Talismã ou uma inundação sensorial em Ouro Preto
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
Enviado especial a Ouro Preto (MG)*
Estava em Ouro Preto, na festa da CineOP, quando um batuque me soou conhecido. Logo, os estudantes da UFOP, maioria na pista, começaram a dançar, para se esquentar da noite fria, envoltos na proposta da canção selecionada pelo DJ. Aos poucos, inundava tudo “Talismã”, a música que mais gosto da banda Graveola e o Lixo Polifônico.
Logo, aquele som me remeteu ao show que eles fizeram em São Paulo, neste ano, no Mundo Pensante, ao qual fui convidado pelo Luiz Gabriel Lopes, compositor da música ao lado de Gustavito e Chicó do Céu e que divide o vocal nela com Samuel Rosa, do Skank. Luiz, ou LG Lopes, é parceiro querido, de velhos tempos. Talento raro, coração gigante, assim como eu, forjado no ecletismo dos corredores da Fafich da UFMG.
A música Talismã tem uma leveza que é a cara dele, para quem o conhece na intimidade. Remete a uma coisa boa, a um Brasil anos 70 Novos Baianos que parecia ter ficado pra trás, mas que essa canção recupera e coloca em nosso presente. Ainda bem. Também me faz lembrar de algum modo o verão em Salvador de 1988, quando tinha apenas seis anos, mas jamais vou me esquecer, esturricado na praia da Barra, correndo nas ladeiras do Pelourinho ou mareando nos barcos da festa de Iemanjá.
Assim que, no Galpão Cine Bar Show no Centro de Convenções de Ouro Preto, não me restou alternativa a não ser me render completamente à explosão sensorial de Talismã. Música abençoada, por deuses e orixás. Soa vadia, como água de mar aberto que desperta a vontade de mais um amanhã.
Baixe o disco da Graveola com a música Talismã
*Para os companheiros de pista ouro-pretana Rodrigo Malaspina, Méa Maia e Mayk Barcelos. O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da CineOP.
Banda Graveola e o Lixo Polifônico, de BH – Foto: Vania Cardoso/Divulgação
