★★★★ Crítica: Vital – O Musical dos Paralamas tem brilho de Rodrigo Salva e elenco talentoso com história da banda icônica

Rodrigo Salva brilha como Herbert Vianna ao lado de talentoso elenco em Vital – O Musical dos Paralamas no Teatro Sabesp Frei Caneca – Foto: Rafa Marques © Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

★★★★
VITAL – O MUSICAL DOS PARALAMAS
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
sábado, 16h e 20h, domingo, 15h e 19h. Até 22/6/2025.
Teatro Sabesp Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569, piso 7)
Compre seu ingresso!

Há 40 anos, temos a sorte de ouvir a mais brasileira das bandas de rock do mundo: Os Paralamas do Sucesso. A importante efeméride — que terá inclusive show dos próprios Paralamas no Allianz Parque dia 31 de maio — ganha uma homenagem à altura nos palcos, com o envolvente Vital – O Musical dos Paralamas, sob idealização de Gustavo Nunes e Marcelo Pires, sob produção da Turbilhão de Ideias. Após sucesso no Rio, a obra está em cartaz no Teatro Sabesp Frei Caneca, sábados, 16h e 20h, e domingos, 15h e 19h, até 22 de junho. O espetáculo mistura uma viagem no tempo à força de um elenco talentoso e de excelente entrega energética. Na pele de Herbert Vianna, Rodrigo Salva faz uma atuação brilhante ao construir um trabalho diferenciado de composição. Ele não só está a cara de Herbert Vianna, como consegue reproduzir a inconfundível voz do vocalista dos Paralamas, tanto falando como cantando, o que o faz merecedor de indicações a prêmios. Ele está ao lado dos igualmente entregues Gabriel Manita, como o baixista Bi Ribeiro, Franco Kuster, como o baterista João Barone, e Hamilton Dias, como o quarto Paralamas dos bastidores, o empresário José Fortes. Ainda estão no elenco Barbara Ferr, Maria Vitória Rodrigues, Pedro Balu, Ivanna Domenyco, Nando Motta, Herberth Vital e Rodrigo Vechi, que transitam com talento pelo coro e demais personagens. O quarteto central consegue reproduzir a força da amizade que colocou os Paralamas no panteão da música. A dramaturgia de Patrícia Andrade se aproveita da riqueza dramatúrgica da tragédia da vida real e tece a narrativa a partir do fatídico acidente aéreo de 2001, que deixou Herbert paraplégico e ceifou a vida de sua esposa, a jornalista inglesa Lucy Needham. É a partir das memórias do sobrevivente que somos transportados até os anos 1980, para ver o desenvolvimento de uma das mais potentes bandas do Rock Brasil. A direção sensível de Pedro Brício extrai do elenco, especialmente do quarteto protagonista, a energia e a química que sempre foram a marca dos Paralamas, sem cair em uma mera imitação. Há ali a representação da essência. Em relação aos personagens paralelos, este crítico gostaria de fazer uma observação construtiva: há a presença de dois personagens fundamentais para o sucesso internacional dos Paralamas: os roqueiros argentinos Charly Garcia e Fito Paez. Se a presença deles em cena é um acerto, o mesmo não se pode dizer da forma como são representados: a caricatura — o mesmo acontece com Gilberto Gil. Fica a provocação: se os atores que os interpretam fizessem uma pesquisa mais profunda (se isso acontecesse, por exemplo, não colocariam “cariño” na boca de argentinos, já são espanhóis que utilizam a expressão) e uma criação mais fidedigna, tais cenas sairiam do besteirol estereotipado e ganhariam peso. Recado dado, sigamos. A direção musical e os arranjos de Daniel Rocha fazem a música bater profundo no coração do público. Em alguns momentos, como em “Alagados”, a catarse se faz. A cenografia sofisticada de André Cortez, com suas plataformas dinâmicas, e os figurinos de Karen Brusttolin, que evocam a moda masculina dos anos 1980 e 1990, assim como o visagismo de Beto Carramanhos, colaboram para a imersão no universo musical e afetivo. A iluminação de Paulo Cesar Medeiros sublinha as nuances de cada época e emoção. Vital foge da nostalgia fácil e entrega um espetáculo pulsante, que celebra não só a música dos Paralamas, mas a resiliência, a fé e, acima de tudo, o poder transformador de laços verdadeiros. O espetáculo é um verdadeiro brinde emocionante a uma banda que é patrimônio da nossa cultura. Prepare-se para cantar junto e, quem sabe, derramar algumas lágrimas também. Imperdível!

Os atores Pedro Kuster, Rodrigo Salva, Gabriel Manita e Hamilton Dias celebram sucesso de Vital – O Musical no Paralamas – Foto: Rafa Marques © Blog do Arcanjo 2025

★★★★
VITAL – O MUSICAL DOS PARALAMAS
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
sábado, 16h e 20h, domingo, 15h e 19h. Até 22/6/2025.
Teatro Sabesp Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569, piso 7)
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Vital – O Musical dos Paralamas: Miguel Arcanjo mostra os artistas nos bastidores do Teatro Sabesp Frei Caneca com exclusividade!

Vital – O Musica dos Paralamas: Miguel Arcanjo mostra com exclusividade quem já aplaudiu o espetáculo no Teatro Sabesp Frei Caneca em SP

Vital – O Musical dos Paralamas estreia sob fortes aplausos em São Paulo no Teatro Sabesp Frei Caneca

★★★★
VITAL – O MUSICAL DOS PARALAMAS
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
sábado, 16h e 20h, domingo, 15h e 19h. Até 22/6/2025.
Teatro Sabesp Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569, piso 7)
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Ficha Técnica:

Idealização: Gustavo Nunes e Marcelo Pires
Diretor Artístico: Pedro Brício
Autora: Patrícia Andrade
Colaborador de texto e pesquisa: Marcelo Pires
Diretor Musical e Arranjos: Daniel Rocha
Coreógrafa: Marcia Rubin
Elenco: Rodrigo Salva, Gabriel Manita, Franco Kuster, Nando Motta (alternante Herbert Vianna), Barbara Ferr, Hamilton Dias, Herberth Vital, Maria Vitória Rodrigues e Pedro Balu
Músicos:
Teclado I e Regência – Eveline Garcia
Teclado II – Anne Amberget
Bateria – Rafael Maia
Baixo – Raul d’Oliveira
Guitarra – Raul Colombini
Cenógrafo: André Cortez
Iluminador: Paulo Cesar Medeiros
Figurinista: Karen Brusttolin
Designer de Som: João Paulo Pereira
Visagista: Beto Carramanhos
Assistente de Diretor e Diretor Residente: Pedro Rothe
Assistente de Diretor Musical e Pianista Regente: Evel

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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