★★★ Crítica: Chespirito – Sem Querer Querendo tem ótimos atores, mas narrativa confusa e parcial
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
★★★
CHESPIRITO: SEM QUERER QUERENDO
Avaliação: Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Na HBO Max
Chaves, seus vizinhos na vila, Chapolin Colorado e o criador de todos eles fazem parte do inconsciente coletivo latino-americano, no qual o Brasil se inclui, com uma quantidade enorme de fãs. Logo, a série Chespirito: Sem Querer Querendo faz sucesso retumbante na HBO — é a série latino-americana mais vista do streaming —, fruto do carinho do público com essa criação que atravessa gerações. A produção mexicana narra a biografia de Roberto Gómez Bolaños com atores talentosos, uma bela fotografia e direção de arte e também algumas polêmicas e escolhas equivocadas. A primeira — e mais grave — é a montagem: um verdadeiro vaivem temporal que faz com que o espectador se desconecte a todo tempo da narrativa na qual havia terminado de embarcar. O excesso de saltos no tempo gera uma narrativa que cansa e confunde, em um erro da direção. Escrita pelos filhos do retratado, a obra também peca em puxar sardinha por demais para Bolaños e sua primeira família e demonizar por excesso as figuras de Florinda Meza, a Dona Florinda, que foi sua esposa nos últimos 40 anos de vida, e Carlos Villagrán, intérprete do Quico. Ambos tiveram seus nomes trocados para evitar processos judiciais. Meza é pintada como uma sedutora bruxa — o adjetivo surge para defini-la na boca da intérprete Maria Antonieta das Neves, a Chiquinha — que roubou Bolaños de sua mulher e seus seis filhos; Villagrán parece um poço de ambição e ego sem fim; enquanto que Bolaños é o bonzinho da história, sempre seduzido ou traído. E se todos nós guardávamos todos lindas memórias afetivas das férias de Chaves e seus vizinhos da idílica Acapulco, o que vemos na série é que a união fraterna imperava apenas na tela, enquanto que os bastidores das gravações tudo queimava em uma grande fogueira de vaidades e traições. Nada mais show business.
★★★
CHESPIRITO: SEM QUERER QUERENDO
Avaliação: Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Na HBO Max
CHESPIRITO TEM ELENCO TALENTOSO
O elenco de Chespirito: Sem Querer Querendo conta com Pablo Cruz Guerrero no papel principal de Roberto Bolaños e Paulina Dávila como Graciela Fernández, a primeira esposa de Roberto. Bárbara López interpreta a personagem Margatita Ruíz, uma mudança no nome de Florinda Meza, a dona Florinda. O mesmo acontece com Carlos Villagrán, o Quico, que na série se chama Marcos Barragán e é vivido pelo ator Juan Lecanda. Também fazem parte do elenco Miguel Islas, interpretando Ramón Valdés, o Seu Madruga; Andrea Noli, vivendo Angelines Fernández, a Bruxa do 71, e Paola Montes de Oca, como María Antonieta de las Nieves, a famosa Chiquinha. Arturo Bárbara é Rubén Aguirre, o Professor Girafales, e Eugenio Bartilotti vive Edgar Vivar, o Seu Barriga.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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