Premiado na Broadway, Paulo Szot estreia no Brasil em “My Fair Lady”

Paulo Szot: da Broadway para os musicais de SP - Foto: João Caldas

Paulo Szot como Prof. Higgins, em “My Fair Lady”: da Broadway para os musicais de SP – Foto: João Caldas

Miguel Arcanjo Prado

Apesar de ser ostentar o título de primeiro e único brasileiro a ter conquistado em 2008 o Prêmio Tony de melhor ator, o Oscar da Broadway, por seu desempenho no musical “South Pacific”, Paulo Szot nunca fez um musical no Brasil. Mas, isso vai mudar em breve.

Sua estreia no gênero por aqui está marcada para 27 de agosto, na remontagem de “My Fair Lady”, sob direção de Jorge Takla, que ocupará o palco do Teatro Santander, em São Paulo. Os ensaios começaram nesta segunda (4).

“Embora os ensaios estejam no início, venho me preparando para este papel há meses, estudando e analisando as suas nuances. Considero o personagem bastante rico, pois oferece muitas possibilidades cênicas e uma grande variação dramática em relação a outros que já interpretei”, diz Szot ao Blog do Arcanjo do UOL.

Paulo Szot com seu Tony: único brasileiro a ganhar - Foto: Divulgação

Paulo Szot com seu Tony: único brasileiro a ganhar – Foto: Divulgação

Nascido em Ribeirão Pires, no interior de São Paulo, ele começou cedo nas artes, estudando piano, violino e dança.

Aos 18 anos, viajou em um navio cargueiro para a Polônia, terra de seus pais, com o sonho de se tornar bailarino. Mas, acabou se machucando, e decidiu voltar-se ao canto.

De volta ao Brasil, estreou em óperas acionais em “O Barbeiro de Sevilha”, no Theatro Municipal de São Paulo em 1997.

Logo, o talento do belo iniciante ganhou fama mundo afora, até que galgou o posto de protagonista do musical “South Pacific”, com o qual conquistou o respeito no principal mercado teatral do mundo.

Com elogios rasgados da ferina crítica nova-iorquina, por lá também se destacou na ópera “O Nariz”, no palco do Metropolitan Opera de Nova York. Szot ainda venceu outros prêmios importantes, como Drama Desk, Outer Critic’s Circle e Theater World Awards.

Ainda nos Estados Unidos, trabalhou na primeira versão musical de “Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos”, de Pedro Almodóvar, que o escolheu após ficar encantado com o brasileiro na plateia de “South Pacific”.

Com tanto currículo, Szot chega tranquilo, de volta à terra. Não estreia por aqui em qualquer musical, mas no que é considerado uma obra-prima do gênero: “My Fair Lady”, que aqui já teve versões de sucesso em 1962, com Bibi Ferreira e Paulo Autran (depois substituído por Edson França), e em 2007, com Amanda Acosta e Daniel Boaventura e direção do mesmo Takla.

Bibi Ferreira e Edson França, em 1962; Amanda Acosta e Daniel Boaventura, em 2007 - Fotos: Divulgação

Bibi Ferreira e Edson França, em 1962; Amanda Acosta e Daniel Boaventura, em 2007 – Fotos: Divulgação

O diretor garante que mudou tudo, nesta versão com Szot:“Mudei, cenários, figurinos, e elenco também mudou, mas a música e a história permanecem, cada vez mais adoráveis e contundentes”, fala.

A obra é baseada no clássico “Pigmaleão”, de George Bernard Shay, com a história de um professor aristocrata, Mr. Henry Higgins, papel de Szot, que aceita o desafio de transformar a pobre Eliza Doolittle, que será interpretada por Daniele Nastri, em uma dama da alta sociedade. A superprodução tem elenco de 30 atores e 14 músicos.

Com música original de Frederick Loewe e letras de Alan Jay Lerner, o musical tem versão em português assinada por Claudio Botelho. O maestro Luiz Gustavo Petri assume a direção musical. Tânia Nardini é a diretora associada e coreógrafa. Completam o tima técnico Fábio Namatame nos figurinos e o argentino Nicolás Boni na cenografia.

Cena do filme "My Fair Lady", com Audrey Hepburn e Jeremy Brett - Foto: Divulgação

Cena do filme “My Fair Lady”, com Audrey Hepburn e Jeremy Brett – Foto: Divulgação

A história teve primeira versão cinematográfica em 1938 e chegou à Broadway em 1956, protagonizada por Julie Andrews e Rex Harrison, e que abocanhou seis prêmios Tony e um Theater World Award. Em 1964, Hollywood fez nova versão da história, desta vez com Harrison fazendo par com Audrey Hepburn. Este filme levou oito Oscar, três Globo de Ouro e o Bafta de melhor filme.

Para a produtora Stephanie Mayorkis, a história permanece atual. “A nova montagem acontece em um momento oportuno, quando a sociedade busca discutir de forma mais ampla temas e questões infelizmente ainda muito atuais, como discriminação, preconceito e barreiras sociais, além de apontar a cultura e a educação como meios possíveis de superação”, aponta.

Paulo Szot como Professor Higgins, de "My Fair Lady" - Foto: João Caldas

Paulo Szot como Professor Higgins, de “My Fair Lady” – Foto: João Caldas

“My Fair Lady”
Quando: Estreia em 27/8/2016. Quinta e sexta, 21h, sábado, 17h e 21h, domingo, 16h e 20h. 150 min (com 15 min. de intervalo). Até 6/11/2016
Onde: Teatro Santander – Complexo do Shopping JK – Av. Juscelino Kubitschek, 2041, Itaim, CPTM Vila Olímpia, São Paulo, tel. 11 4003-1022
Quanto: R$ 50 a R$ 260
Classificação etária: Livre

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