Valentina Schmidt estreia como atriz no musical Chatô: ‘Vontade de viver aumenta quando estou no palco’ – Entrevista do Arcanjo
VALENTINA SCHMIDT
na Entrevista do Arcanjo
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Valentina Schmidt vive aquela emoção única e tão especial de estrear profissionalmente no palco. E faz isso em um grande espetáculo: Chatô e Os Diários Associados – 100 Anos de Paixão, musical em cartaz até 17 de agosto no Teatro Liberdade, em São Paulo, onde repete o sucesso do Rio. Antes, a carioca de 23 anos já havia estagiado no musical Querido Evan Hansen, no ano passado, também dirigido por Tadeu Aguiar, que, em Chatô, lhe deu a honra de viver dois ícones da cultura brasileira no século 20: a jornalista e escritora Danuza Leão e a atriz e cantora Lolita Rodrigues. A atriz foi o grande destaque nos aplausos na estreia VIP da montagem em São Paulo, quando Valentina chorou copiosamente, invadida por forte emoção, sensibilizando também a toda a plateia, na qual figuravam nomes como Nathalia Timberg. Em entrevista exclusiva ao jornalista Miguel Arcanjo Prado, Valentina Schmidt fala sobre o misto de sensações que lhe invadiu naquele dia, reflete sobre a responsabilidade de viver duas mulheres lendárias e conta o que a levou ao teatro, além de topar passar pelo Raio-X do Blog do Arcanjo. Leia a seguir a Entrevista do Arcanjo com Valentina Schmidt.
Miguel Arcanjo Prado – Como foi criar suas personagens em Chatô, que são duas mulheres tão relevantes para a cultura no século 20: a Danuza Leão e a Lolita Rodrigues? Fale um pouco da sua relação com cada uma delas.
Valentina Schmidt – Quando eu soube que interpretaria as duas, eu imediatamente fui pesquisar. O que mais impressionou foi o fato de elas serem muito jovens quando participaram dos eventos retratados na peça. As duas estavam praticamente na minha faixa etária! A Danuza tinha só 19 anos quando foi convidada para a festa no Castelo de Coberville, e a Lolita tinha 21 na inauguração da TV Tupi. Eu assisti a muitas entrevistas da Lolita, principalmente a icônica que ela deu com a Hebe e a Nair no Programa do Jô, e tudo isso me ajudou a construir essa personagem que tem uma voz e corpo completamente diferente dos meus.
Miguel Arcanjo Prado – Qual a sensação que você sente ao estar no palco?
Valentina Schmidt – A mesma sensação de um atleta exercendo o seu esporte com toda a paixão e alegria do mundo. Eu não pratico esportes, mas assisto e imagino que a sensação deve ser exatamente assim. A vontade de viver aumenta quando estou no palco e eu acho isso um sentimento lindo.
A vontade de viver aumenta quando estou no palco e eu acho isso um sentimento lindo.
Valentina Schmidt
atriz
Miguel Arcanjo Prado – Como você começou no Teatro? Quais trabalhos destaca até este momento?
Valentina Schmidt – Eu sempre fiz aula de canto e comecei a me adentrar no teatro musical depois que eu e minha família assistimos a “Wicked” numa viagem pela Califórnia. Parei as aulas quando cheguei no ensino médio, mas retomei durante a pandemia, dessa vez com o Beto Sargentelli como meu professor, e decidi me inscrever em montagens acadêmicas. Comecei a cursar Artes Cênicas na faculdade, tirei o registro de atriz e, no ano passado, o Tadeu Aguiar me convidou para estagiar no musical “Querido Evan Hansen”. Eu já havia assistido na Broadway, adorei e a oportunidade de trabalhar numa obra que sou fã e com profissionais incríveis no meu país. Foi muito especial.
Miguel Arcanjo Prado – Como foi a temporada no Rio de Chatô? E a de São Paulo, como tem sido? Como é a parceria com o restante do elenco em uma produção tão grande como essa?
Valentina Schmidt – As duas temporadas foram e tem sido um sucesso. O aspecto mais especial é a reação da plateia: de gente que trabalhou nos Diários Associados e pessoas que lutaram contra a Ditadura Militar a quem viveu o nascimento das telecomunicações, como a própria Nathalia Timberg, que nos prestigiou. Quanto ao elenco, são todos competentes, dedicados, bem preparados e entregam tudo de si em todas as sessões.
Miguel Arcanjo Prado – Vi que você se emocionou muito na estreia VIP de Chatô em SP, nessa sessão que estava a Nathalia Timberg, como você mesma já contou. Por que ficou tão emocionada naquela sessão?
Valentina Schmidt – Porque foi um misto de emoções. É o meu primeiro trabalho profissional como atriz e me emocionei de formas diferentes em cada lugar que nos apresentamos. No Rio, pela minha família. Em Belo Horizonte, pelas minhas tias-avós, que me viram em cartaz pela primeira vez. Em Brasília, pelos amigos dos meus pais e o fato de que eles (vulgo meus pais) são de lá. Em São Paulo, por ser o maior polo de teatro musical do Brasil. E naquela noite, tudo isso culminou em uma explosão de alegria e aquela sensação de “caramba, isso realmente está acontecendo.”
Miguel Arcanjo Prado – Por que você faz Teatro?
Valentina Schmidt – Porque eu vejo o Teatro como a melhor maneira de canalizar as minhas emoções. Não é todo dia que podemos participar de outros mundos e dar vida a outras vidas. Isso é sensacional e não troco essa sensação por nada.
Valentina Schmidt no Raio-X do Blog do Arcanjo
Nome artístico: Valentina Schmidt
Instagram: @valentinaschmidt
Data e local de nascimento: 20 de Fevereiro de 2002, no Rio de Janeiro, RJ
Cidade onde mora: Rio de Janeiro
Signo: Peixes
Tempo de carreira: Dois anos
Cor: Roxo
Hobby: Ir ao cinema é considerado um hobby?
Disco: A gravação da Broadway de “The Outsiders” (é uma adaptação do filme do Coppola adaptado do best-seller da S.E. Hinton)
Cantor: Bruno Mars
Cantora: Tina Turner
Banda: Beatles
Filme: Forrest Gump
Série: Friends
Novela: Avenida Brasil
Ator: Tom Hanks
Atriz: Katharine Hepburn
Cidade: Nova York
Praia: A última vez que fui foi à de Copacabana em 2016 na final do meu primo nas Olimpíadas do Rio
Parque: Jardim Botânico
Espetáculo: West Side Story
Humorista: empate entre George Carlin e Hannah Einbinder
Medo: Tubarões
Alegria: Estar com quem eu amo
Teatro Musical é vida!
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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