Em Cena 2025 reúne 21 peças grátis vistas por 1 milhão de pessoas nos teatros da Prefeitura de São Paulo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O fim do ano pede uma pausa para ir ao teatro! E o melhor: não pagar nada e ver grandes obras de 2025. A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresenta a segunda semana da mostra tradicional de teatro “Em Cena 2025”, que traz alguns dos principais espetáculos deste ano, que reuniram cerca de 1 milhão de pessoas durante o ano, em temporada pelo país. Entre os destaques estão Dois Papas, espetáculo vencedor em Teatro Drama do Prêmio Arcanjo 2025, e Pai Contra Mãe Ou Você Está Me Ouvindo, espetáculo vencedor em Teatro Contemporâneo do Prêmio Arcanjo 2025.


O Blog do Arcanjo apresenta todos os espetáculos, datas e locais:
Em Cena 2025
Restinga de Canudos
Quando: Sexta (12) e sábado (13), às 20h e domingo (14), às 19h
Onde: Teatro Alfredo Mesquita, Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Sinopse: A Cia do Tijolo enxerga as ruínas de Canudos, cidade submersa, e mergulha nas águas do açude de Cocorobó em busca das histórias de suas gentes. Para além da visão de Euclides da Cunha e da narrativa do massacre, o espetáculo recria, a partir dos olhos de duas professoras, uma comunidade viva, forte, próspera e vitoriosa na invenção de formas próprias de existência. Restinga de Canudos traz professoras, beatos fazendo reza, guerra e festa numa Canudos recriada para o tempo presente.

Pai contra mãe ou você está me ouvindo
Quando: Sexta (12) e sábado (13), às 21h e domingo (14), às 19h
Onde: Teatro Paulo Eiró, Avenida Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro
Sinopse: Um narrador nos conta a história de Zaíra da Conceição, mulher, negra, retinta, grávida, e de Osvaldo, homem, negro, que acabou de se tornar pai. Uma está desempregada, outro acabara de conseguir emprego em uma rede de varejo. Zaíra sofre uma acusação infundada de roubo no supermercado. Zaíra e Osvaldo, então, pai contra mãe lutam.
Mural da memória
Quando: Sábado (13) e domingo (14), às 20h
Onde: Teatro Arthur Azevedo, Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Sinopse: Quando a Lei de Anistia é revogada, os desaparecimentos ocorridos na Ditadura começam a ser julgados e um General 4 Estrelas é o primeiro a responder diante do tribunal. Pelos depoimentos das testemunhas, conhecemos histórias de três pessoas completamente diferentes entre si: um locutor de rádio, uma militante da luta armada e uma prostituta travesti. Suas vidas se entrelaçam numa dramaturgia muralista que conclui a pesquisa de 11 anos do LABTD.
Um clássico: matou a família e foi ao cinema
Quando: Sexta (12), sábado (13) e domingo (14), às 17h
Onde: Teatro Arthur Azevedo, Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Sinopse: Em um país onde cinemas se transformaram em igrejas pentecostais, dois filmes brasileiros pioneiros, lançados em 1968 e 1969, abordam temas homoafetivos. Essas histórias pertencem a um passado conservador em preto e branco ou são presságios de um presente tingido de sangue? Os clássicos de Júlio Bressane e Djalma Limongi (1950-2023) se encontram na fricção entre cinema e teatro, dando forma a uma experiência única. O público recria a narrativa, mesclando o que foi filmado com o que acontece ao vivo. Dois filmes, uma peça, duas mulheres, dois homens e um narrador entrelaçam passado e presente na busca por um futuro mais diverso.
Língua
Quando: Sábado (13), às 18h e 21h e domingo (14), às 19h
Onde: Teatro Cacilda Becker, R. Tito, 295 – Lapa
Sinopse: Em “Língua”, uma mãe prepara uma festa de aniversário para seu filho surdo que cresceu rodeado de pessoas ouvintes. O encontro, que reúne um pequeno grupo de amigos do rapaz, revela não só afetos, dilemas e a diferença cultural entre eles. Além disso, convida-nos a perceber como lidamos com a distância entre aquilo que se sente e a tentativa de dizê-lo.
Serei sereia?
Quando: Sábado (13) e domingo (14), às 16h
Onde: Teatro Arthur Azevedo, Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Sinopse: A menina Inaê nasceu com um grande desafio: ela não pode andar. Sua mãe, então, conta uma história em que, Inaê é uma sereia, e por isso jamais poderia andar como os humanos. A Cia, com sensível poesia, contará a trajetória da menina no caminho do entendimento dos limites entre a fantasia e realidade, bem como a luta da sua mãe para que ela se fortaleça e possa crescer de forma forte e saudável.
Cidade brinquedo
Quando: Sábado (13) e domingo (14), às 16h
Onde: Teatro Paulo Eiró, Avenida Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro
Sinopse: Um dia, um conjunto de crianças convidou o grupo Esparrama a imaginar: “E se a cidade fosse um brinquedo?” Viver onde se brinca, brincar onde se convive. Inventar, festejar e acolher as várias formas de existir, enquanto compartilhamos um brinquedo do tamanho da cidade inteira. Ou seja, inaugurar a CIDADE-BRINQUEDO! Para isso, o grupo de palhaços abre um “portal das novas ideias” no meio da cidade e transforma o espetáculo em um verdadeiro experimento, uma ocupaçãobrinquedo, guiada pelo lema: “Brincar, brincar, brincar até a cidade virar brinquedo!”
Favela de barro – instáveis moradias em queda
Quando: 19 e 20 de dezembro, às 21h e 21, às 19h
Onde: Teatro Cacilda Becker, R. Tito, 295 – Lapa
Sinopse: “Minha avó disse mangue-preto também água…” Da planta espinhenta a lugar de muitos povos, o espetáculo em processo “Favela de Barro – Instáveis Moradias em Queda” se estrutura por meio da pesquisa, criação coletiva e montagem em espaço alternativo trabalhando as temáticas periféricas que envolvem a formação do território das favelas, o processo de desapropriação das terras, as heranças étnico-culturais e seus reflexos nos cotidianos das cidades. No ato circular movido pelos elementos, as múltiplas linguagens são ferramentas de construção da peça teatral, que também busca tencionar as noções tradicionais do fazer teatral. Afinal, somos Corpos-Favelas pulsando, 013 Cubatão no verso, pouco tempo pra entender que aqui nois é de verdade.

Dois papas
Quando: 19 e 20 de dezembro, às 20h e 21, às 19h
Onde: Teatro Arthur Azevedo, Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Sinopse: O cardeal argentino Jorge Bergoglio está decidido a pedir sua aposentadoria devido a divergências sobre a forma como o Papa Bento XVI tem conduzido a Igreja. No entanto, ele é surpreendido por um convite pessoal que mudará seu destino: um encontro com o próprio Papa. Bento XVI considera renunciar ao papado devido às crescentes pressões e desafios enfrentados pela instituição. Eis que Bergoglio, antes de anunciar sua saída, emerge como um candidato improvável para sua sucessão. Agora, juntos, eles precisam superar suas diferenças e trilhar um novo caminho. Nesse encontro fascinante, visões de mundo se chocam e segredos são compartilhados. A trama, então, segue por um rumo inesperado e Bergoglio se depara com uma oportunidade que pode alterar o curso da Igreja.
Peça para salvar o mundo
Quando: 19 e 20 de dezembro, às 21h e 21, às 18h
Onde: Teatro Arthur Azevedo, Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Sinopse: Uma máquina foi programada para salvar a humanidade de sua autodestruição, e precisa coletar informações do público a fim de criar estratégias para enfrentar os desafios mais urgentes da humanidade como epidemias, crise climática, intolerância social e a incerteza quanto ao futuro. Para isso, se comunica com o público através de um avatar que vai assumindo feições de robô, mulher, homem, criança e idosa. Ele vai mudando e se adaptando aos temas e ambientes. Este avatar quer aprender a sentir, e colhe depoimentos dos espectadores (que quiserem) numa conversa intimista e informal.
Derrama
Quando: 19, 20 e 21 de dezembro, às 17h
Onde: Teatro Alfredo Mesquita, Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Sinopse: Derrama é um espetáculo musical que traz um olhar poético sobre águas e tempo, traçando um paralelo entre o universo feminino e os rios.
Podemos voar sem asas
Quando: 20 e 21 de dezembro, às 16h
Onde: Teatro Cacilda Becker, R. Tito, 295 – Lapa
Sinopse: A peça, um espetáculo teatral com bonecos, conta a história de uma princesa cadeirante, a Princesa Tetê, que sonha em voar e ver o mundo para conhecer novas histórias. Vivendo em uma cadeira de rodas, ela não consegue ir para muito longe, mas com o intuito de agradar sua filha, o Rei Lelê e a Rainha Sissí convocam artistas e contadores de histórias de várias partes do mundo para trazer alegria para a princesa. Assim, a Princesa Tetê embarca em uma jornada mágica e multicultural.
O Sítio do Vovô Hermeto
Quando: 20 e 21 de dezembro, às 16h
Onde: Teatro Alfredo Mesquita, Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Sinopse: Espetáculo híbrido que combina música ao vivo, teatro de bonecos e dança para apresentar às crianças a obra lúdica do músico Hermeto Pascoal, celebrando a criatividade a partir da natureza e da infância.
Criado pelo Silencie Coletivo Percussivo, o musical traz uma narrativa sem falas que envolve música, dança e teatro de formas animadas para estimular o imaginário infantil. A história acompanha duas crianças que, privadas de seus celulares durante férias no sítio do Vovô Hermeto, descobrem um espaço mágico onde a música faz a natureza ganhar vida; folhas caídas, bichos e elementos do campo se transformam em personagens dançantes.
Carta à rainha louca
Quando: 19 e 20 de dezembro, às 21h e 21, às 19h
Onde: Teatro Paulo Eiró, Avenida Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro
Sinopse: A peça musical CARTA À RAINHA LOUCA é uma adaptação da obra literária de Maria Valéria Rezende, concebida e escrita a partir de uma carta verdadeira encontrada pela autora nos arquivos ultramarinos em Lisboa. O espetáculo conta a história de Isabel das Santas Virgens que, isolada num convento em Olinda, escreve uma carta à Rainha Maria I de Portugal, conhecida como Rainha Louca, relatando sua trajetória e denunciando as violências cometidas pelos homens no período do Brasil colônia. Isabel é presa e acusada injustamente por tentar estabelecer na região de Minas Gerais um convento feminino clandestino, quando na verdade tratava-se de uma comunidade criada para acolher mulheres pobres, sem família, sem renda, sem destino: as chamadas ‘sobrantes’.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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