★★★★ Crítica: Moko fascina com equilíbrio ancestral da Trupe Baião de 2 de Guilherme Awazu e Rachel de Boa

Rachel de Boa e Guilherme Awazu, da Trupe Baião de 2, celebram sucesso de Moko no Circos – Festival Internacional Sesc de Circo © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

★★★★
MOKO – TRUPE BAIÃO DE 2
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

@trupebaiaode2

Com mais de uma década de atividades circenses de extrema qualidade, a Trupe Baião de 2, formada pela dupla de exímios artistas Guilherme Awazu e Rachel de Boa, se destaca na cena contemporânea com o fascinante espetáculo Moko sob produção de Gisele Tressi. A encenação fez apresentações no Sesc Vila Mariana, dentro do Circos – Festival Internacional Sesc de Circo, do qual é um dos destaques nacionais. Com estado de presença absoluto, tanto nas acrobacias quanto na perna de pau, suas especialidades, a Trupe Baião de 2 se eleva nesta montagem dirigida por Ronaldo Aguiar. Os artistas vão além da destreza corpórea e fazem um mergulho na ancestralidade afro-indígena com sofisticadas referências, inclusive da arte rupestre da Serra da Capivara no Piauí. Consagrada por sua maestria nas pernas de pau, a obra cria um contexto narrativo que transcende a física do circo. Navegando pelo cosmograma bakongo, uma estrutura circular que ressoa os ciclos da vida — na minimalista proposta cênica de Clau Carmo — , os artistas propõem uma travessia sutil, amparada pelos espíritos “mokojumbies” em uma coreografia que é, ao mesmo tempo, terrena e etérea. A “pernaturgia” — termo cunhado pela Trupe Baião de 2 — é o coração da ação e captura o público em números surpreendentes, com a força graciosa dos corpos em equilíbrio. É preciso destacar os figurinos em camadas de Juliana Bertolini e a sofisticada trilha sonora de Ivan Alves — fusionando raízes africanas com cantos indígenas e ritmos pernambucanos em diálogo com a figura protetora do Moko Jumbie. É o pulsar do Brasil, em sua ampla diversidade, que vemos em cena. Merecedor de circular o Brasil e o mundo, Moko é um espetáculo para ser sentido e respirado em equilíbrio perfeito.

★★★★
MOKO – TRUPE BAIÃO DE 2
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

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Moko, da Trupe Baião de 2, com Guilherme Awazu e Rachel de Boa, é destaque no Circo – Festival Internacional Sesc de Circo: Blog do Arcanjo mostra bastidores

Moko, da Trupe Baião de 2, com Guilherme Awazu e Rachel de Boa, é destaque no Circo – Festival Internacional Sesc de Circo

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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