Peça expõe desertores e questiona força policial

Peça do Teatro de Narradores quer discutir a força bruta ainda presente na sociedade – Foto: Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

As influências da ditadura militar no comportamento atual da polícia brasileira foram fonte de pesquisa para a peça Ensaio sobre a Esquadronização Geral, que o grupo Teatro de Narradores estreia neste sábado (23), no Teatro Ágora, em São Paulo.

A obra tem dramaturgia e direção de José Fernando de Azevedo e é inspirada no livro Retrato Calado, do filósofo Luiz Roberto Salinas Fortes (1937-1987), ex-professor da USP (Universidade de São Paulo).

Ao lado de nomes como o do diretor do Oficina José Celso Martinez Corrêa e do escritor Ignácio de Loyola Brandão, ele fez parte da geração de jovens que partiu de Araraquara, no interior paulista, rumo a São Paulo na década de 1950 e viram, a partir da década de 1960, os horrores da ditadura militar. No livro que deu origem à peça, Salinas conta o período de tortura que sofreu entre 1970 e 1974.

O espetáculo foca na história de quatro soldados desertores que vivem na clandestinidade e esperam uma nova mobilização. Para fazer a obra, o grupo partiu da pergunta: “O que resta da ditadura?”. A forte repressão policial aos protestos recentes no País serviram também para provocar os artistas. “O esforço agora é o de interrogar sobre o tempo presente, sem que isso nos devolva uma revisão melancólica do passado”, afirma o diretor.

Ensaio sobre a Esquadronização Geral
Quando: Sábado, 21h; domingo, 19h. Até 28/9/2014
Onde: Teatro Ágora (rua Rui Barbosa, 672, Bela Vista, São Paulo, tel. 0/xx/11 3141-2772)
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
Classificação etária: 14 anos

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1 Resultado

  1. Phillipe disse:

    É correto lembrar os horrores da ditadura, entretanto, acho que alguns vínculos não permaneceram. A configuração da sociedade atual é outra. A polícia não deve ser repressora. Fato! Porém ela deve agir – e isso é dever e direito dela – para salvaguardar o direito alheio e a paz e ordem sociais. Assim, deveriam fazer também peças mostrando o outro lado da moeda: a violência gratuita, a depredação de patrimônio público, a conduta vândala irresponsável e criminosa. Os policiais não devem ser demonizados, pois eles são amigos da sociedade. Se temos segurança, é porque existe policiamento. Se ocorre excesso, há a competente punição. Sou radicalmente contra a banalização da violência e à glamourização do vandalismo. Se as pessoas são tão duras para denunciar supostas arbitrariedades policiais, deveriam agir com igual rigidez para cobrar que os vândalos paguem por seus crimes. Afinal, o que pode para um deve também poder para todos.

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