★★★★ Crítica: Sylvia tem elenco afiado em comédia deliciosamente leve e profunda da Broadway

Equipe de Sylvia celebra sucesso da estreia no Teatro Porto e posa com exclusividade no camarim para o Blog do Arcanjo: elenco talentoso © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2023

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

★★★★
SYLVIA

Com a atriz Simone Zucato de protagonista ao lado de Cassio Scapin, Vera Zimmermann e Thiago Adorno, formando um dos elencos mais afiados do ano, Sylvia é uma comédia que poetiza e sublima a relação entre o homem e seu cachorro. Neste caso, uma cachorra cujo nome é o título da peça. A pet é adotada por um engenheiro de meia idade chamado Greg, que se encontra em um morno casamento afetado pela síndrome do ninho vazio. Ao levar a cachorrinha encontrada no Central Park para seu apartamento, ele cria involuntariamente uma disputa acirrada entre a cadelinha, intepretada de maneira humanizada por Simone, e sua mulher, vivida por Vera, conflito repleto de várias camadas de significados. Trata-se de uma típica comédia de classe média nova-iorquina, muito bem escrita por um sensível A.R. Gurney, que estreou seu texto no circuito off-Broadway em 1995, com Sarah Jessica Park (antes do arrasa-quarteirão Sex and The City) no papel-título.

Sarah Jessica Parker em Sylvia, Nova York, 1995 © Divulgação Blog do Arcanjo 2023

Depois, a peça rodou os Estados Unidos e chegou à Broadway só em 2015, com a elogiada Annaleigh Ashford como Sylvia e Matthew Broderick (astro do filme Curtindo a Vida Adoidado e marido de Sara Jessica Parker) como seu dono. Por aqui, a obra teve primeira montagem em 2002, com Louise Cardoso como a cachorra sob direção do saudoso Aderbal Freire-Filho. Em 2019, ganhou sua segunda montagem nacional, já com Simone Zucato no papel título e na produção — o que se repete nesta terceira encenação —, além de Cassio Scapin como o dono, a saudosa Françoise Fourton como a mulher e Rodrigo Fagundes nas personagens coadjuvantes. Nesta encenação, Zucato, que exerce protagonismo generoso com seus colegas, e um emotivamente seguro Scapin mantêm o afinado jogo entre pet e dono, acrescidos do talento dramático de Zimmermann, excelente como a mulher que se vê perdendo terreno para um animal dentro de sua própria casa, e o delicioso alívio cômico promovido pelo talentosíssimo Adorno, que vive três diferentes e hilários personagens, com os quais rouba a cena. O diretor Gustavo Wabner constrói uma encenação elegante e precisa — com iluminação sofisticada de Wagner Freire e trilha sonora nostálgica por Daniel Maia —, ora comovendo, ora divertindo o público, que se surpreende ao perceber que homens e animais estão mais próximos do que este mundo altamente tecnológico e veloz quer nos fazer crer. A peça ainda tem cenografia de Camila Schimtz, figurino de Marcelo Marques e visagismo de Anderson Bueno, além de preparo vocal de Edi Montecchi. De forma surpreendente, Sylvia é uma comédia deliciosamente leve e profunda.

★★★★
SYLVIA
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
20 de outubro a 10 de dezembro de 2023. Sexta e sábado, 20h, domingo, 17h. No Teatro Porto (al. Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos), em São Paulo.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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