Sophia Abrahão, Leandro Luna e Beto Schultz estreiam Uma Semana, Nada Mais no Teatro UOL

Uma Semana, Nada Mais chega ao Teatro UOL © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Sucesso de público na América Latina, o espetáculo Uma Semana, Nada Mais estreia temporada no Teatro UOL, em São Paulo, no dia 6 de setembro, onde permanece em cartaz até 26 de outubro. As sessões acontecem aos sábados e domingos, às 18h. 

A montagem é uma adaptação da comédia francesa de Clément Michel, que já foi vista por mais de 400 mil pessoas em países como Argentina, Uruguai e Chile. No Brasil, a versão tem direção de João Fonseca, tradução de Priscilla Squeff e reúne no elenco Sophia AbrahãoLeandro Luna e Beto Schultz. A produção é da Viva Cultural e Zero Grau Filmes. 

Na trama, Pablo (Leandro Luna) pede ao seu melhor amigo Martín (Beto Schultz) que vá morar com ele e sua namorada Sofía (Sophia Abrahão). O objetivo é claro: desestabilizar a relação para provocar o fim do namoro. O plano se estende por uma semana – tempo suficiente para expor fragilidades, egoísmos e contradições dos três personagens. 

A convivência forçada serve de pano de fundo para discutir os limites dos relacionamentos afetivos contemporâneos, por meio do humor. A encenação aposta no riso como meio de provocar reflexão sobre o modo como construímos – e desmontamos – nossas relações interpessoais. 

Trama surpreendente

Para João Fonseca, que assina a direção, o interesse pela peça veio do modo como a trama se desdobra. “A forma surpreendente e divertida de como vai se desenrolando a história foi o que mais me atraiu”, comenta. 

Ele destaca ainda a importância do equilíbrio entre comicidade e desconforto. “Trabalhamos o ritmo cômico aproveitando ao máximo as situações propostas, para que o humor surja naturalmente, sem exageros.” 

Versão brasileira

Responsável pela tradução e adaptação do texto, Priscilla Squeff destaca que a versão brasileira partiu da montagem argentina, o que aproximou o ritmo da comédia do nosso repertório cultural. “Tive que localizar algumas referências, atualizando situações para que ressoassem com o público brasileiro sem perder o espírito original da peça. O maior desafio é ajustar o tempo cômico: os contrapontos verbais precisavam funcionar no nosso ritmo.” 

Nesse processo, o ponto de partida foi confiar nos personagens. “Eles são humanos, falhos, exagerados — e justamente por isso, engraçados. A ideia é preservar o humor, mas sem se descuidar da camada crítica: a dificuldade de comunicação nos relacionamentos, o medo do confronto, os jogos de poder afetivo. Acredito que o público vai rir de si mesmo, do amigo, do ex, daquele momento constrangedor que todos já viveram ou ouviram falar.” 

Desconexão à vista

Sophia Abrahão aponta a ausência de comunicação como tema central do espetáculo. “O que me chama muito atenção é o retrato de como as pessoas podem se desconectar. Todas as confusões que acontecem na peça são por falta de diálogo. As situações vão ficando cada vez mais absurdas porque faltou comunicação. Gostaria muito que o público refletisse sobre isso.” 

Sobre sua personagem, a atriz vê identificação pessoal: “A Sofía é bem parecida comigo. Ela é do diálogo, quer conversar, expressar seus sentimentos e refletir sobre a relação. Tenho bastante isso nos meus relacionamentos, gosto de deixar as coisas bem claras.” 

Padrões afetivos

Para o ator Leandro Luna, o espetáculo levanta questões sobre padrões afetivos e relações sociais. “Todos nós nos encaixamos em um tipo de padrão de relacionamento. A peça apresenta de forma explicita, caraterísticas que se enquadram nesses padrões e nos fazem refletir sobre como estamos nos relacionando nos dias de hoje, em como reagimos ao lidar com os nossos medos e inseguranças, e o quanto conseguimos ser verdadeiros nas nossas relações.” 

Já Beto Schultz destaca a importância da confiança. “Acho que a reflexão que fica é que a verdade se prova, mais uma vez, peça essencial para qualquer relação, seja ela de amizade, profissional ou amorosa. Muitas vezes tomamos importantes decisões sem pensar e refletir o que pode causar problemas difíceis de resolver.” 

João Fonseca também reflete sobre a conexão entre o texto original e o público brasileiro: “A peça traz questões universais a respeito das relações amorosas, de fácil identificação em qualquer lugar do mundo, e por isso seu sucesso. Acredito que o talento e o timing de comédia dos atores brasileiros vai potencializar ainda mais essa comédia.” 

Uma Semana, Nada Mais

Temporada: De 6 de setembro a 26 de outubro de 2025.
Sessões: Sábados e domingos às 18h. 
Classificação etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: R$100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia).
Vendas: teatrouol.com.br
Teatro UOL – Shopping Pátio Higienópolis – Endereço: Av. Higienópolis, 618 – Consolação, São Paulo – SP

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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