Por trás do pano – Rapidinhas teatrais

Aquela cheirada no cangote: Maria Casadevall é agarrada por Robson Catalunha – Foto: André Stefano

Por Miguel Arcanjo Prado

O chapéu de Maria
Maria Casadevall resolveu brilhar nas Satyrianas 2013. Além de ter distribuído bitocas em todos os coleguinhas do teatro alternativo, a integrante mais famosa do grupo Os Satyros ficou na boca do povo por conta dos chapéus carnavalescos que usava em cada aparição. Como se houvesse jeito de alguém não notá-la, né? A moça ganhou até cheirada no cangote do amigo Robson Catalunha, produtor geral do evento. Danado.

Público
Segundo a organização, as Satyrianas 2013 teve público de 50 mil pessoas. Foram 2.500 artistas participantes em 227 atrações em mais de 500 apresentações realizadas em cerca de 50 espaços de São Paulo entre os dias 14 e 17 de novembro; 130 pessoas trabalharam diretamente no evento. Foram 78 horas de festa. Lembrando que a primeira Satyrianas aconteceu em 1991. Ai, como o tempo voa!

Amigos do peito
Ivam Cabral ficou de braços dados o tempo todo com Maria Casadevall, andando do Satyros Um até o Parlapatões e vice-versa. Houve quem pensasse que fosse uma performance. Eita.

Cadê a gelada?
Chamou a atenção a falta de tino comercial do povo da praça Roosevelt. Durante as Satyrianas, a maioria das cervejas sempre estava quente. Preguiça…

Além de cantar músicas de Renato Russo no fim das Satyrianas, Thiago Mendonça também fez desenhos dos atores do grupo Os Satyros para distribuir ao público das Satyrianas – Foto: André Stefano

O autor
A coluna descobriu quem é o autor dos desenhos de Phedra D. Córdoba e de outros integrantes dos Satyros que apareceram sob forma de adesivo na praça Roosevelt durante as Satyrianas: é o ator Thiago Mendonça, que fez recentemente Renato Russo no cinema e que agora não desgruda da trupe paulistana. O menino é multitalentoso.

Falando nele…
Thiago fez o show de encerramento das Satyrianas com uma banda de garagem no Satyros III (sim, o antigo bar Rose Velt agora tem este nome). Chamou a atenção a sujeira e o descompasso do som dos meninos. Nada mais underground. Pena que o show durou tão pouco. Quando o povo começou a se empolgar, inventaram de entregar o troféu Garotas Satyrianas… Ai, ai…

Cléo De Páris e Maria Casadevall: juntinhas em cima da caixa no fim das Satyrianas – Foto: André Stefano

Para o alto e avante
Ah, durante o show, Maria Casadevall e Cléo De Páris subiram em uma caixinha para ficar em nível mais alto do que os pobres mortais.

Abre a porta, mariquinha!
Falando em pobres mortais, antes de o show começar para todos, o Satyros III ficou fechado só para a turma dos Satyros assistir à passagem de som. O público ficou quase meia hora além do horário marcado do lado de fora, vendo os VIPs saltitarem pelo vidro. A porta só abriu quando a classe operária reclamou e exigiu a abertura da porta, já que o show estava divulgado como livre e no horário das 22h30. Xi…

Nervosa
Em uma das sessões de Édipo na Praça nas Satyrianas, Cléo De Páris, a Jocasta da peça, estava revoltada porque o som não funcionava direito durante a música que canta na obra, a breguíssima Evidências. Bateu o pé e disse que só faria seu grande número quando tudo funcionava perfeitamente. O povo da técnica ficou em polvorosa.

Gritos
Óscar Silva, por sua vez, ouviu gritos de “gostoso” de algumas moças em faniquito na cena em que seu Édipo faz sexo com Jocasta em plena praça, logo após Cléo cantar.

De onde veio tanta gente?
Quem estava acostumado a ver o coro mais minguado de Édipo na Praça, ficou impressionado com mais de cem integrantes que surgiram para a última apresentação das Satyrianas, no domingo (17). Até o ator Adanias Souza, que viveu o judeu Schulzz no musical Cabaret, em julho deste ano, estava lá cantando em Tebas. A peça ainda terá mais duas apresentações: 1º e 8 de dezembro de 2013, às 20h, no Satyros I.

Bebum
Um bêbado desceu as escadas da plateia dos Parlapatões, em plena sessão de A Casa Amarela nas Satyrianas, com Gero Camilo, e tentou fazer xixi na coxia. Foi um Deus nos acuda!

Agenda Cultural da Record News (toda sexta, meio-dia, ao vivo)

O funcionário do Teat(r)o Oficina Flávio Santos: ele ainda não pensou em atuar – Foto: Eduardo Enomoto

Nos bastidores do Oficina
Olhaí, acima, o Flávio Santos, na plateia do Teatro Oficina, onde o moço trabalha há quatro anos, cuidando para que tudo esteja limpo e em ordem. A coluna, que esteve por lá nesta semana, quando o nosso fotógrafo Eduardo Enomoto fez o clique, perguntou ao rapaz se ele já pensou em ser ator. Ele disse que ainda não. Agora não vão faltar convites…

Quase global
Falando em convite, Raul Barretto, dos Parlapatões, foi chamado para fazer a próxima novela das seis da Globo, dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Está podendo.

Formando
Leandro Nunes defende seu trabalho de conclusão de curso em jornalismo, na Universidade Anhembi Morumbi, na próxima segunda (25). Ao lado de Helena Yamagata,  e Italo Rufino, fez uma grande reportagem sobre o Teatro da Vertigem para uma edição especial da revista Samuel. O nome da matéria é Vertigem – Cena em Desequilíbrio. Coisa boa.

Conversa de mineiros
O Cine Theatro Brasil, que ficou fechado 15 anos e foi reinaugurado recentemente, abriga só até domingo os painéis Guerra e Paz, de Portinari, na praça Sete, em Belo Horizonte. Quem está na capital mineira tem de ir. De 10h às 19h, com entrada gratuita. A dica é do ator mineiro radicado no Rio Otto Jr. Inteligentíssimo, por sinal.

A viagem
A peça paulistana Inferno na Paisagem Belga será apresentado no 9º Festival de Teatro de Fortaleza, no Ceará, às 22h desta segunda (25), no Teatro Antonieta Noronha. Boa viagem.

Marcelo Marcus Fonseca e Ivam Cabral: livros novos no mercado – Fotos: Bob Sousa

Me dá que eu dou
No dia seguinte, terça (26), Ivam Cabral lança o livro de crônicas Terras de Lá e Cá, pela editora Giostri, na SP Escola de Teatro da praça Roosevelt, às 18h30. No mesmo dia e horário também serão lançados a revista A[L]BERTO e o projeto Chame Cacilda, uma rede virtual de colaboração entre a gente do teatro. Tipo troca-troca.

Mais livro
Também na terça (26), Marcelo Marcus Fonseca lança seu segundo livro: De Dionísio para Koré, pela editora Kazuá, às 20h, na sede do Teatro do Incêndio (r. Santo Antônio, 723, Bela Vista, São Paulo). Ele manda convidar todo mundo.

Stanislavski 150
Ney Piacentini manda avisar que os 150 anos de nascimento de Constantin Stanislavski, o grande mestre teatral eslavo, serão comemorados com um seminário entre 10 e 12 de dezembro de 2013 na SP Escola de Teatro. O evento tem parceria do Centro ITI Brasil (International Theater Institute), ligado à Unesco, e do Sated-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado de São Paulo). A entrada é gratuita. Inscrições e informações pelo e-email: secretaria@itibrasil.org.br.

Cacá no CCSP
Entre 10 de dezembro de 2013 e 7 de fevereiro de 2014, o grande ator Cacá Carvalho dará a oficina grátis A ação vocal no trabalho do ator – Uma experiência a partir de Rei Lear, de Shakespeare no Centro Cultural São Paulo.

Debate
A situação do negro no Brasil será discutida no dia 14 de dezembro, a partir das 9h, no auditório Paulo Emílio da Escola de Comunicação e Artes da USP, na Cidade Universitária. A entrada é gratuita.

Lembrar para não esquecer
Falando em situação do negro, a peça Negrinha, na qual uma senzala é recriada, volta ao cartaz neste sábado (23), no CIT Ecum. A obra tem Sara Antunes, dirigida por Luiz Fernando Marques do Grupo XIX.

Ed Moraes (à esq.) e Daniel Tavares estão em Limpe Todo o Sangue Antes que Manche o Carpete, no CIT-Ecum – Foto: Divulgação

Dose dupla
O dramaturgo carioca Jô Bilac está em cartaz em dose dupla no CIT-Ecum. Além de Caixa de Areia, que tem Taís Araújo no elenco, ele também é autor de Limpe Todo Sangue Antes que Manche o Carpete, com a Cia. dos Inquietos de Ed Moraes, em cartaz por lá quintas e sextas, 21h. O ingresso é R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia-entrada.

Pintura íntima
Falando em CIT-Ecum, a coluna flagrou, aí abaixo, o contrarregra do espetáculo Caixa de Areia, Marcel Formiga, mineiro radicado no Rio e a trabalho em Sampa, pintando de preto uma escada que serve de cenário à obra. O clique é de Bob Sousa.

Marcel Formiga pinta a escada do cenário da peça Caixa de Areia, no CIT-Ecum – Foto: Bob Sousa

Sucesso
A peça Contrações, com Débora Falabella e Yara de Novaes dirigidas por Grace Passô (é quase uma Inconfidência Mineira) foi prorrogada até 21 de dezembro de 2013 no CCBB de São Paulo. Tem de ir porque é ótimo.

Coisas do nosso tempo
Duas peças em São Paulo abordam as lembranças do passado tão recorrente na terceira idade. A primeira é Florilégio Musical II – Nas Ondas do Rádio, em cartaz até 8 de dezembro de 2013 na Casa Brasileira. No elenco, estão Mira Haar, Carlos Moreno e Patrícia Gaspar. Todos sob direção de Elias Andreato. A segunda é Duas Mulheres que Dançam, com Karin Rodrigues e Amazyles de Almeida, sob direção de José Sebastião Maria de Souza. Até 15 de dezembro no Teatro Eva Herz, dentro da Livraria Cultura da avenida Paulista. Anotou?

Caneta de ouro
A saudosa Tatiana Belinky fez a tradução da peça A Esposa e a Noiva, ao lado de Maria Aparecida Botelho Pereira Soares. A obra estreia nesta sexta (22), no Sesc Pinheiros, com direção de Antonio Gilberto e Luciana Fróes em cena. Vai até 21 de dezembro de 2013, sexta e sábado, 20h30. Aviso dado.

Cartografia do Abismo: peça baiana com Caio Rodrigues acontece em um forte de Salvador – Foto: Filipe Cartaxo

Menino do forte
Estreia nesta sexta (22), em Salvador, o espetáculo solo Cartografia do Abismo, com o ator baiano Caio Rodrigues. A direção é de Luís Alberto Alonso. A peça acontece em um espaço inusitado: o Forte do Barbalho, construído em 1638. Sempre sexta, sábado e domingo, 20h, até 1º de dezembro de 2013. A obra foi inspirada em Antonin Artaud (1896-1948) e Vincent Van Gogh (1853-1890). O ingresso é R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada). Os baianos têm de ir.

Na prensa
Olhaí, abaixo, que bonito o livro Retratos do Teatro, de Bob Sousa, da Editora Unesp, sendo impresso na gráfica. O lançamento é nesta quarta (27), 20h, no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo. Vai bombar.

Livro Retratos do Teatro, de Bob Sousa, sendo impresso, em imagem exclusiva da coluna – Foto: Tiago Cheregati

Curta nossa página no Facebook!

Leia também:

Fique por dentro do que rola no mundo teatral

Descubra tudo o que as misses aprontam

Tudo que você quer ler está em um só lugar. Veja só!

Please follow and like us:

3 Resultados

  1. luana disse:

    ou seja, todash querem ser globaish! tadinha da maria sugadérrima 🙁

  2. Felipe disse:

    A classe operária não está indo ao paraíso? Os Satyros estão ficando elitizados? “Impeachment” neles já!

  3. Felipe disse:

    1. Realmente não entendi esses chapeuzinhos carnavalescos da Casadevall.
    2. Thiago Mendonça realmente é multitalentoso.
    3. Por favor, corrija a parte intitulada “Nervosa”. Onde se lê “funcionava”, creio que você quis dizer “funcionasse”.
    4. Ótimas fotos do Marcel Formiga e Caio Rodrigues. Parabéns aos fotógrafos!
    5. Muito feliz de ver o livro de Bob Sousa já sendo impresso na gráfica. O Teatro brasileiro agradece!

Deixe um comentário para luana Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *