Conheça os números da 2ª MITsp

Atores colombianos da peça Matando el Tiempo: sucesso na MITsp – Foto: Ligia Jardim

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Os 12 espetáculos da segunda MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo) tiveram público de pouco mais de 15 mil pessoas. Nos encontros formativos, foram 461 participantes, enquanto que no projeto Olhares Críticos, com debates entre diretores, público e pensadores do teatro, participaram cerca de 1,8 mil pessoas. O total de público em todas as atividades foi de cerca de 17,5 mil pessoas, apurou o R7.

Os dados são prévios e informados pela comunicação da MITsp. Até o fechamento desta reportagem, na noite desta quinta (19), os números finais do evento realizado entre 6 e 15 de março ainda não haviam sido divulgados oficialmente.

O número final da MITsp é respeitável, mas menor que outros festivais internacionais de teatro no Brasil. O maior deles, o Festival de Teatro de Curitiba, que começa no próximo dia 24, teve público em 2014 de 230 mil pessoas. A mesma quantidade de espectadores, 230 mil, também teve o FIT-BH (Festival Internacional de Palco e Rua de Belo Horizonte). O Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos também supera a MITsp, já que fechou sua edição de 2014 com público de 70 mil pessoas.

Cena do espetáculo israelense Arquivo – Foto: Ligia Jardim

Em sua segunda edição, a MITsp passou a cobrar ingresso de R$ 20 na maioria dos espetáculos — em 2014 o evento foi gratuito. O valor arrecadado com a venda de ingressos não foi divulgado. A justificativa foi que “as filas eram enormes”. O orçamento do festival cresceu de R$ 2,8 milhões em 2014 para R$ 3,2 milhões em 2015. Cerca de 70% deste valor vieram dos cofres públicos, já que o evento conta com a parceria da Secretaria de Estado de Cultural de São Paulo e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, além de correalização com o Sesc em São Paulo. A terceira edição, em 2016,  já foi anunciada.

Acertos e tropeços

A direção da MITsp acertou este ano em uma programação de alta qualidade cênica, o que conquistou os artistas e a imprensa especializada. Aqui cabe os parabéns a Antonio Araújo, seu curador, a seu diretor, Guilherme Marques.

Mas o evento também merece uma observação importante: pecou em deixar o festival muito preso apenas a um público especializado. Nas sessões vista pelo R7 integrantes da classe teatral eram a maioria absoluta dos espectadores. É preciso que a MITsp consiga dialogar mais com a cidade de São Paulo como um todo, assim como fazem o Festival de Teatro de Curitiba e o Mirada, para não afunilar seu público alvo e transformar-se em um evento de nicho.

Outro tropeço da segunda edição foram os atrasos em praticamente todas as sessões e a mudança de horário e local de alguns espetáculos, o que deixou revoltado o espectador que veio de outros lugares do Brasil e já havia planificado sua agenda, como apurou o R7.

O evento ainda pode voltar seu olhar também para o teatro feito por nossos vizinhos da América Latina, e não apenas para a Europa, de onde vieram 70% das peças deste ano. Em 2015, além do Brasil (que teve duas peças de uma mesma diretora), de latino-americanos só havia um grupo colombiano, também com duas obras.

A MITsp levou o Prêmio Especial da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), da qual o autor deste texto é membro, na última terça (17), como reconhecimento da crítica teatral ao esforço de trazer o melhor do teatro mundial à cidade de São Paulo. Isto é fato a ser realmente comemorado. E é por saber que há tanta gente competente na equipe que ainda cabem críticas construtivas ao evento, para que este possa melhorar e tornar-se mais democrático e inclusivo.

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