Júlia Tizumba lança Minêra, álbum de estreia que evoca sua ancestralidade

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
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Júlia Tizumba estreia na discografia autoral com o álbum Minêra (2025). O trabalho, grafado com o sotaque característico de Minas Gerais, transcende a simples coleção de 10 faixas, configurando-se como um manifesto sonoro de pertencimento, um tributo à força feminina e uma celebração da rica cultura afro-mineira. O trabalho tem composições de nomes como Maurício Tizumba, pai da artista, Sérgio Pererê e Leri Faria.
O disco produzido por Acauã Ranne e que conta com a Banda Gloriosa (Acauã Ranne, Juventino Dias, Leonardo Brasilino, Débora Costa, Daniel Guedes e Brunno) emerge como a síntese da identidade da artista: mulher negra, candomblecista e reinadeira, profundamente conectada às suas raízes, que vão do congado e afrobeat à música pop e o efervescente carnaval de rua de Belo Horizonte.
“Frequento os terreiros de candomblé e congado desde a barriga da minha mãe. Não há como separar a minha existência e a minha criação artística destas manifestações. Elas sempre estão presentes, explícita ou implicitamente. São a minha força, a minha base, a minha raiz e a minha verdade.”
Julia Tizumba
cantora
Lançado com um show gratuito de Júlia Tizumba em setembro último no Teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte, Minêra abre caminhos na carreira musical da artista, sendo um manifesto da contemporaneidade afro-mineira. É o testemunho da maturidade de uma cantora que entrega ao público seu coração e suas raízes em forma de canção. É um álbum que merece ser ouvido com atenção e com o coração.
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JÚLIA TIZUMBA Nascida em Belo Horizonte, é jornalista, cantora, percussionista, professora e doutora em Artes Cênicas pela UFMG. Começou seus estudos artísticos aos 10 anos de idade. Atriz da Companhia Burlantins e co-fundadora do Coletivo Negras Autoras, no qual atua como compositora, instrumentista e curadora. Também é regente e ministra aulas de percussão na Associação Cultural Tambor Mineiro. Em seus 20 anos de carreira, integrou o elenco de 13 espetáculos de Teatro Musical Brasileiro, incluindo o premiado Elza. Ao longo de sua trajetória artística, se apresentou em diversas cidades do Brasil e em países como Argentina, Estados Unidos, Bangladesh, Portugal, França, Inglaterra e Senegal. Em 2021, publicou o livro Maurício Tizumba: caras e caretas de um Teatro Negro Performativo e lançou o single Mãe na Pandemia. Em 2025, celebra duas décadas de carreira com a gravação e o lançamento de seu primeiro disco em carreira solo, intitulado Minêra.
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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