SP Escola de Teatro representa o Brasil na Quadrienal de Praga 2023
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Maior centro de formação em artes cênicas da América Latina, a SP Escola de Teatro realiza mais um feito internacional. Até dia 18 de junho, acontece a Quadrienal de Praga 2023 (PQ23), a mais importante mostra internacional nas áreas de design de cena, cenografia e arquitetura teatral, realizada na capital da República Tcheca. A SP Escola de Teatro tem papel de destaque na edição desse ano.
Na última semana, embarcaram para Praga rumo à PQ23 Ivam Cabral, diretor da SP Escola de Teatro; Marcio Aquiles, coordenador de projetos internacionais; e os docentes J.C. Serroni, coordenador dos cursos de Cenografia e Figurino e de Técnicas de Palco, Viviane Ramos, formadora do curso de Técnicas de Palco, e Telumi Hellen, formadora do curso de Cenografia e Figurino.
Já os estudantes que foram para o intercâmbio em Praga, para a PQ23, são Hélia Maria Araújo Lopes, Douglas Vendramini e Camila Bueno, de Técnicas de Palco; Lara Paim, Carol Batista, Samara Pavlova Fantin e Úga agÚ, de Cenografia e Figurino; e Gabriela Araújo, de Iluminação.
Dos 14 profissionais que compõem o grupo curatorial brasileiro da Mostra dos Estudantes, seis são membros da instituição. O estande brasileiro, construído com ajuda dos profissionais da SP Escola de Teatro, foi batizado de “A Barraca”. Aos visitantes, o grupo brasileiro explica mais sobre A Barraca:
“A Quadrienal de Praga de 2023 lançou à mostra dos estudantes um provocante desafio: o espaço ao ar livre. A Mostra se instalaria nas ruas do Mercado do Antigo Matadouro. Não perdemos o chão, mas perdemos o teto. Sem teto – homeless. A partir daí o ‘genius loci’ do mercado de Praga e o ‘genius loci’ de nossas feiras livres se comunicam, soprando em nossos ouvidos, foi se materializando a ideia de barraca, tenda, abrigo de lona, construção leve. Nosso projeto traduz cenograficamente o conceito ‘barraca’. Regido por simplicidade sem simplificação, tocamos em tradições ancestrais que nos ligam ao teatro. No nascimento do teatro grego, uma barraca sobre uma carroça foram as primeiras construções cenográficas: o rito, o efêmero, a feira, nomadismos & ciganagem, a mambembagem, mascates, circo-teatro, lona, tablado, festa, está tudo ali tecendo complexos & fascinantes trançados culturais. Aberto aos quatro ventos os limites do dentro e do fora, se borram. Receptivo e vulnerável. Labiríntico e múltiplo, A Barraca é metáfora do país. Em diálogo de contraste com a simplicidade da estrutura, os trabalhos dos estudantes, razão da mostra, são valorizadas como joias (raras?). Flutuam em totens transparentes, oferecendo vários pontos de observação, abrindo-se a novas significações. Nosso espaço homenageia o grande cenógrafo brasileiro Santa Rosa e exalta a rica diversidade de manifestações dramáticas, cenográficas e performáticas do povo brasileiro”.
“O estande dos estudantes brasileiros é um dos grandes destaques da Quadrienal, com muita inventividade, onde artesania e processos criativos estão explícitos. Há trabalhos de outros países interessantes, sem dúvida, mas a seção do Brasil se sobressai porque, além do aspecto conceitual, fica evidente toda a construção cenográfica feita pelos próprios alunos. Cada maquete traz um pouco das nossas linguagens e investigações de cada região do país, estamos muito bem representados”, afirma Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro e um dos curadores do evento.
O grupo da Escola ajudou na montagem do estande do Brasil na mostra e participará das atividades até 18 de junho. Confira a programação completa da PQ23 aqui.
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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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