★★★★ Crítica: Chatô e Os Diários Associados – 100 Anos de Paixão é vibrante viagem no tempo pelo Brasil do século 20

Stepan Nercessian protagoniza Chatô e Os Diários Associados – 100 Anos de Paixão, que está em cartaz no Teatro Liberdade em SP © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

★★★★
CHATÔ E OS DIÁRIOS ASSOCIADOS – 100 ANOS DE PAIXÃO
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Sex 20h, sáb 16h e 20h30, dom 18h. Até 17/8/2025

Teatro Liberdade (R. São Joaquim, 129, SP)
Compre seu ingresso!

O musical Chatô e os Diários Associados – 100 Anos de Paixão é uma vibrante viagem no tempo pelo Brasil do século 20. O que é ainda mais importante nestes tempos em que as novas gerações desconhecem o que está fora de seu próprio umbigo. Dirigido por Tadeu Aguiar, o espetáculo tem dramaturgia baseada no livro bestseller Chatô – O Rei do Brasil, de Fernando Morais, adaptado aos palcos por ele e Eduardo Bakr, e contou com a colaboração de Josemar Gimenez, dos Diários Associados, em uma produção de Naura Schneider, com a Voglia Produções Artísticas, e direção de produção de Valéria Macedo. O patrocínio via Lei Rouanet é da Petrobras, com apoio da Cemig. O espetáculo tem como trunfo seu talentoso elenco, capitaneado por Stepan Nercessian, soberano na pele do grande magnata da comunicação, o pernambucano Assis Chateaubriand (1892-1968). A obra envolve o público com os bastidores do primeiro grande conglomerado midiático do país, fruto de um homem visionário e que foi habilidoso em congregar talentos. Foi isso que transformou Chatô em um dos homens mais poderosos de seu tempo. Afinal, criou a Rádio Tupi e a TV Tupi — foi ele quem trouxe a televisão para o Brasil —, e teve em seus Diários Associados grandes jornais, como Estado de Minas e Correio Braziliense, e revistas que marcaram época, como O Cruzeiro, além de ter criado o Masp. O poder é o elemento central do musical. Mas também tem o amor, com a história de um jornalista, vivido por Claudio Lins, que viaja no tempo com Chatô para encontrar sua amada, personagem de Aline Serra. E há o luxo da presença hipnotizante de Sylvia Massari, que rouba todas as cenas em que está como a divertida secretária de Chatô, Dona Janete. Bem antes do poder de Roberto Marinho e sua TV Globo, havia o de Chatô e seus Diários Associados. É o que vemos nesta encenação com produção luxuosa. A cenografia de Natália Lana demonstra versatilidade, os figurinos de Dani Vidal e Ney Madeira são exuberantes e nos fazem viajar no tempo, juntamente com o visagismo de Fernando Ocazione, enquanto que a iluminação de Paulo Cesar Medeiros sensibiliza as cenas. A obra ainda tem desenho de som de Gabriel D’Angelo. O elenco é formidável e demonstra versatilidade e entrega desmedida a personagens que marcaram época. Passam diante de nossos olhos uma constelação que reúne Carmen Miranda, Jamelão, Danuza Leão, Dalva de Oliveira, Cassiano Gabus Mendes, Paulo Gracindo, Elizeth Cardoso, Hebe Camargo e Lolita Rodrigues, entre tantos nomes fundamentais de nossa cultura. Estão em cena Stepan Nercessian, Claudio Lins, Sylvia Massari, Aline Serra — que substituiu Patrícia França —, Anna Priscilla, Caio Giovani, Carol Futuro, Cristiana Pompeo, Dino Fernandes, Fernanda Misailidis, Flávio Moraes, Giselle Prattes, José Mauro Brand, Marcelo Alvim, Tati Christine, Thiago Marinho, Thuca Soares e Valentina Schmidt. O diretor Tadeu Aguiar permite que cada artista tenha seu momento. É preciso também aplaudir as coreografias de Carlinhos de Jesus, lenda que merece estar mais presente em nosso teatro musical, repletas de sua brasilidade inconfundível e malemolência de sobra. Este crítico faz apenas uma observação: sentiu falta de coreografia com coro numeroso na cena de O Que É Que a Baiana Tem?. O musical brilha mais no primeiro ato, com mais ação, momento de subida de Chatô ao monte do poder e da glória, enquanto que no segundo ato, mais narrativo, o soturno se estabelece, quando, já no cume, o que resta é a queda, com a ditadura militar tenebrosa e sufocante. Ao fim, vemos que todo império tem seu começo, seu auge e sua derrocada, mas que Chatô, tanto na subida quanto na descida, jamais perdeu a dignidade e a confiança no talento deste país chamado Brasil e que agora o homenageia à altura de seus feitos neste importante musical Chatô & os Diários Associados – 100 Anos de Paixão. E nada retratou melhor tal paixão do que o choro genuíno da jovem atriz Valentina Schmidt durante os aplausos da sessão vista por este crítico. Foi de arrepiar.

★★★★
CHATÔ E OS DIÁRIOS ASSOCIADOS – 100 ANOS DE PAIXÃO
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Sex 20h, sáb 16h e 20h30, dom 18h. Até 17/8/2025

Teatro Liberdade (R. São Joaquim, 129, SP)
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Chatô e Os Diários Associados – 100 Anos de Paixão: Blog do Arcanjo mostra imagens do musical no Teatro Liberdade em São Paulo

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CHATÔ E OS DIÁRIOS ASSOCIADOS – 100 ANOS DE PAIXÃO
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Sex 20h, sáb 16h e 20h30, dom 18h. Até 17/8/2025

Teatro Liberdade (R. São Joaquim, 129, SP)
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Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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