Caso Isabella Nardoni vira peça de teatro

Dramaturgo Lucas Arantes escreveu espetáculo inspirado no caso da menina Isabella – Foto: Bob Sousa

Por Miguel Arcanjo Prado

Um crime que chocou o Brasil acaba de virar espetáculo teatral nas mãos do dramaturgo Lucas Arantes, de Ribeirão Preto (SP). 

Ele se inspirou no caso da menina Isabella Nardoni para criar a peça Edifício London – o nome é uma referência ao prédio na zona norte paulistana de onde a garota foi jogada. 

O espetáculo ganha forma de livro, lançado pela Editora Coruja, especializada em publicar textos inéditos na Coleção Rascunho. 

O texto já ganhou encenação em Ribeirão Preto pelo grupo Os Satyros, com direção Fabrício Castro e coordenação de Rodolfo García Vázquez, que assina o texto de apresentação do autor da obra.

A previsão é que a peça Edifício London faça temporada na capital paulista em março de 2013.

Samira Lochter será a madrasta de Isabella

A atriz Samira Lochter vai interpretar a personagem inspirada na madrasta da menina Isabella, Ana Carolina Jatobá, condenada pelo crime, assim como o pai, Alexandre Nardoni.

Arantes conta que, por meio da peça, seu objetivo é “discutir o papel da arte como crônica de seu tempo”.

A Coleção Rascunho ainda traz o livro Nada Não, Só Câncer, de José Chiavenato, e Outras Histórias, de Ruy Marques Ferreira.

O preço é barato. Cada livro custa apenas R$ 10 e pode ser comprado pela internet.

Veja, abaixo, um trecho da peça Edifício London, de Lucas Arantes:

“O jornal é uma espécie de psicólogo social. Quando uma tragédia anunciada ocorre, ele busca organizar o luto de uma sociedade inteira. A notícia é a presentificação de um marco. Quanto mais tempos os noticiários anunciam um fato, mais marcante esse acontecimento é. A diferença é que o luto não é eterno. Com o tempo, outras fissuras vão sendo criadas na sociedade, novos acontecimentos que os jornais precisam falar. Eventualmente, algumas tragédias são lembradas em datas comemorativas como um marco para suplantar a dor dessa falha social, desse bolo de pessoas que se reuniram para tentar fugir da morte. Aos poucos, nós vamos esquecendo e os jornais também. Mas quando o jornal não dá conta de suplantar o mistério, de esclarecer os motivos, de responder as perguntas de um acontecimento, a arte tenta cumprir o seu papel de eternizar o enigma.”

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4 Resultados

  1. Roberta disse:

    Achei péssimo! Que idéia para peça! Será que a mãe da menina sabe disso?Cda uma!

    • Miguel Arcanjo Prado disse:

      Roberta, obrigado pela leitura. A arte pode e deve retratar seu tempo. Defender que uma ideia de espetáculo não possa ser executada significa censura. E que bom que o Brasil já saiu deste triste período. Abraços!

  2. Mônica disse:

    Péssimo gosto e ganhos às custas da dor alheia… “cultura” baseada em tragédia familiar é no mínimo mal gosto… que tal alguma coisa mais intelectualmente aproveitável ? sabemos que é mais difícil mas profundamente mais sensata… pobre o país que faz da dor diversão… qual será a próxima peça desse “dramaturgo”: Eloá, Gil Rugai, Suzane Richthofen ??? vasto material de pesquisa, não é ??? Meu DEUS, ajude esse nosso pobre país pobre…

  3. NARA disse:

    HORRIVEL QUE ESTAO FAZENDO ,EU COMO MAE E QUE PERDI MINHA FILHA NUMA TRAGEDIO O QUE MENOS QUERO OUVIR É SOBRE O DIA E SOBRE COMO ELA ESTAVA ,ESSA MAE DEVE ESTAR SOFRENDO,COM ESSA SITUAÇAO,SERA QUE ESTA GENTE NAO VE ISTO HORRIVEL

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