CineOP tem 147 filmes gratuitos e homenagem a Marisa Orth e ao humor feminino no cinema brasileiro

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
A 20ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto celebra duas décadas de existência com uma edição histórica, prometendo uma experiência cinematográfica inesquecível. De 25 a 30 de junho, a histórica cidade mineira de Ouro Preto se transforma no epicentro de uma programação gratuita e diversificada, apresentando 147 filmes, homenageando grandes nomes e, acima de tudo, destacando o humor feminino no cinema nacional.
A CineOP consolidou-se como o único evento no país dedicado à preservação, história e educação no campo audiovisual. Em 2025, a Mostra reafirma seu compromisso com a salvaguarda do patrimônio cinematográfico brasileiro, reconhecendo-o como pilar fundamental da memória e da transformação social. Com uma programação rica e totalmente gratuita, que transita entre o presencial em Ouro Preto e o online, a CineOP conecta passado, presente e futuro, utilizando o cinema brasileiro como um poderoso eixo de reflexão crítica.
Os espaços que receberão o público em Ouro Preto incluem a histórica Praça Tiradentes, o Centro de Artes e Convenções da UFOP e o Cine-Museu da Inconfidência. Para quem não puder estar presente, parte das sessões e atividades estará disponível na plataforma oficial do evento, www.cineop.com.br, garantindo que a celebração alcance um público ainda maior.
Marisa Orth
Um dos grandes destaques desta edição é a temática histórica: O Humor das Mulheres no Cinema Brasileiro. Curada por Cleber Eduardo e Juliana Gusman, esta seção propõe uma análise profunda e cativante sobre como as mulheres têm utilizado o humor como ferramenta de resistência e subversão de estereótipos. A CineOP evidencia a evolução que permitiu às artistas não apenas interpretar, mas também criar suas próprias narrativas cômicas com autonomia e inovação.
E para personificar essa celebração do riso e da versatilidade, a Mostra presta uma merecida homenagem à atriz Marisa Orth. Ícone do humor brasileiro, Marisa é reconhecida por sua carreira multifacetada que transita com maestria entre o cômico e o dramático, na televisão, no teatro e no cinema.
Memórias do cinema
A preservação audiovisual é a alma da CineOP. Com a curadoria de José Quental e Vivian Malusá, a Mostra destaca a urgência de enfrentar os desafios contemporâneos da área, como a adoção de novas tecnologias, o fortalecimento de políticas públicas e a ampliação do acesso aos acervos. A CineOP valoriza o trabalho de instituições e profissionais que atuam para garantir a salvaguarda da memória audiovisual do país.
Em um gesto de reconhecimento, a CineOP institui o Prêmio Preservação, uma novidade desta edição especial. O primeiro agraciado é o professor João Luiz Vieira, uma referência nacional na área, por sua atuação incansável na formação de profissionais e na defesa de políticas públicas para a preservação audiovisual.
Cinema é educação
Na temática da educação, a 20ª CineOP, com curadoria de Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga, propõe um debate fundamental sobre o uso dos acervos audiovisuais como ferramentas pedagógicas e lugares de memória. A Mostra enfatiza a importância de acervos pessoais, familiares, escolares e de cineastas como fontes vivas para práticas educativas que promovem diversidade e inclusão.
A relevância do tema é reforçada com a criação do Prêmio Cinema e Educação, também uma novidade desta edição. A socióloga e educadora Maria Angélica Santos será a primeira a receber o prêmio, em reconhecimento à sua trajetória dedicada à formação de uma geração crítica e criativa por meio do cinema nas escolas.
Seis dias de audiovisual
Ao longo de seis dias, o público terá a oportunidade de assistir a 144 filmes (30 longas, 1 média e 116 curtas-metragens) de 10 estados brasileiros e 5 países, distribuídos em 12 mostras diversas. A Mostra Competitiva Contemporânea – Arquivos em Questão é uma das grandes inovações, apresentando cinco longas-metragens que exploram o uso criativo de imagens de arquivo.
A programação da CineOP vai muito além das exibições. Mais de 137 profissionais e convidados estarão no centro de 34 debates e rodas de conversa, discutindo os eixos temáticos da Mostra. Haverá desde a mesa “Preservação: a Alma do Audiovisual Brasileiro” até o debate “O Riso das Medusas”, com a diretora Anna Muylaert e a homenageada Marisa Orth. Para os interessados em aprofundar seus conhecimentos, o festival oferece 7 oficinas gratuitas, abordando temas como atuação, produção executiva e restauração de áudio.
Outras atrações
A CineOP não é apenas cinema; é uma celebração da cultura. O evento contará com uma performance audiovisual na abertura, o Cortejo da Arte pelas ruas históricas de Ouro Preto, a tradicional Festa Junina – Arraiá da CineOP e o Sesc Cine Lounge Show com shows de músicos mineiros.
Os amantes da leitura poderão conferir 20 lançamentos de livros, que aprofundam as relações entre cinema, educação, preservação e memória cultural. Uma exposição temática no Centro de Convenções de Ouro Preto completará a experiência, destacando os 20 anos do evento.
Mesmo à distância, você pode fazer parte dessa celebração. Diversos títulos da 20ª CineOP integrarão a programação online na plataforma oficial do evento, cineop.com.br, simultaneamente à programação presencial. Além disso, um recorte especial da Mostra estará disponível na plataforma IC Play. Os debates e as cerimônias de abertura e encerramento também serão transmitidos ao vivo no canal da Universo Produção no YouTube.
Não perca a chance de vivenciar a 20ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, um evento que é muito mais que um festival de cinema: é um espaço de memória, formação, articulação de políticas públicas e transformação para o audiovisual brasileiro.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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