CineOP abre 18ª edição com emoção em homenagem a Tony Tornado e celebração do audiovisual em Ouro Preto
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial a Ouro Preto*
Sediada na cidade que é Patrimônio Histórico da Humanidade, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto chega à 18a edição. A abertura oficial foi na fria noite desta quinta, 22 de junho, aquecida pela emoção da homenagem a Tony Tornado, ator e cantor de 93 anos que é uma verdadeira lenda da cultura brasileira. “Eu não sou acostumado com homenagens. Então, agradeço profundamente isso que estou vivendo. Agora faltam só sete anos para chegar aos 100”, falou Tony, ao receber o Troféu Vila Rica das mãos do filho, o ator e cantor Lincoln Tornado.
Em uma vasta programação que se estende até o dia 26, o público ouro-pretano pode conferir de graça sessão cine-escola, exposição e exibição de filmes e masterclass em ambiente online (programação completa no site cineop.com.br).
O Blog do Arcanjo acompanhou de perto a abertura no cinema ao ar livre montado na Praça Tiradentes, com apresentação de Alexandre de Sena e Lira Riba, como mestres de cerimônia e com Mauricio Tizumba como cantor convidado e a banda Diplomatas.
Os eixos da 18ª CineOP (Preservação, História e Educação) e a homenagem ao ator e músico Tony Tornado foram orquestrados em performance audiovisual com direção de Chico de Paula e roteiro de Chico e da coordenadora geral do evento, Raquel Hallak, que discursou emocionada, lembrando que no começo ninguém acreditava num festival que falasse de memória e preservação do audiovisual, lembrando a importânica do hoje prefeito de Ouro Preto Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, arrancando lágrimas do mesmo.
Na performance audiovisual, foi destacada a temática central esse ano: Memória e Criação para o Futuro. Em cada linha de ação da CineOP, há uma subtemática a encaminhar exibições, discussões e encontros.
Imagens da MPB (Música Preta no Brasil) pautaram a Temática Histórica criando o contexto do tributo a Tony Tornado. Aos 93 anos, o ator se emocionou diversas vezes na abertura. No mesmo dia, participou de encontro com a imprensa. Nesta sexta, faz debate e um show gratuito à noite com seu filho, Lincoln Tornado.
Para a construção da impactante cerimônia de abertura, o diretor Chico de Paula explica que a abordagem foi pensada a partir da narrativa que a música preta brasileira ajudou e ajuda a criar, elucidar e evidenciar.
“A escolha dos artistas foi fundamental para trazer vigor e consistência ao que fizemos”, diz Chico, em referência aos nomes convocados para a performance: Banda Diplomattas, DJ Black Josie, Lira Ribas, Maurício Tizumba, Silvia Gomes, Alexandre de Sena, Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário e de Santa Efigênia e Guarda de Congo Nossa Senhora do Rosário e de Santa Efigênia – Capitão Rodrigo.
Segundo Chico de Paula, são artistas que, além de terem familiaridade com o repertório e o assunto da temática, são também parte do assunto em termos pessoais e de pesquisa. “Construímos junto com eles os caminhos a serem tomados, na imensidão de possibilidades e da enorme riqueza desse conteúdo musical. Escolhemos músicas que, através de suas letras, também nos ajudassem a costurar a narrativa que queríamos e tratamos a Música Preta no Brasil, como define a curadoria, de maneira mais ampla, expandindo o que um recorte de estilo musical pudesse proporcionar”.
Em seguida à performance e à homenagem a Tony Tornado, foi exibido, ainda no Cine-Praça, o documentárioBaile Soul, dirigido por Cavi Borges, que trata dos bailes black cariocas do fim dos anos 1960 até o fim dos anos 1970 que originaram o movimento Black Rio.
Depois, no Sesc Cine-Lounge Show, foi a vez do encontro musical entre a Banda Diplomattas e o cantor e instrumentista Maurício Tizumba. Em Uma Viagem pela Música Preta, eles revisitaram canções icônicas da música negra brasileira e internacional e algumas composições autorais. em um show que espantou o frio de 9 graus em Ouro Preto.
A programação da CineOP segue até dia 26 com exibição de filmes, encontros de preservação, educação e história e atividades artísticas.
Sobre a 18ª CineOP
Durante seis dias de evento, o público terá oportunidade de vivenciar um conteúdo inédito, descobrir novas tendências, assistir aos filmes, curtir atrações artísticas, trocar experiências com importantes nomes da cena cultural, do audiovisual, da preservação e da educação, participar do programa de formação e debates temáticos de forma gratuita.
O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da CineOP e Universo Produção.
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. Mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Ganhou o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Governo do Estado de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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