Espetáculo Luz Negra encerra trilogia em São Paulo

Mel Lisboa em cena de Luz Negra - Foto: Bob Sousa

Mel Lisboa em cena de Luz Negra – Foto: Bob Sousa

Do R7

Luz Negra é um espetáculo musical sobre a região da Luz e a Frente Negra Brasileira, em São Paulo, nos anos 1930. O movimento foi criado em 1932 e revela várias facetas da participação dos negros no contexto político, cultural e social da época.

Com a instauração da ditadura do Estado Novo no dia 10 de novembro de 1937, a Frente Negra Brasileira, assim como todas as demais organizações políticas, foi extinta. Este será o dia em que se passa a peça que inicia após o crime do castelinho da Rua Apa retratado no espetáculo anterior Cine Camaleão, também da Cia. Pessoal do Faroeste. Luz Negra encerra a trilogia, que contou também com Homem Não Entra.

O espetáculo é um musical escrito por Paulo Faria com nove partituras inéditas, para os Teatros Alfredo Mesquita e Flavio Império, nos dois primeiros fins de semana do mês de junho.

O projeto também se estenderá ao cinema e trechos do filme de ficção Luz Negra (primeiro longa ficcional da Cia) dialogará com a dramaturgia. As personagens são inspiradas em figuras históricas deste movimento como Luiz Gama (a peça prestará uma homenagem ao abolicionista), Abdias Nascimento (criou o Teatro Experimental do Negro, que completa no dia 13 de outubro, 70 anos) e ao nascimento do sambista da Glete Geraldo Filme, além de personagens do cinema da Boca como a vilã Vanda Marquetti que será interpretada pela atriz Mel Lisboa – única personagem que diferentemente dos outros usará peruca loira e figurino branco.

Uma associação de comunicação (rádio, jornal, escola e recreativo) nos anos 30 será o cenário onde se dará a trama. O samba será o tema musical da peça com composições inéditas e interpretações ao vivo. Os negros farão parte do núcleo de uma elite intelectual paulistana e os brancos da marginália social, desenvolvendo uma dramaturgia em que os primeiros serão protagonistas desta história.  Recuperando assim a imagem do negro no topo de uma pirâmide social deste período, e como o final da década de trinta ceifou a possibilidade da acessibilidade do negro no Brasil de hoje e suas consequências na distribuição de renda, assim como sua permanência marginal na geografia urbana, social e econômica da cidade de São Paulo.

Outro ponto tratado no espetáculo será o cinema. Nesta década de 1930 as distribuidoras de filmes internacionais começam a ocupar a Rua do Triunfo, que viria a se tornar entre as décadas de 1950 e 1970 a maior produção de cinema do Brasil, quando neste período os cineastas e produtoras se mudam também para região da Boca do Lixo. O filme que foi produzido em setembro dialogará com o espetáculo.

 Luz Negra
Quando: De 5 a 7 de junho, sextas e sábados, 21h, domingos, 19h. De 12 a 14 de junho, sextas e sábados, 20h, domingos, 19h.
Onde: Teatro Alfredo Mesquista, primeiro fim de semana (av. Santos Dumont, 1.770, Santana); Teatro Flávio Império (r. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba)
Quanto: Grátis
Classificação: Livre

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