★★★★ Crítica: PAI tem ritual visceral de Guilherme Logullo para transcender a dor do abuso paterno sofrido

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
★★★★
PAI
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Sexta, sábado e domingo, 19h. Até 29/6/2025
Teatro Sérgio Cardoso (R. Rui Barbosa, 153, SP)
Compre seu ingresso!
A verdade, por mais cruel que seja, sempre busca caminho para vir à tona. No caso do espetáculo solo PAI”, em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso em São Paulo, após temporada de sucesso carioca, isso se dá. Afinal, a peça é um grito de libertação de seu ator e autor, Guilherme Logullo, em relação aos abusos sofridos nas mãos do próprio pai durante a sua infância. A obra de autoficção, gênero em voga no teatro contemporâneo, traz tintas fortes e uma corajosa entrega de seu performer. O diretor Arthur Makaryan busca transcender com a encenação a mera exposição de traumas íntimos para torná-la um ritual visceral de ressignificação do mal sofrido, com auxílio de elementos do teatro do absurdo de Beckett e criação de belas imagens. A cenografia de Marieta Spada, a luz de Paulo Denizot e a música original de João Paulo Mendonça auxiliam na ambientação poética que traze apuro estético à encenação. Em PAI ficamos desconcertados com o impacto da violência paterna na vida de uma criança e no adulto que esta se torna. Falar sobre, sem ressalvas ou vergonha, parece ser um dos caminhos rumo à cura. No caso de um artista, essa terapia é feita de modo conjunto com o público, que sente as dores atravessadas e busca transcendê-las na construção de um futuro no qual crianças não precisem mais passar por tanto horror no seio de seus lares.
★★★★
PAI
Avaliação: Muito Bom
Crítica por Miguel Arcanjo Prado
Sexta, sábado e domingo, 19h. Até 29/6/2025
Teatro Sérgio Cardoso (R. Rui Barbosa, 153, SP)
Compre seu ingresso!
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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