Mônica Salmaso lança o álbum Minha Casa, com repertório afinado

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Mônica Salmaso acaba de lançar o álbum Minha Casa, com refinado repertório de música brasileira. O registro ao vivo foi gravado em Belo Horizonte e é um lançamento da gravadora Biscoito Fino. O disco chegou às plataformas digitais em 2 de setembro. A gravação foi realizada em 4 de outubro de 2024, no SESC Palladium.
Mônica Salmaso e Teco Cardoso assinaram a direção musical do projeto. O repertório, moldado durante a turnê do show pelo Brasil, inclui canções inéditas e outras já conhecidas. Entre as novas faixas na voz da cantora estão ‘Acalanto’ (Teresa Cristina) e ‘O tempo nunca mais firmou’ (Chico Chico/Sal Pessoa). O álbum também traz músicas como ‘Valsinha’ (Chico Buarque/Vinícius de Moraes).
O projeto conta com a participação de Tiago Costa (piano), Neymar Dias (viola caipira), Lulinha Alencar (acordeon), Ari Colares (percussão), Ricardo Mosca (bateria) e Teco Cardoso (flauta e saxofone).
A artista descreve Minha Casa como uma representação da identidade e da força da cultura brasileira. Segundo ela, o projeto nasceu para o palco, o que fez com que o registro ao vivo fosse a escolha natural. A concepção do trabalho, com o roteiro de músicas definindo os arranjos, foi uma forma de criação que a cantora adotou pela primeira vez neste projeto.
“Como em todos os meus trabalhos anteriores, a escolha dos músicos é crucial e definidora do resultado final. A personalidade musical de cada um deles está presente na criação dos arranjos. Em ‘Minha Casa’, depois de definido o repertório e a sua ordem no show, eu e o Teco elencamos o lindo time que criou a forma de vestir cada música conosco. Criamos os arranjos juntos (alguns assinados), a partir de indicações que eu e o Teco levamos em função da posição de cada música no roteiro. Um exemplo disto é a música ‘Mortal Loucura’ (poema de Gregório de Matos musicado por José Miguel Wisnik) que eu gravei no disco ‘Alma Lírica Brasileira’ de uma forma e que, neste show, por ela fazer parte do bloco final, procuramos outra densidade no arranjo que nos levou ao maracatu focado no destaque da bateria”, conta.
Fortemente influenciado pela experiência do projeto ‘Ô de casas’, o show nasceu durante a fase de isolamento da pandemia de Covid 19, quando Mônica produziu de sua casa, à distância, 175 encontros musicais em vídeos de duetos.
“Não consigo separar o que cada uma destas coisas (o que Brasil viveu e passou, a pandemia, a série ‘Ô de casas’ – de onde tirei 10 canções para o este repertório- e a turnê ‘Que tal um samba?’) operou em mim. Sei que saí muito mudada, pessoalmente e no meu trabalho. Sinto hoje a força real que a música tem na vida das pessoas, que a arte tem de fundamental na nossa sanidade mental e emocional. Desejei falar sobre isso, celebrar nossa identidade, sem deixar de falar das nossas mazelas. Este show fala do meu amor pela vida, pela arte e pelo Brasil. A minha casa. A nossa casa”, define.
“‘Minha Casa’ é um Brasil rico em cultura, único na música. A arte é uma necessidade básica e deve ser direito de todos, porque fortalece nossa identidade e a nos organiza emocionalmente. Temos que olhar de frente para nossas questões estruturais como a desigualdade, o cuidado com o meio ambiente e o futuro do planeta””, finaliza.
MINHA CASA – MÔNICA SALMASO
Repertório:
SAUDAÇÕES (Egberto Gismonti / Paulo César Pinheiro)
VOU NA VIDA (Swami Jr. / Virgínia Rosa)
NOITE SEVERINA (Lula Queiroga / Pedro Luis)
APARIÇÃO DE GONZAGA (Ian Faquini / Guinga)
A VIOLEIRA (Tom Jobim / Chico Buarque)
QUEBRA MAR (Dori Caymmi / Paulo César Pinheiro)
ACALANTO (Teresa Cristina)
TELECO-TECO (Marino Pinto / Murillo Caldas)
VALSINHA (Chico Buarque / Vinícius de Moraes)
VIOLADA (Guinga / Paulo César Pinheiro) – só no DVD
PAULISTANA SABIÁ (Guinga)
MORO NA ROÇA (D.P. Adap. Xangô da Mangueira e Zagaia)
ASSENTAMENTO (Chico Buarque)
MORRO VELHO (Milton Nascimento)
SANTA VOZ (Baden Powell / Paulo César Pinheiro)
O TEMPO NUNCA MAIS FIRMOU (Chico Chico / Sal Pessoa)
XOTE (Gilberto Gil / Rodolfo Stroeter)
MORTAL LOUCURA (Gregório de Matos musicado por José Miguel Wisnik)
TÁ? (Pedro Luis / Roberta Sá / Lula Queiroga)
GÍRIAS DO NORTE (Onildo Almeida / Jacinto Silva)
MENINA AMANHÃ DE MANHÃ (Tom Zé / Perna)
Ficha técnica ‘Minha Casa’
Mônica Salmaso – voz e percussão
Tiago Costa – piano
Neymar Dias – viola caipira e contrabaixo
Lulinha Alencar – acordeon
Teco Cardoso – sax e flautas
Ricardo Mosca – bateria
Ari Colares – percussão
Mônica Salmaso e Teco Cardoso – Direção Musical
Daniel Tápia – Engenheiro de gravação
Pedro Durães – Assistente de gravação
Teco Cardoso e Homero Lotito – mixagem e masterização (abril e maio de 2025, no Reference Mastering Studio)
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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