Reunião secreta de partido pode mudar o destino do País e dos personagens de Abnegação
Quatro homens e uma mulher vão tomar uma decisão que pode mudar o destino do País e de suas vidas e as consequências podem ser catastróficas. Em Abnegação, na calada da noite, membros de um partido político discutem o que fazer sobre um acontecimento do passado que veio à tona.
São quatro da manhã, em um local remoto, com muitas garrafas de bebida. Eles se desesperam, bebem e até dançam o arrocha Vem Ni Mim, Dogde Ram, sucesso de Israel Novais. Só no segundo ato, o público vai descobrir o que a decisão do grupo acarretou na vida daquelas pessoas.
O espetáculo do Tablado de Arruar tem texto de Alexandre Dal Farra, que divide a direção com Clayton Mariano. No elenco estão André Capuano, Alexandra Tavares, Carlos Morelli, Vinicius Meloni e Vitor Vieira. A peça dá continuidade à pesquisa feita em Mateus 10, que ganhou o prêmio Shell de melhor autor para Dal Farra.
Clayton diz que a direção privilegia o texto e a interpretação.
— Nosso foco está no ator e na dramaturgia. Isso já é uma marca do nosso trabalho. Durante os ensaios trabalhamos muito com a improvisação, com o jogo em cena e com a concepção de cada personagem. Trazemos o texto e uma ideia geral das características que cada uma daquelas personagens carregam. E assim, vamos criando a atmosfera, o ambiente, a sensação de que alguma coisa está acontecendo, dos conchavos e complôs tão característicos do jogo político.
O autor do texto não esconde a inspiração no atual momento político do Brasil e o que o eleitor viu após a ascensão do PT (Partido dos Trabalhadores) ao poder.
— Creio que esse lugar singular que o PT ocupa gera um tipo de contradição que influi nos seus integrantes de forma interessante. Embora sejam pessoas profundamente abnegadas, com um passado de militância política, agora estão envolvidos em jogos de poder que contradizem aquilo que inicialmente buscavam. Isso gera uma certa maneira de se relacionar com o poder, a meu ver bastante particular.
Abnegação
Quando: Sextas e sábados, 20h30, domingos, 19h30; até o dia 30 de março
Onde: Espaço Cênico Ademar Guerra – Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1000, Paraíso, São Paulo, tel. 0/xx/11 3397-4002)
Quanto: R$ 10
Classificação indicativa: 14 anos
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Peça questionadora. Muito bom!