Mara Carvalho volta aos palcos no solo Gala Dalí sob direção de Ulysses Cruz no Mi Teatro

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Mara Carvalho está de volta aos palcos, em seu Mi Teatro, a partir de 22 de maio de 2025, quando estreia “Gala Dalí”, um mergulho teatral na vida multifacetada da musa inspiradora de Salvador Dalí sob direção de Ulysses Cruz.
A peça promete iluminar a figura enigmática dessa mulher russa que não apenas incandesceu a vida e a obra do gênio surrealista, mas também catalisou talentos e desafiou as convenções de um mundo dominado pela sombra masculina.
Antes de alçar voo oficial, a montagem abre suas asas em ensaios abertos nos dias 13, 14, 15 e 20 de maio, um convite raro para espiar o processo criativo que dá corpo a essa personagem fascinante.
Gala Dalí, longe de ser apenas a sombra de seu célebre companheiro, emerge na escrita de Mara Carvalho como uma força motriz, uma intelectual que desbravou a efervescente cena artística francesa, unindo e provocando mentes brilhantes.

Espanha por perto
A própria Mara Carvalho confessa a epifania que a levou a Gala, um encontro fortuito em meio aos sabores de seu restaurante espanhol, o El Mercado Ibérico, que abriga também o Mi Teatro.
A busca por uma ponte cultural entre Brasil e Espanha a conduziu a Dalí, e, inevitavelmente, à constatação da importância fulcral de Gala em sua trajetória e na de tantos outros.
A identificação, como artista mulher em um cenário ainda desafiador, ecoa na determinação de Gala em romper barreiras e buscar sua própria realização.
No palco do Mi Teatro, a plateia será cúmplice de uma conversa íntima, onde Gala, encarnada por Mara, revisita sua trajetória em fragmentos bem-humorados e atemporais.
Da Rússia da juventude aos derradeiros dias em seu castelo catalão, a peça costura memórias de paixão, arte, gastronomia, poder e os inevitáveis embates com o julgamento social.
Criativo refinado
A cenografia de Ulysses Cruz, um espaço branco ora assepsiado, ora evocativo de uma cozinha da memória, serve de tela para projeções surrealistas de Emerson Brandt. A sofisticação se estende ao figurino, com peças originais de grifes como Yves Saint Laurent e Chanel, a materialização do gosto requintado de Gala. A luz de Cesar Pivetti e a trilha sonora de Dan Maia completam a atmosfera onírica e provocadora.
“Esta peça irá mostrar um pouco de seu ágil pensamento, sua vida surreal, sua excêntrica relação com o grande mestre surrealista”, antecipa Ulysses Cruz, revelando a aura de excentricidade e excessos que marcou a vida do casal. “Viveram uma vida de luxo, de esquisitices e excessos.”
“Gala Dalí” no Mi Teatro surge como um convite irrecusável a desvendar a mulher por trás do mito, a artista que pulsava com intensidade própria, em uma viagem tragicômica e surreal, onde a musa revela sua voz potente e inesquecível.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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