Raul Gazolla celebra 70 anos com retorno ao musical que o lançou, A Chorus Line

Raul Gazolla está de volta ao espetáculo A Chorus Line, que completa 50 anos de sucesso © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

O musical A Chorus Line celebra seu cinquentenário de estreia na Broadway e uma nova montagem no Brasil, que estreia em 18 de setembro no Teatro Villa Lobos. A primeira versão por aqui foi em 1983 no Teatro Sérgio Cardoso em São Paulo, produzida por Walter Clark, após sua saída do executivo da Globo, marcando a história dos grandes musicais da Broadway no Brasil.

O elenco composto por 30 atores lançou nomes como Claudia Raia, Raul Gazolla, Totia Meirelles, Eduardo Martini, Regina Restelli, Teca Pereira, Guilherme Leme, Thales Pan Chacon, J.C Violla, Alonso Barros, Márcia Albuquerque, Kátia Bronstein e Maria Lúcia Priolli, entre outros.

Raul Gazolla volta para A Chorus Line

Raul Gazolla, que completa 70 anos neste 7 de agosto, viverá Zach, o exigente diretor e coreógrafo que seleciona bailarinos para linha de frente de um musical. A escolha do ator surpreende e emociona pelo fato de ter sido ele um dos escolhidos para viver dois personagens no elenco brasileiro de 1983, seu primeiro trabalho profissional.

Gazolla tinha 27 anos e havia feito apenas teatro amador, era praticante de capoeira e estudava dança, quando por sugestão de uma namorada bailarina, decidiu se aventurar despretensiosamente entre mais de 1000 candidatos para participar dos testes e compor o elenco daquela produção que seria um marco na vida de dezenas de artistas desconhecidos até então.

“A Chorus Line foi como um portal para a minha carreira e de muita gente. Foram dois meses ensaiando 12 horas por dia e até hoje me arrepia só de lembrar a reação da platéia de mil lugares todas as noites vibrando ao começarmos e aplaudindo de pé ao final de cada apresentação”.
Raul Gazolla
ator

Ao receber o convite da diretora e coreógrafa da nova montagem, Bárbara Guerra, Raul diz ter vivido uma emoção incomum, uma sensação de como se estivesse em uma máquina do tempo que o transportou aos dias em que passou de um ator amador desconhecido ao ser alçado a sua carreira profissional.

Claudia Raia em A Chorus Line em 1983

Claudia Raia estreou em A Chorus Line

Ainda conhecida como Maria Cláudia Raia, o espetáculo teve como postulante à “linha do coro” uma jovem de 17 anos, muito alta e determinada, que chegou à fila das audições às 4 da manhã e pegou a ficha de número 001. Ela passou, conquistou o papel que desejava – e o resto é história no teatro musical brasileiro, que ela mesma ajudou a escrever.

Teca Pereira em A Chorus Line em 1983 © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Musical marcou época e revolucionou teatro brasileiro

Produzido por Walter Clark, importante homem da televisão brasileira, o espetáculo foi dirigido pelo americano Roy Smith e contou com nomes como Millôr Fernandes e Jorge Takla em sua ficha técnica. Sucesso absoluto de público e crítica, pode-se afirmar que transformou a maneira de se fazer e assistir musicais da Broadway no Brasil.

“O que mais me fascina em Chorus Line é que, mesmo sendo uma obra criada há meio século, ela não soa datada. Pelo contrário, é profundamente contemporânea. O texto continua pulsando, porque fala de gente, de histórias reais, de conflitos que se repetem. É um material que permite releituras potentes, justamente porque fala diretamente à alma de quem participa, seja no palco ou na plateia” resume Bárbara Guerra, diretora da nova versão.

Musical premiado

Aclamado pela crítica e pelo público, A Chorus Line venceu nove prêmios Tony, além do prestigioso Pulitzer de Drama, e foi adaptado para o cinema em 1985 por Richard Attenborough. Sua estrutura inovadora, centrada na vulnerabilidade dos intérpretes, influenciou toda uma geração de criadores e permanece como uma obra atemporal e universal.

Nova versão

A nova montagem – que estreará em 18 de Setembro no Teatro Villa-Lobos em São Paulo – terá versão assinada por Miguel Falabella, direção musical de Jorge de Godoy, e cinematografia Mess Santos. A direção geral e coreografia ficará a cargo de Bárbara Guerra.

Bárbara dedicou sua vida à dança. Bailarina desde cedo, cresceu participando de audições e hoje produz grandes musicais. À frente da Bárbaro! e Atual produções, já realizou espetáculos como Elvis – A Musical Revolution, Donna Summer Musical, Tom Jobim Musical e DREAMGIRLS – Em busca de um sonho, entre muitos outros.

“Montar A Chorus Line significa resgatar parte da história do teatro musical e uma época em que a Broadway viveu seu auge. Em julho, celebramos os 50 anos dessa obra que revolucionou o gênero e marcou não só a indústria, como a vida de quem esteve em cena e na plateia. No Brasil, com a icônica montagem de 83 não foi diferente, revelou talentos e encantou o público. Ter a oportunidade de hoje dirigir, coreografar, fazer parte da história de A Chorus Line, eu que sou bailarina, que vim do coro e tive a dança como escolha profissional, será especial” revela Bárbara.

Originalmente dirigido e coreografado por Michael Bennett o espetáculo contou com texto de James Kirkwood Jr. e Nicholas Dante, músicas de Marvin Hamlisch e letras de Edward Kleban. O musical que estreou em 25 de julho de 1975 no Shubert Theatre, em Nova York, onde permaneceu por 15 anos ininterruptos, quebrando recordes de público, desafia o tempo.

Aos 50 anos, A CHORUS LINE retorna aos palcos brasileiros com uma roupagem moderna, refrescando o clássico para encantar o público contemporâneo.

“Lidar com uma obra tão icônica é desafiador, a essência do musical e o coração da obra precisam ficar. Vamos recriar algumas coreografias e propor uma nova encenação. Quero manter o impacto dos grandes números e da excelência artística, e somar recursos audiovisuais que servem como uma lupa para ampliar a emoção. Chamei o Mess Santos, diretor de cinema e de videoclipes, para trazer um olhar videográfico e contemporâneo. Temos ainda o olhar e o texto afiado de Miguel Falabella, que sabe como ninguém envolver o público com humor e poesia” completa, Bárbara.

Apresentada pelo Ministério da Cultura e pela seguradora MAPFRE, com patrocínio da WIZ em uma produção de DanCaldini e Atual Produções, CHORUS LINE é apresentado no Brasil por meio de acordo com a Concord Theatricals, em nome da Tams-Witmark LLC.

Enredo

O enredo acompanha uma audição em um teatro vazio, liderada por Zach, diretor de um novo musical da Broadway. Dezessete bailarinos disputam oito vagas no elenco, mas são surpreendidos com um pedido incomum: em vez de apenas demonstrarem técnica, precisam expor quem realmente são. A partir daí, cada candidato revela memórias, conflitos e descobertas — formando um mosaico de experiências que retratam a luta, a paixão e a fragilidade por trás da vida de artista.

Cassie, uma veterana que já foi protagonista, tenta voltar ao coro e lidar com seu passado profissional e afetivo com o próprio Zach. Paul, reservado e introspectivo, comove ao contar sobre sua trajetória de autodescoberta, marcada pelo preconceito e pela rejeição familiar. Sheila, espirituosa e sarcástica, mostra fragilidade por trás da fachada confiante.

Val desafia os padrões estéticos impostos às mulheres no teatro musical, enquanto Diana, Connie, Mike, Richie e outros personagens expressam, por meio de coreografias e canções marcantes, os dilemas e esperanças de quem vive para dançar.

O espetáculo tem seu ápice em um número coletivo arrebatador, com a icônica canção “One”.

Com narrativa comovente e coreografias eletrizantes, A CHORUS LINE é conduzido por músicas icônicas como “I Hope I Get It”, a música de abertura, onde os candidatos expressam sua ansiedade e desejo de serem escolhidos na audição; “Nothing”, um dos solos mais marcantes da obra, interpretado por Diana, em que ela narra uma experiência frustrante com uma professora de interpretação; “What I Did for Love”, uma das canções mais conhecidas do espetáculo, interpretada por Diana e pelo elenco, sobre a dedicação e os sacrifícios feitos pela arte; “One”, número final da montagem, com todo o elenco em formação de linha, celebrando o coletivo, além de muitas outras faixas marcantes como “I Can Do That”, “At the Ballet”, “Sing!”, “Hello Twelve, Hello Thirteen, Hello Love”, “Dance: Ten; Looks: Three” e “The Music and the Mirror”.

SERVIÇO – A CHORUS LINE
Estreia: 18 de setembro
Temporada: Até 14 de dezembro de 2025
Local: Teatro Villa Lobos
Endereço: Av. Dra. Ruth Cardoso, 4777 – Jardim Universidade Pinheiros, São Paulo – SP
Horários:
Quintas e sextas às 20h
Sábados às 16h e 20h
Domingos às 15h30 e 19h
Duração: 2h com 15 minutos de intervalo
Classificação etária: 12 anos

Ingressos:
Plateia Premium: R$ 320,00 (inteira) / R$ 160,00 (meia)
Plateia VIP: R$ 300,00 (inteira) / R$ 150,00 (meia)
Plateia Baixa: R$ 280,00 (inteira) / R$ 140,00 (meia)
Plateia Alta: R$ 250,00 (inteira) / R$ 125,00 (meia)
Plateia Alta Popular: R$ 45,00 (inteira) / R$ 22,50 (meia)
Balcão: R$ 45,00 (inteira) / R$ 22,50 (meia)
Clientes MAPFRE têm 30% de desconto nos ingressos inteiros (limitado a 4 ingressos por CPF)

Vendas: Sympla
Venda para grupos: [email protected]
Redes sociais: @choruslinebr

Blog do Arcanjo mostra fotos raras do arquivo do elenco da montagem de A Chorus Line de 1983 no Teatro Sérgio Cardoso em São Paulo

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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