★★★★ Crítica: Agora É Que São Elas estreia sob fortes aplausos e gargalhadas fartas no Festival de Curitiba

Agora É Que São Elas estreia sob fortes aplausos no 32º Festival de Curitiba: a atriz Priscila Castello Branco e o autor e diretor Fábio Porchat posam no camarim do Guairão © Daniel Sorrentino – Festival de Curitiba Blog do Arcanjo 2024

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Enviado especial ao Festival de Curitiba*

★★★★
AGORA É QUE SÃO ELAS
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

Foi uma noite para lavar a alma diante de um Guairão lotado e feliz. Assim foi a estreia mundial do espetáculo de comédia Agora É Que São Elas, escrito e dirigido por Fábio Porchat, no 32º Festival de Curitiba, na noite desta terça, 26 de março. Com as talentosas Júlia Rabello, Maria Clara Gueiros e Priscila Castello Branco, o espetáculo é calcado em crônicas bem humoradas para situações do cotidiano, mais precisamente nove esquetes, que vão sendo intercaladas pelas atrizes, em duplas finamente sintonizadas. A cenografia sofisticada de Mina Quental se une aos sutis figurinos de Gilda Midani para focar no que há de melhor nesta montagem: o saboroso texto e o jogo das atrizes. A dramaturgia afiada e inteligente de Porchat em muitos momentos lembra os bons textos de Chico Anysio. Ao sair do palco para os bastidores, na pele de escritor e diretor, Porchat demonstra sua já conhecida generosidade, lembrando outro gigante de sua profissão, Jô Soares, nome que o revelou na TV. Na sessão vista por este crítico, a plateia curitibana foi entrando aos poucos nas histórias, mas logo foi conquistada. Primeiro, com risos mais contidos, mas, na sequência, o público passou a externar sonoras gargalhadas que ecoaram no Teatro Guaíra lotado com 2.200 pessoas. Esta montagem tem um quê de emoção profunda: Porchat escreveu os textos ainda um jovem no começo da carreira, 20 anos atrás, que interpretou ao lado de Paulo Gustavo (1978-2021), que estudou teatro ao seu lado e de quem foi grande amigo. Ao falar dessa forte ausência, no momento dos agradecimentos, Porchat estava visivelmente emocionado. No agradecimento às atrizes, disse que Priscila Castello Branco, o “fez sorrir de novo”, emocionando a mesma. Ele ainda celebrou o reencontro com Júlia Rabello, sua parceira no Porta dos Fundos e que viu a montagem original com Porchat e Gustavo, e Maria Clara Gueiros, para quem Porchat escreveu no extinto Zorra Total, na Globo. A comédia ainda traz luz de Paulo César Medeiros e música original de Lúcio Mauro Filho, além de visagismo de Diego Nardes nesta produção da Pad Rock, dos sempre atentos produtores Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha. Com sessões esgotadas para esta quarta, 27, dia da última apresentação no Festival de Curitiba, o espetáculo segue para temporada no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro, a partir de 5 de abril, e depois em turnê nacional, com previsão de estreia em São Paulo para 2025. Ágil e inteligente, a comédia Agora É Que São Elas nos recorda que o teatro pode ser um jogo simples, despretensiosamente divertido e envolvente. É um espetáculo para se divertir enquanto observamos o ridículo que habita em todos nós.

★★★★
AGORA É QUE SÃO ELAS
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

*O jornalista e critico Miguel Arcanjo Prado viaja a convite do Festival de Curitiba.

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Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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1 Resultado

  1. Jose Carlos disse:

    Assisti à peça no dia 31/5 e, para mim, Maria Clara foi a melhor parte. No entanto, achei que a peça como um todo deixou a desejar, pois a narrativa foi um pouco fraca e a conotação sexual presente pareceu limitar a imaginação do autor. Além disso, havia crianças na sala, o que achei uma questão de respeito ao público.

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