O Poder de Minhas Mãos traz arte antirracista ao Sesc Pompeia produzida por 25 mulheres

Obra da sul-africana Lebohang Kganye integra O Poder de Minhas Mãos no Sesc Pompeia © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

O Sesc Pompeia, em São Paulo, abre ao público no próximo dia 23 de agosto a exposição O Poder de Minhas Mãos, uma mostra inédita no Brasil que reúne obras de 25 mulheres artistas do Brasil, da França, de países do continente africano e da diáspora africana. Com curadoria de Odile Burluraux, Suzana Sousa e Aline Albuquerque, a exposição celebra a produção artística de mulheres negras ou racializadas no campo artístico. A visitação gratuita ocorre de 23 de agosto de 2025 a 18 de janeiro de 2026 e a atividade integra a Temporada França-Brasil 2025.

A exposição foi originalmente concebida para o Musée d’Art Moderne de Paris. A versão brasileira incorpora artistas residentes no Brasil para estabelecer um diálogo com as obras da Europa e da África. Segundo Luiz Galina, diretor do Sesc São Paulo, o objetivo é demonstrar proposições e experiências em comum, “por meio de percursos singulares”, com produções que evidenciam o valor histórico e político das vivências femininas.

O elenco de artistas participantes inclui Aléxia Ferreira, Aline Motta, Ana Pi, Ana Silva, Buhlebezwe Siwani, Castiel Vitorino Brasileiro, Dhiovana Barroso, Eliana Amorim, Fabiana Ex-Souza, Gabrielle Goliath, Gê Viana, Grace Ndiritu, Jasi Pereira, Kapwani Kiwanga, Lebohang Kganye, Lerato Shadi, Lidia Lisbôa, Lucimélia Romão, Pedra Silva, Reinata Sadimba, Senzeni Marasela, soupixo, Stacey Gillian Abe, Terroristas del Amor e Wura-Natasha Ogunji.

Eixos curatoriais

Dividida em quatro eixos curatoriais — Estórias Pessoais, Histórias e Ficções, O Pessoal é Político e Performances —, a mostra apresenta um panorama da arte contemporânea produzida a partir de diferentes contextos socioculturais. As obras abordam temas como ancestralidade, identidade, espiritualidade, relações de poder, afeto, trabalho e dinâmicas de exclusão.

Resistência

A exposição explora a arte como um território para imaginar futuros, evidenciando seu papel como mecanismo de transformação social. A escritora e filósofa Djamila Ribeiro, autora de um dos textos da mostra, defende que a produção artística negra “não ilustra a resistência, ela é, por si, resistência em forma sensível”. A exposição busca, através dessas práticas artísticas, convidar o público a repensar narrativas e o lugar da arte na luta antirracista.

SERVIÇO

O Poder de Minhas Mãos

Abertura: 23 de agosto de 2025. Sábado, 13h. Visitação até 18 de janeiro de 2026.
Sesc Pompeia Rua Clélia, 93. Água Branca – São Paulo (SP).
Terça a sexta, 10h às 21h. Sábados, domingos e feriados, 10h às 18h.
Galpão | AL | Exposição com recursos de acessibilidade

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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