Grace Gianoukas homenageia Dercy Gonçalves no teatro com solo Nasci para Ser Dercy, de Kiko Rieser
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Dercy Gonçalves é uma das maiores atrizes do século 20. Ela nos deixou há 15 anos, em 2008, aos 101 anos, sem que jamais tenha havido nos palcos brasileiros uma peça que a homenageasse. Até agora! O monólogo Nasci pra ser Dercy, com Grace Gianoukas, escrito e dirigido por Kiko Rieser, busca unir o apelo popular e o carisma da atriz a uma profunda pesquisa que mostra a importância, muitas vezes ignorada, da atriz para o teatro brasileiro e para a liberdade feminina, bem como sua inquestionável singularidade. A estreia acontece nesta sexta dia 13 de janeiro, no Teatro Itália Bandeirantes, em curta temporada. Miguel Falabella faz participação especial em voz off.
Dercy não cabia em rótulo algum. Desbocada e defensora da mais profunda liberdade, era muito recatada em sua vida íntima, chegando a se casar e enviuvar anos depois ainda virgem. Contestava frontalmente a censura da ditadura militar, mas se recusava terminantemente a levantar bandeiras políticas específicas que não fossem a da irrestrita liberdade e do respeito a todas as formas de existir.
A atriz se consagrou como vedete do Teatro de Revista, mas sua maior contribuição ao nosso teatro se deu ao levar essa expertise para a comédia popular, que ela revolucionou inteiramente, trazendo textos fundamentais para o Brasil e instaurando uma nova forma de interpretar, que rompia com todos os padrões e inaugurava em nossos palcos uma representação genuinamente brasileira. Amada por quase todo o país, Dercy Gonçalves é uma figura largamente reconhecida, mas pouco conhecida de fato.
“Dercy Gonçalves é retratada quase sempre como apenas uma velha louca que falava palavrão”, fala Kiko Rieser, que no texto procura revelar ao público a mulher grandiosa e complexa que ela foi. “Uma atriz vinda do teatro de revista que recriou a comédia brasileira. Uma mulher que era chamada de puta, mas que casou e enviuvou virgem, iconoclasta e devota, libertária mas avessa a qualquer bandeira, inclassificável e singular”, completa o autor.
Sinopse
A peça começa com uma atriz, Vera, entrando no estúdio para fazer teste para o papel de Dercy Gonçalves em um filme. Conforme vai dando suas falas, ela se revolta contra o roteiro, cheio de estereótipos. Sua mãe era grande fã de Dercy e por isso Vera cresceu conhecendo e sendo influenciada pelo exemplo dessa artista icônica. Ela então, transformando-se em Dercy, começa a mostrar quem realmente foi essa mulher à frente de seu tempo.
Nasci pra ser Dercy
Texto e direção: Kiko Rieser
Atuação: Grace Gianoukas
Voz off: Miguel Falabella
Estreia dia 13 de janeiro
Temporada até 26 de fevereiro
Sexta e sábado 21h
Domingo 19h
Indicação 14 anos
Duração: 60 min
Ingressos:
Preços populares até o dia 5 de fevereiro: R$ 50
De 10 a 26 de fevereiro: R$ 80
Ingressos online: https://bileto.sympla.com.br/event/79211/d/172771/s/1162490
Horário Bilheteria
Terça a sábado, das 17h às 21h
Domingo, das 16h às 21h, ou até o início do espetáculo
Teatro Itália Bandeirantes – 292 lugares
Av. Ipiranga, 344 – República – São Paulo
FICHA TÉCNICA
Texto e direção: Kiko Rieser
Atuação: Grace Gianoukas
Voz off: Miguel Falabella
Cenário e figurino: Kleber Montanheiro
Desenho de luz: Aline Santini
Trilha sonora original e arranjos: Mau Machado
Canção “Malandrinha”: Freire Júnior
Canção-tema “Só sei ser Dercy”: Danilo Dunas e Pedro Buarque
Visagismo: Eliseu Cabral
Assistência de direção: André Kirmayr
Preparação corporal: Bruna Longo
Preparação vocal: André Checchia
Colaboração no processo: Fernanda Lorenzoni
Assistência de figurino: Marcos Valadão
Cenotécnica: Evas Carreteiro
Design gráfico: Letícia Andrade (Nós Comunicações)
Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Mídias sociais: Inspira Comunicação
Fotos: Heloísa Bortz
Direção de produção: Paulo Marcel
Produtores associados: Fábio Hilst e Kiko Rieser
Elaboração de projeto: Kiko Rieser
Assessoria jurídica: Ana Capozzi
Realização: Ventilador de Talentos
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Foi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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