sobretudo, quando estas estão dispostas a abrir a cabeça para novas ideias que tornam todos mais leves. E mais felizes.
★★★★
NORMA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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