Por trás do pano – Rapidinhas teatrais

Ivam Cabral: diretor da cerimônia do Prêmio APCA – Foto: Bob Sousa

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

Ivam, o diretor
Ivam Cabral vai dirigir a cerimônia de entrega do Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), entidade da qual este vosso colunista é membro, no próximo mês. Vai contar com a assistência dos atores Gustavo Ferreira e Robson Catalunha, seus braços direitos no Satyros.

Cerimônia
A entrega do Prêmio APCA está marcada para a noite do dia 17 de março, uma terça-feira, no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, em São Paulo, como manda a tradição.

Parceria
Falando neles, Gustavo Ferreira entra em Pessoas Perfeitas, que levou o APCA de melhor espetáculo de 2014 ao lado de O Homem de la Mancha. Vai dividir o mesmo personagem, Ruy, com Ivam Cabral. A reestreia é nesta sexta (20), no Espaço dos Satyros 1, na praça Roosevelt, quando Ivam ainda estará no elenco. Na próxima semana, entra Gustavo, porque Ivam vai continuar a radioterapia. Em tempo: a peça estará no Festival de Teatro de Curitiba.

Karin Hils será Deloris, papel de Whoopi Goldberg no cinema – Foto: Jairo Goldflus

Mudança de Hábito
Karin Hils está com o coração na mão. A atriz tem a responsabilidade de bancar um dos personagens mais famosos do cinema no teatro. Ela estreia como protagonista do musical Mudança de Hábito no próximo dia 5 de março, no Teatro Renault, em São Paulo.

Mudança de Hábito 2
O filme com Whoopi Goldberg, de 1992, é a grande inspiração, com a história de uma cantora de boate que precisa se esconder num convento. O musical já foi visto por 5 milhões de pessoas em 11 países. Luciano Andrey e Bianca Tadini assinam a adaptação. Fernanda Chamma é a diretora residente, e Vânia Pajares, a diretora musical residente.

Achados e perdidos
O ator Laerte Késsimos está precisando de seu livro O Que É Ser Rio e Correr, de Alberto Guzik. Ele emprestou para alguém, mas não lembra para quem. Se a pessoa for leitora da coluna, devolva, por favor. Em tempo: nesta sexta (20), será exibido em Nova York, no Viva Latino Film Festival, o filme Polícia e Ladrão, dirigido por Marcela Cardoso e com Laerte no elenco.

Fagundes Emanuel toca tamborim no desfile do bloco Agora Vai – Foto: Carol Peres

Percussionista
O ator Fagundes Emanuel foi um dos destaques na bateria do bloco Agora Vai, que desfilou no Minhocão na Terça-feira de Carnaval. Generoso, deixava alguns foliões tocarem seu instrumento durante a passagem do bloco.

Mexicana
Luna Martinelli, musa de nossos palcos, foi ao Agora Vai vestida de Frida Kahlo.

Transformista
Já o ator Ed Moraes preferiu ir de “Ed-Vyna”, sua versão feminina que só será revelada ao mundo outra vez no Carnaval de 2016, segundo o próprio.

Musa do bloco: Bárbara Bonnie (à esq.), ao lado das amigas Fernanda Machado e Paula Garulo Klein no desfile – Foto: Reprodução

Musa
Bárbara Bonnie mais uma vez foi a musa absoluta do Agora Vai. Além de linda, é ótima atriz e ainda sabe sambar. Como diria o radialista mineiro Tutti Maravilha: “Tomou, padudo?”

Theodoro Cochrane: deixem o menino beijar em paz – Foto: Divulgação

Hipocrisia
Parte da mídia, mais retrógrada hoje que nos tempos da ditadura (quem duvida que vá ler exemplares do extinto Pasquim), resolveu pegar no pé do ator Theodoro Cochrane. Tudo porque o moço deu um beijo no Carnaval. Como se fosse algo do outro mundo.

Hipocrisia 2
O jornal carioca Extra, das Organizações Globo, publicou manchete com estardalhaço, dizendo: “Theodoro Cochrane opta pelo silêncio após beijo gay durante o Carnaval de Salvador”. Como se o ator tivesse de se pronunciar sobre um “crime cometido”.

Hipocrisia 3
Kil Abreu, jornalista e crítico teatral respeitado no País inteiro, faz avaliação didática do caso. Escutemos: “Não existe ‘beijo gay’; existe beijo, abraço, amasso e ponto. Adjetivar nesse lugar é só mais uma forma de tentar sinalizar que ‘aquilo não é natural’. Por isso, o camarada tem que ir a julgamento. Vai falar o quê? ‘Sim, sou culpado’ ou ‘Olha, sou inocente’? Se as manifestações do tesão e do afeto causa frisson e fazem alguma diferença, por que não vão atrás dos casais héteros pra investigar por que beijaram ou não beijaram? Aqui, até o colunismo de fofocas é fascistóide”. Sábio Kil.

Hipocrisia 4
Só para finalizar o tema Theodoro: praticamente todas as músicas do Carnaval da Bahia só falam em beijo. Portanto, nada mais natural que beijar por lá. Quem cada um quiser.

Filma eu?
Falando nisso, que mania é essa de as pessoas ficarem fotografando e filmando os blocos carnavalescos o tempo todo como se fossem todos paparazzi? Vai pular, se divertir, gente! Deixa o registro pro dia do casamento, da formatura, do batizado… Antigamente, era muito mais fácil pular o Carnaval em paz…

A pergunta que não quer calar
Alguns museus lá fora já proibiram paus de selfies em suas dependências. Os teatros deveriam fazer o mesmo?

Cena da peça Hora Amarela, dirigida por Monique Gardenberg: estreia em SP – Foto: Divulgação

Fanatismo
Monique Gardenberg estreia nesta sexta (20) no Sesc Bom Retiro a peça Hora Amarela. A obra do norte-americano Adam Rapp discute a intolerância religiosa e o preconceito. Quem comprou os direitos da peça, apresentada em Nova York com sucesso há três anos, foi Mônica Torres. Deborah Evelyn é a protagonista. Merda.

Prorrogou
Está decidido: a procura foi tanta que Branca de Neve fica no Teatro Bradesco, em São Paulo, até 28 de fevereiro.

Felipe Hirsch: elegante com o público na estreia de Puzzle (D) em SP – Foto: Eduardo Enomoto

Quebra-cabeça
Grandes nomes do teatro paulistano estiveram presentes na estreia de Puzzle (D) na última sexta no Teatro do Sesc Vila Mariana. Nem parecia sexta-feira de Carnaval. Coisas de São Paulo. Se caísse uma bomba no local, o rombo nos palcos seria irreparável. Até Danilo Santos de Miranda, mandachuva do Sesc, foi.

Quebra-cabeça 2
Felipe Hirsch, o diretor, estava nervoso, mas recebeu o público elegantemente. Só relaxou no coquetel. Cida Moreira, que se apresentaria na noite, torceu o pé no ensaio e não conseguiu fazer sua participação. Felipe fez questão de justificar a ausência ao público antes de a peça começar. Um gentleman.

Quebra-cabeça 3
O comentário no coquetel de Puzzle (D) era um só: o talento de Magali Biff no palco.

Opinião de Hirsch
Falando em Felipe Hirsch, o diretor ficou estarrecido ao ver a Beija-Flor vencer o Carnaval carioca com patrocínio do ditador sanguinário da Guiné Equatorial: “Abro meu computador e leio a seguinte notícia: ‘Beija-Flor é a campeã de 2015; Ditadura africana bancou o enredo’. Procuro ler outras matérias sobre o assunto e, sinceramente, acho que nosso País já está cavando o fundo do poço”.

Rodolfo García Vázquez acha que o problema do Carnaval é bem maior do que a ditadura da Guiné – Foto: Bob Sousa

Opinião de Vázquez
Rodolfo García Vázquez, diretor do Satyros, também comentou a polêmica sobre a vitória da Beija-Flor com a grana da ditadura africana: “Quem reclama do ditador africano que financiou o desfile da Beija-Flor não entende nada de Carnaval brasileiro. Tráfico de drogas, crime organizado, lavagem de dinheiro de governos estaduais, jogo do bicho, tudo isso sempre esteve por trás do maior Carnaval do mundo. Sem falar do reforço ao machismo e da mercantilização do corpo da mulher na figura da Globeleza e nas disputas sanguinárias das madrinhas de baterias pela autopropaganda. Guiné Equatorial é fichinha perto de tudo isso”.

Coisas do Brasil
Mudando de polêmica, enquanto o Brasil inteiro está assombrado porque uma mulher usou um top de renda no trem, tem político em Brasília tentando tirar direitos legais das minorias sociais. E com isso ninguém se espanta.

Gente do teatro
O ator e diretor Rodolfo Lima não para quieto. Ele acaba de fazer o projeto Em Busca de um Indivíduo Cênico, que integra seu projeto de investigação do teatro gay na Casa Contemporânea, em São Paulo. Veja aí, abaixo, ele, de azul escuro, no meio, com os outros artistas que participaram do encontro. Uma alegria só.

Rodolfo Lima e os artistas do projeto Em Busca de um Indivíduo Cênico, na Casa Contemporânea – Foto: Divulgação

 

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1 Resultado

  1. Phillipe disse:

    Acho que os teatros deveriam proibir esse tal instrumento para tirar “Selfies” até porque isso é de uma chatice só. E também, por uma questão de elegância e civilidade, as pessoas deveriam desligar os aparelhos celulares durante as peças. É irritante querer prestar atenção com alarme de telefone celular alheio disparando, gente que fica fofocando e que se esquece que os atores estão atuando no palco (para que foi, então?) e gente que fica com o celular brilhando feito lanterna durante a peça.

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