Médica viciada em crack vivida por Letícia Colin protagoniza Onde Está Meu Coração, série da Globo e Globoplay

Letícia Colin recebeu indicação ao Emmy por médica viciada em crack de Onde Está Meu Coração – Foto: Divulgação – Globo – Blog do Arcanjo 2023

Papel rendeu indicação ao Emmy Internacional para a atriz

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

O telespectador se impressionou com o trabalho da atriz Letícia Colin na estreia da série Onde Está Meu Coração na Globo nesta terça, 31. A obra também está disponível no Globoplay. Nela, a atriz vive uma médica paulistana viciada em crack.

Criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, com direção artística de Luisa Lima, a série Onde está Meu Coração chegou à TV aberta após um dia de eliminação no BBB, aproveitando a farta audiência da noite.

Sucesso de crítica e repercussão, a dramaturgia narra o mergulho vertiginoso de Amanda, vivida por Letícia Colin, brilhante médica de classe média alta, no mundo da dependência química. O trabalho rendeu à atriz a indicação ao Emmy Internacional. 

A personagem é casada com o arquiteto Miguel, vivido por Daniel de Oliveira, e tem dois pais preocupados, o médico David, interpretado por Fábio Assunção, e a mãe, Sofia, papel de Mariana Lima — atores que já fizeram par romântico de sucesso no passado, em O Rei do Gado —, além de ter uma irmã, Julia, defendida por Manu Morelli. A família estruturada não impede a médica do vício pesado em drogas.

“Não me lembro de um trabalho feito com tanta empatia e intensidade. O elenco e a equipe entraram de cabeça nas cenas, e é difícil não sentir compaixão pela Amanda. Sugiro que resistam à dor, pois alguns momentos são muito verdadeiros e comoventes, mas quem assistir até o final vai sair diferente”, afirma o autor Sergio Goldenberg ao Blog do Arcanjo.

Em cooperação com a organização sem fins lucrativos Narcóticos Anônimos (NA), ao final de cada um dos episódios, a série será encerrada com uma cartela direcionando os espectadores que conhecerem alguém ou estiverem passando por esse problema a buscar ajuda. A iniciativa está alinhada à Jornada ESG da Globo, como parte do compromisso #1, de produção e distribuição de conteúdos que contribuem para o desenvolvimento da sociedade. 

“Aprendemos muito, mas, sobretudo, entendemos que a dependência química é uma questão de saúde e não de polícia. E que é preciso muito afeto para superar esta doença, que atinge não apenas o usuário, mas todo o seu entorno. Afeto e tratamento com médicos especialistas e grupos de apoio é um caminho possível”, diz o também autor George Moura ao Blog do Arcanjo.

Além de uma atuação impecável dos atores escalados, os espectadores vão poder observar lugares simbólicos da cidade de São Paulo, que ajudaram a traduzir a brutalidade, o momento de pressão e opressão tão presentes na trama, e, serão agraciados por envolvente trilha sonora.

Série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, Onde Está Meu Coração é criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg e tem direção artística de Luisa Lima, com supervisão artística de José Luiz Villamarim. 

São Paulo é cenário da série Onde Está Meu Coração – Foto: Fabio Rocha Divulgação – Globo – Blog do Arcanjo

Cenários paulistanos

A série Onde Está Meu Coração percorre as ruas, avenidas e a diversidade da arquitetura da cidade de São Paulo. O resultado é que a metrópole é apresentada a cada episódio, conforme a evolução da trama, e não se exibe apenas como pano de fundo para a trajetória de Amanda e sua família, mas sim como o personagem sensorial. 

Sem nenhuma cena de estúdio, a obra foi gravada em locações, incluindo locais icônicos, como um apartamento assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, onde mora o casal Amanda e Miguel. “O ‘brutalismo’ e a frieza do ambiente carregam a sensibilidade dos personagens, com a mensagem de um projeto modernista que deseja resolver todas as questões da cidade, mas não consegue resolver as questões internas que cada um carrega”, explica a diretora artística Luisa Lima. 

O hospital do Centro Paralímpico Brasileiro foi o local escolhido para refletir o idealismo sofrido de Amanda em seu ofício; a casa da família, uma residência de alto padrão no bairro Jardim Europa entrega a estrutura privilegiada onde Amanda nasceu e as raízes da família.

Cenas externas foram compostas pelo realismo de ruas e avenidas do centro de São Paulo; passando pela multidão de pessoas no terminal Parque Dom Pedro, com toda a velocidade e urgência da cidade; até um viaduto localizado na avenida 9 de Julho, que recebeu um dos momentos mais importantes da trama, e pela tradição de bairros como Higienópolis, Pinheiros e Itaim. Por fim, a série trafega, ainda, pelo porto de Santos, local que ambientou as cenas do drama particular de Sofia (Mariana Lima). 

Trilha sonora poderosa

Se a arquitetura e ambientes paulistanos fizeram a diferença na composição da série, a música não ficou atrás. As memórias de Amanda e o pai são regadas pela sonoridade de canções conhecidas do público. Além da interpretação da protagonista,  Letícia Colin gravou a versão de ‘Mora na filosofia’, de Caetano Veloso.  Gal Costa, com ‘Motor’, Jards Macalé, com ‘Movimento dos barcos’ e, Marvin Gaye, com ‘What’s going on’, são alguns dos que emprestam sua potência e mensagens que caem como uma luva à dinâmica e narrativa da série.

“Quando começo a pensar nas cenas, no universo, nos climas e personagens, a música é como um portal pra esse espaço mental e emocional de envolvimento e decupagem da história. No próprio set uso muito a música para alimentar os climas, as emoções do elenco e também embalar a equipe, deixar todo mundo no mesmo ritmo. Tive um encontro mágico com Dany Roland, produtor musical, um artista que experimenta, ousa, e tem um repertório gigante. Trocamos muito e ele criou uma trilha incidental incrível. As canções também vieram de muitas trocas, foram desejos nossos e também da Letícia, especialmente”, recorda-se Luisa. 

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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