Bienal Sesc de Dança acontece em Campinas de 25 de setembro a 5 de outubro, com França em destaque

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
A Bienal Sesc de Dança 2025 acontecerá em Campinas, no interior de São Paulo, de 25 de setembro a 5 de outubro de 2025, fruto da parceria entre Sesc São Paulo, a Prefeitura de Campinas, a Unicamp e a Temporada França Brasil 2025. O evento contará com um grande número de espetáculos, instalações, performances e atividades formativas. O Sesc Campinas sedia a programação desde 2015 e recebe artistas de diferentes partes do Brasil e do mundo com foco na dança, mas também em diálogo com outras linguagens artísticas. A 14ª edição da Bienal Sesc de Dança celebra seus 10 anos na cidade de Campinas — antes, era realizada em Santos, no litoral paulista — e também a Temporada França Brasil 2025, com um grande número de artistas franceses viajando ao evento. O Blog do Arcanjo adianta que serão cinco espetáculos franceses na programação e conta em primeira mão quais são:
Ao meu único desejo
Com association Os
Inspirado nas tapeçarias medievais A dama e o unicórnio, o espetáculo de Gaëlle Bourges reflete sobre a representação da virgindade e da sexualidade feminina na história da arte. Com quatro performers nuas em cena, a obra articula símbolos, corpo e crítica feminista em uma experiência visual e sensorial.
Autophagies (Histórias de bananas, arroz, tomates, amendoins, e depois frutas, açúcar, chocolate)
Com Eva Doumbia
Entre rituais, culinária e teatro, a performance propõe uma cerimônia coletiva em torno de alimentos colonizados. Com música ao vivo, dança, textos e partilha de comidas, a obra aborda ancestralidade, migração e resistência cultural.
Cellule
Com Nach Van Van Dance Company
No solo autobiográfico, a artista francesa Nach parte do Krump para expressar força e vulnerabilidade. Dança, luz, som e silêncio se entrelaçam em uma coreografia intensa que desafia limites e afirma o corpo como manifesto político e poético.
Mascarades
Com Betty Tchomanga
Betty Tchomanga investiga a figura mítica de Mami Wata em um solo marcado pelo gesto do salto como metáfora do desejo, da transgressão e da existência. A performance propõe uma dança potente que atravessa ancestralidade, espiritualidade e resistência corporal.
O Rito do Açúcar
Com Company Trilogie Lēnablou
Lēnablou, artista guadalupense, transforma a herança colonial em arte, substituindo a dor por celebração. Através da dança gwoka e do fap-fap — uma “harmonia na desordem” —, ela exalta a cultura neocaribenha, unindo corpo, música e improviso. Seu espetáculo é um manifesto de liberdade, onde o desequilíbrio vira poesia e o corpo, sem adornos, escreve sua própria história.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
Siga @miguel.arcanjo
Ouça Arcanjo Pod
Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
© Blog do Arcanjo por Miguel Arcanjo Prado | Todos os direitos reservados.