Após ser Hebe, Débora Reis faz sucesso no musical O Frenético Dancin’Days

A atriz Débora Reis, que atualmente brilha no musical “O Frenético Dancin’Days”, após consagração em “Hebe, O Musical” – Foto: Annelize Tozetto – Festival de Curitiba – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

A atriz e cantora Débora Reis foi consagrada em 2017 e 2018 ao interpretar Hebe Camargo em “Hebe, O Musical”, dirigido por Miguel Falabella, quando hipnotizou o público paulistano com seu talento e carisma. Agora, ela está de volta aos palcos da grande metrópole brasileira em um novo sucesso, a Dona Dayse, a vizinha encrenqueira da famosa boate carioca de Nelson Motta em 1976 no musical “O Frenético Dancin’Days”, em cartaz no Teatro Opus, em São Paulo, até 26 de maio [veja serviço ao fim da reportagem].

Atriz com farta experiência em musicais, nos quais atua desde as produções aguerridas da década de 1990, ela ainda acumula 15 anos de trajetória como backing vocal de Rita Lee. A passagem pelo musical sobre Hebe foi um verdadeiro furacão em sua vida, com críticas consagradoras a seu desempenho e uma forte presença de seu nome na mídia.

Débora Reis: “Não sou do tipo oportunista nem deslumbrada, sou bem relax” – Foto: Annelize Tozetto – Festival de Curitiba – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

“Eu acho que eu enxerguei tudo naquele momento e vivi de forma intensa, mas com muita tranquilidade. Eu não sou do tipo oportunista nem deslumbrada, sou bem relax. Então, as coisas aconteceram de forma relax, essa sou eu, não adianta forçar a barra”, afirma em entrevista exclusiva ao Blog do Arcanjo.

Depois que o furacão Hebe passou, ela decidiu dar um tempo nos palcos e continuar seu trabalho de produção musical e ainda cursar a faculdade de cosmetologia. “Esse convite para o ‘Dancin’ foi igual ao de ‘Hebe’, estava em casa, fazendo faculdade cosmetologia, e a Joana Motta [produtora e filha de Nelson Motta], me ligou com o convite, me retirou da faculdade e falou: ‘depois você volta’”, conta, com uma gargalhada.

Débora Reis sobre “O Frenético Dancin’Days”: “É pra tocar na ferida que está aberta até hoje” – Foto: Annelize Tozetto – Festival de Curitiba – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

“Demorei para aceitar outro convite porque depois de Hebe ficou difícil, ficou pequeno para todo mundo [risos]. Mas foi incrível quando recebi esse convite da diretora Deborah Colker para substituir a Stella Miranda, que fez a Dona Dayse no Rio, em um musical brasileiro, feito por brasileiros, escrito por um brasileiro, Nelson Motta, com Patrícia Andrade”, diz.

Ao chegar na superprodução que impressionou o último Festival de Teatro de Curitiba, onde foi consagrado no Teatro Guairão com seus mais de 2.000 lugares lotados em duas sessões arrebatadoras, ela se sentiu em casa. “Esse clima do espetáculo faz parte da história da minha vida, porque participei de discotecas, lembro quando era pequena. Essa é a hora de eu voltar. Agora, voltei”, comemora.

“O ‘Dancin’ é um tapa na cara da sociedade, porque comenta algo de 43 anos atrás que a gente achava que tudo fosse mais careta, mas não é não, hoje está igual, senão pior! São as mesmas discussões, vivemos os mesmos problemas: o machismo, o racismo, a homofobia e outros tantos preconceitos. O musical deixa isso bem evidente ao mostrar que ainda não alcançamos aquele ideal de liberdade e respeito sonhado por aquelas pessoas naquela boate. É pra tocar na ferida que está aberta até hoje”, declara.

Débora Reis: “Trabalhei em vida com Rita Lee e espiritualmente com Hebe Camargo, são duas madrinhas na minha vida” – Foto: Annelize Tozetto – Festival de Curitiba – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

A atriz revela como compôs a nova personagem, de sotaque forte sotaque paulistano com ares da imigração italiana. “Dona Dayse é uma senhora, vizinha, maluca, revoltada, racista, machista, é uma antagonista no começo do espetáculo. A minha referência dessa “velha maluca” vieram das minhas memórias familiares da Mooca e do Belenzinho. Essas senhoras que falam: ‘o rato roeu a roupa do rei de Roma’”, diz, com os erres carregados.

Fazendo sucesso no teatro outra vez, Débora Reis já planeja um retorno à música, mas a seu tempo, como gosta. “Estou voltando com uma surpresa, ainda não posso contar, mas tem a ver com o Beto Lee e o repertório da Rita Lee. Somos uma família”, define. “Trabalhei em vida com Rita [Lee] e espiritualmente com Hebe [Camargo]. São duas madrinhas na minha vida”, conclui.

Agradecimentos: Festival de Teatro de Curitiba, Annelize Tozetto, Daniel Sorrentino e Hotel Mabu Curitiba Business.

Débora Reis sobre a carreira de cantora: “Estou voltando com uma surpresa, tem a ver com Beto Lee e o repertório de Rita Lee” – Foto: Annelize Tozetto – Festival de Curitiba – Blog do @miguel.arcanjo – UOL

O Frenético Dancin’Days
Quando: Sexta, 21h, sábado, 17h e 21h, domingo, 18h. 120 min. Até 26/5/2019
Onde: Teatro Opus (av. Nações Unidas, 4777, 4º Piso, Shopping Villa-Lobos, Alto de Pinheiros, São Paulo, tel. 11 4003-1212)
Quanto: R$ 75 a R$ 170
Classificação: 12 anos

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