Entre TV e amores, Hebe, o Musical promete emocionar fãs da loira

Debora Reis encarna Hebe Camargo em “Hebe, O Musical”: estreia em 12 de outubro no Teatro Procópio Ferreira, em SP – Foto: Caio Gallucci/Divulgação
Por Miguel Arcanjo Prado
Cinco anos após a morte da apresentadora mais amada da televisão brasileira, Hebe Camargo ressuscita no palco do Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, a partir desta quinta (12), na superprodução “Hebe, O Musical”, que promete emocionar os fãs da loira.
O musical integra a plataforma Hebe Forever, criada pelo sobrinho e ex-empresário Claudio Pessutti, que prevê ainda uma exposição itinerante, um filme e uma minissérie de televisão sobre a apresentadora, entre outras ações.
“É uma grande honra interpretar Hebe Camargo. Estou com frio na barriga para a estreia”, confessa a atriz Debora Reis, que vive Hebe na maior parte do musical — na adolescência, Hebe é interpretada por Carol Costa.
“Ela era uma mulher à frente do seu tempo. Esse empoderamento feminino que tanto se fala hoje ela já tinha lá atrás”, afirma Miguel Falabella, no comando do espetáculo.
O diretor ainda diz que “sentiu muito a presença de Hebe” durante o processo de ensaios. “Ela soprou coisas no meu ouvido”, revela, emendando o ditado em castelhano: “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
Falabella lembra ainda que a Globo não permitiu que ele e Claudia Jimenez fossem ao programa dela, mas que Hebe, humildemente, foi entrevistar os dois no mesmo palco onde agora a peça estreia. O diretor conta ainda que descobriu no processo de pesquisa um quadro histórico feito por Mazzaropi e Lolita Rodrigues, que repetirá no musical.
“Foram esses artistas populares que nos fizeram e construíram o inconsciente coletivo da arte popular no Brasil, tão maltratada. Fiz este musical para celebrar o artista brasileiro”, fala Falabella.
Baseado na biografa escrita por Artur Xexéo, também autor da dramaturgia, o espetáculo apresenta a trajetória da apresentadora nascida em Taubaté, interior de São Paulo, que se confunde com a história da própria televisão.
Não só aspectos profissionais como também os amores que passaram pela vida de Hebe estão na montagem, além de canções que ela adorava, é claro.
O musical traz 21 atores em cena, orquestra composta por nove músicos e mais de 30 técnicos envolvidos. Fernanda Chamma, famosa jurada de Faustão e Xuxa, assina as coreografias. Daniel Rocha, a direção musical, e Guilherme Terra, além de ser o maestro da orquestra, cuida da preparação vocal.
A produção é assinada por Luiz Oscar Niemeyer, Julio Cesar Figueiredo Junior, Claudio Pessuti e Luis Henrique Ramalho.

Hebe Camargo com seu único filho, Marcello Camargo, em foto nos anos 1960 – Foto: Divulgação/Acervo Hebe Camargo
Programa de TV
É a própria protagonista quem vai receber a plateia e conduzir a história, senhora de seu destino, em um típico programa televisivo da década de 1960.
Neste programa, a garota-propaganda (Giovana Zotti) se atrapalha com os comerciais ao vivo e Leonor (Brenda Nadler), uma fã de Hebe Camargo, responde sobre a vida da loira ao peculiar apresentador de um programa de perguntas e respostas, Belo Garrido (Daniel Caldini).
É através do conhecimento desta fã que a plateia vai acompanhar o caminho da artista.
Estão no roteiro a relação de Hebe com os pais Fêgo Camargo (Carlos Leça) e Ester Camargo (Clarty Galvão), sua participação em programas de calouros e sua experiência de cantar no rádio formando conjuntos vocais com as primas Maria (Keka Quarterone) e Helena (Mari Saraiva), assim como com a irmã Stela (Fefa Moreira).
As muitas amigas de Hebe são representadas por duas figuras conhecidas do público: a também cantora Lolita Rodrigues (Renata Ricci), que Hebe conheceu ainda adolescente e de quem foi próxima a vida inteira, e Nair Bello (Renata Brás), com quem desfrutava noites de carteado e conversas regadas a gargalhadas.

Hebe, O Musical: Renata Brás é Nair Bello e Renata Ricci, Lolita Rodrigues – Foto: Caio Gallucci/ Divulgação
Amores de Hebe
A peça ainda traz o turbulento namoro de Hebe com o boxeador norte-americano Joe Louis (Renato Caetano) e sua relação complicada, escondida do grande público, com o empresário Luís Ramos (Frederico Reuter), nos tempos em que comandava seis programas semanais na TV Paulista (atual Globo São Paulo).
Ainda há espaço para o primeiro casamento, com o comerciante Décio Capuano (Guilherme Magon), o nascimento de seu único filho, Marcello (Adriano Tunes), e sua contratação pela TV Record, onde apresenta por oito anos o mais popular programa de entrevistas dos anos 60: uma atração que leva seu nome e que, por um bom tempo, foi campeã de audiência nas noites de domingo.
O musical registra também a separação de Décio, a rápida passagem pela TV Tupi, o trauma que a fez parar de cantar, os encontros hilários com Amâncio Mazzaroppi (Adriano Tunes) e Ronald Golias (Fernando Marianno), a carinhosa amizade com o cantor Agnaldo Rayol (Rodrigo Garcia/Frederico Reuter) e a união com o importador Lélio Ravagnani (Dino Fernandez), com quem viveu por 27 anos.
Vemos Hebe tornar-se porta-voz da luta contra a corrupção em Brasília no programa que apresentou no SBT durante 24 anos e onde transformou em tradição o “selinho” que dava em seus convidados preferidos — Silvio Santos não é interpretado por nenhum ator no espetáculo.
Mesmo assim, a peça promete ser “uma gracinha”, como ela dizia.
“Hebe, O Musical”
Quando: Quinta e sexta, 21h, sábado, 17h e 21h, domingo, 18h. 140 min (com intervalo de 20 min.). De 12/10/2017 até 17/12/2017
Onde: Teatro Procópio Ferreira (r. Augusta, 2823, Jardins, São Paulo, tel. 11 3083-4475 e 11 3064-7500 (venda para grupos)
Quanto: R$ 25 (meia) a R$ 190
Classificação etária: 12 anos
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