Crítica – Peça carioca Sonhos de um Sedutor é Woody Allen divertido, mas sem profundidade

Luana Piovani, George Sauma, Heitor Martinez e Georgiana Góes em Sonhos de um Sedutor – Foto: Matheus Cabral

Por Átila Moreno, no Rio*
Especial para o Atores & Bastidores

Adaptar uma obra de Woody Allen já é uma responsabilidade tamanha. Imagine quando a trama traz um protagonista que carrega o alter-ego desse cineasta e dramaturgo norte-americano.

Coube ao diretor Ernesto Piccolo essa difícil missão em Sonhos de um Sedutor, que está em cartaz no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro.

A peça foi encenada em 1969. Três anos depois, Woody Allen levou a história para os cinemas e também interpretou o personagem principal, com a direção de Herbert Ross.

Na montagem brasileira, George Sauma, que ficou conhecido na série Toma Lá Dá Cá, dá vida a Allan Felix,  um crítico de cinema, fã dos clássicos, que se encontra angustiado, após ser abandonado pela mulher. O ator se sai bem quando o texto exige o lado cômico e sua caracterização se assemelha bastante ao próprio Woody Allen.

Diane Keaton e Woody Allen em versão carioca: Luana Piovani e George Sauma – Foto: Matheus Cabral

Georgiana Góes, que ficou famosa pela série Confissões de Adolescente, faz a namorada e também se debruça em outras seis mulheres, que entram na lista de conquistas desse novo solteiro. A atriz é o ponto alto do espetáculo.

Para enfrentar a solidão, a estratégia de caça é criada pelo casal de amigos, Dick (Heitor Martinez) e Linda (Luana Piovanni, que domina muito bem o papel que foi de Diane Keaton). Só que Allan não contava que iria se apaixonar pela esposa do melhor amigo.

O time de ajuda se completa com Rick,  do filme Casablanca, de 1942. É isso mesmo. Bem ao estilo Woody Allen, o personagem sai da televisão para dar conselhos ao tímido e desiludido amante. Heitor Martinez é quem se desdobra no palco para dar vida a esse co-protagonista, que foi eternizado pelo galã Humphrey Bogart.

E as referências ao clássico filme não param por aqui. Play it Again, Sam, título original da peça, se origina de Play it, Sam,uma das frases da atriz Ingrid Bergman na trama.

Por meio das desilusões amorosas, é que Allan tenta entender, escapar e dominar um jogo ao qual ele sempre perde. Woody Allen deu a exata projeção de como é problemático esse tabuleiro de sedução para as pessoas inseguras.

Talvez tenha faltado a esta montagem brasileira uma maior dimensão dramática.  Sonhos de um Sedutor funciona como comédia. O elenco é afinado, o cenário casa com ambientação intimista do personagem principal e o figurino segue esse mesmo estilo.

Mas falta algo, e é, justamente, no aprofundamento das relações amorosas ao qual Allan tenta costurar.

*Átila Moreno é jornalista formado pelo UNI-BH e tem pós-graduação em Produção e Crítica Cultural pela PUC Minas.

Sonhos de um Sedutor
Avaliação:
Bom
Quando:
 quinta, sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. 75 min. Até 15/12/2013
Onde:
 Teatro Ipanema (r. Prudente de Moraes, 824, Ipanema, Rio, tel. 0/xx/21 2267-3750)
Quanto:
 R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada)
Classificação etária:
 livre


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2 Resultados

  1. Felipe disse:

    O elenco é bom e o texto é interessante. Talvez tenha faltado química.

  2. César Chater disse:

    Gostei muito do ator George Sauna este fez a diferença.

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