Giovanna Sassi celebra 10 anos de carreira com destaque em Beetlejuice – Entrevista do Arcanjo

Giovanna Sassi é destaque em Beetlejuice © Fernando Ocazione Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A atriz Giovanna Sassi celebra seus 10 anos de carreira nos palcos em um dos musicais de maior sucesso dos últimos tempos no Brasil. Ela é destaque no elenco do consagrado Beetlejuice, em cartaz no Teatro Multiplan até 21 de setembro, no Rio de Janeiro, e que chega a São Paulo no Teatro Liberdade, de 3 de outubro a 30 de novembro. Na superprodução da Touché Entretenimento, de Renata Borges, dirigida por Tadeu Aguiar e protagonizada pelo genial Eduardo Sterblicht, ela vive Skye. Beetlejuice foi eleito o musical do ano em 2024, consagrado com o Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Arcanjo e Prêmio DID de Melhor Musical. Em conversa exclusiva com o Blog do Arcanjo, a artista conta como é viver este momento especial na carreira nesta Entrevista do Arcanjo.

Miguel Arcanjo Prado – Como é entrar para Beetlejuice? Fale um pouco de sua personagem e a composição dela.
Giovanna Sassi –
É a realização de um sonho. Em 2022, assisti o musical na Broadway e lembro de apontar para Skye e dizer “quero fazer esse personagem”. Em 2023, com o anúncio do musical no Brasil, audicionei para Skye. Não passei! Segui trabalhando e estudando, até que em 2025, me reencontrei com esse sonho pelo convite da Touché Entretenimento e do Tadeu Aguiar.
Ela é uma bandeirante, que tem uma condição cardíaca rara e perigosa, e pela primeira vez, seus pais a deixam sair sozinha para vender biscoitos. Em uma péssima decisão, ela escolhe justamente a casa mal assombrada de Lydia e Beetlejuice. Por ser uma personagem cômica, componho muito no ensaio, experimentando novas perspectivas da personagem e da realidade dos escoteiros (ou lobinhos – como também são chamados).

Miguel Arcanjo Prado – Como é estar em uma peça com um ator do calibre do Eduardo Sterblitch?
Giovanna Sassi – É uma baita oportunidade. Já trabalhei com ele em Uma Babá Quase Perfeita e aprendi muito. Ele é um ator muito estudioso e, mesmo com os improvisos, é muito preciso. Contracenar com ele é relembrar que teatro é jogo. Digo que é impossível se sentir sozinha com o Sterblich em cena. Então além de criar, ele também convida os outros atores a entrarem nessa brincadeira seríssima que é o teatro.

A atriz Giovanna Sassi celebra dez anos de carreira© Fernando Ocazione Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Miguel Arcanjo Prado – Você tem quantos anos de carreira? Como começou?
Giovanna Sassi – Esse ano completo 10 anos de teatro profissional! Comecei a estudar em 2009, no curso do Marcello Caridade em Niterói. Tínhamos aulas de interpretação, canto, dança e acrobacia. Com Caridade na direção, estreei profissionalmente com Capitães da Areia, o Musical. Depois de alguns anos já trabalhando, ingressei em Direção Teatral na UNIRIO e me formei em 2023. Hoje, além da preparação contínua para musical, estudo história das artes cênicas no mestrado da USP. Vivo então essa vida de pesquisa e prática teatral, aproveitando ao máximo as oportunidades que tenho.

Miguel Arcanjo Prado – Quais trabalhos você destacaria em sua trajetória?
Giovanna Sassi – Destacaria primeiro um trabalho que fiz em Niterói, minha cidade natal. Atuei como Anne Frank em uma adaptação de seu diário sob direção de Lúcia Cerrone – grande crítica, historiadora e diretora teatral. No meio dos ensaios, entramos na pandemia! Foi um processo inédito para mim experimentar os sentimentos de isolamento na vida e na arte. Já no eixo Rio-São Paulo, estreei com Madagascar, no personagem do Capitão. Foi nessa temporada que conheci os reais caminhos do musical. Posteriormente, depois de entrar de surpresa na temporada paulista de Patrulha Canina, reafirmei minha relação com o teatro da pauliceia, em 2023, na longa temporada de Kafka e a Boneca, como a personagem histórica Dora Diamant, a última namorada de Kafka. Foi um presente! Em seguida, destaco a personagem Maria Antonieta do musical Itapuca. Em 2024, produzi, junto à Scuola do Cultura, esse que foi o maior musical já produzido em Niterói. Em uma mescla entre mitos e fatos históricos, contamos sobre a formação dos povos da cidade. Foi um desafio criar um espetáculo original, com uma personagem pensada para mim e construída em conjunto com o dramaturgo. E por fim destaco uma inevitável menção honrosa ao trabalho que fiz em Uma Babá Quase Perfeita, como Janet Lundy, em que aprendi muito com meus parceiros de cena – em especial, Diego Becker.

Miguel Arcanjo Prado – Por que você faz Teatro Musical?
Giovanna Sassi – Digo que tem duas frentes apaixonantes do musical: o desafio e o comprometimento. Tenho um prazer enorme em estudar e experimentar os desafios da atuação, da voz cantada e do corpo no musical. Mas para além disso, na realidade cultural hoje, esse é um meio que me permite ensaiar 8h diárias e fazer temporadas teatrais mais longas. E acredito que esse comprometimento e tempo de maturação é fundamental para minha caminhada como atriz.

A atriz Giovanna Sassi © Fernando Ocazione Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Raio-X – GIOVANNA SASSI

Nome artístico: Giovanna Sassi
Data e local de nascimento: 16/12/1998 Niterói, RJ
Signo: Sagitário
Formação: Mestranda em Artes Cênicas (USP), Bacharel em Direção Teatral (UNIRIO), Bacharel em Design de Produto (PUC-Rio)
Tempo de carreira: 10 anos
Hobby: Estudar idiomas
Disco: Born to Play Guitar (Buddy Guy)
Cantor: Freddie Mercury
Cantora: Nina Simone
Banda: Queen
Filme: Judy
Série: How to get away with murder
Novela: Avenida Brasil
Ator: Othon Bastos
Atriz: Nívea Maria
Cidade: Niterói
Praia: Itacoatiara
Parque: Parque Augusta
Espetáculo: Veraneio
Humorista: Diego Becker
Medo: Me afastar do teatro
Alegria: Ensaiar
Teatro Musical é… o olhar da Norma Desmond

GIOVANNA SASSI por ela mesma

Meu nome artístico é Giovanna Sassi. Nasci em 16 de dezembro de 1998, em Niterói, e sou sagitariana. Talvez seja por isso que tenho essa curiosidade constante, essa vontade de explorar, aprender e me reinventar. Uma das minhas paixões é estudar idiomas, um hobby que me acompanha há anos e que conversa diretamente com minha vontade de entender o mundo por diferentes perspectivas. Sou mestranda em Artes Cênicas pela USP, bacharel em Direção Teatral pela UNIRIO e também bacharel em Design de Produto pela PUC-Rio. Atuo profissionalmente há 10 anos, e minha trajetória no teatro é algo que me define profundamente. Ensaiar é, para mim, uma das maiores alegrias da vida. É nesse espaço de criação que me sinto mais viva. Por outro lado, meu maior medo é me afastar do teatro, porque ele é meu lugar de pertencimento, expressão e transformação. Carrego comigo muitas referências afetivas e artísticas. O disco que mais me representa é Born to Play Guitar, do Buddy Guy. Tenho uma admiração enorme por Freddie Mercury, Nina Simone e pela banda Queen, que sempre fizeram parte da minha trilha sonora. No cinema, o filme Judy me emociona profundamente. Entre as séries, minha favorita é How to Get Away with Murder. Já na televisão brasileira, Avenida Brasil marcou uma fase importante da minha vida. Othon Bastos e Nívea Maria são artistas que admiro muito e que me inspiram. Minha cidade do coração é Niterói, especialmente a praia de Itacoatiara, que é meu refúgio. Em São Paulo, encontro um respiro no Parque Augusta, um lugar onde gosto de estar. Tenho um carinho especial pelo espetáculo Veraneio, que representa muito da minha caminhada até aqui. No humor, admiro o trabalho de Diego Becker, que consegue unir inteligência e leveza de forma única. E se eu tivesse que definir o teatro musical, diria que ele é o olhar da Norma Desmond. Um olhar cheio de intensidade, profundidade e verdade. É onde a emoção encontra a cena, e a cena ganha alma.

Norma Desmond e seu olhar © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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