Secretaria de Cultura faz 90 anos na cidade de São Paulo e acrescenta Economia Criativa ao nome

Mário de Andrade foi o primeiro secretário de Cutlura de São Paulo em 1935 © Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, celebra os 90 anos de existência da pasta. No ano em que comemora o marco, o órgão ganhou novo nome para ampliar o desenvolvimento da Economia Criativa no município. Agora, o departamento passa a se chamar Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (Decreto 64.000 de 31 de dezembro de 2024).

“Pretendemos manter e ampliar as políticas públicas culturais que já transformam a vida das pessoas em diversas regiões da cidade, como as Casas de Cultura, Centros Culturais, entre tantas outras ações e agora, com o compromisso de aprimorar as atividades de economia criativa, vamos além, contribuindo com o setor e implementando novas ações que irão contribuir com esse desenvolvimento”, afirma Totó Parente, secretário municipal de Cultura e Economia Criativa que assumiu no começo do mês a pasta na nova gestão do prefeito Ricardo Nunes.

Atualmente, a SMC reúne mais de 180 equipamentos culturais municipais administrados, entre Centros Culturais, Casas de Cultura, Museus Municipais, Teatros, Bibliotecas e Pontos de Leitura – focados na acessibilidade a produtos culturais para a população entre as mais variadas linguagens artísticas existentes.

Economia Criativa

Também estão ativos pela secretaria, integrando a frente de economia circular, projetos voltados ao público infanto-juvenil, como o PIA (Programa de Iniciação Artística) e o PIAPI (Programa de Iniciação Artística à Primeira Infância), e redes de formação e capacitação profissional, como a Rede Daora, o Programa Jovem Monitor Cultural e as EMIAs (Escolas Municipais de Iniciação Artística). 

Os eventos organizados pelo setor de Programação da pasta, tais como a Virada Cultural, a Jornada do Patrimônio, Festival Arquivo Aberto, Aniversário de São Paulo, Abril pra Dança, Carnaval de Rua, e outros 37 eventos – em média – realizados e celebrados pela secretaria, são parte importante do setor, desenvolvendo oportunidades de renda e qualificação profissional.

História

A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo teve início em 9 de janeiro de 1935, pelo Ato nº 768 do prefeito Fábio Prado, com a criação do Departamento de Cultura e Recreação (DC). Sob a direção de Mário de Andrade, o DC visava consolidar a cultura como bem público e promover a inclusão e o desenvolvimento social por meio de políticas culturais.

Em 30 de maio do mesmo ano, pelo Ato nº 861, o Departamento assumiu a responsabilidade de promover políticas públicas voltadas ao acesso à cultura, além de administrar os equipamentos culturais existentes, como o Theatro Municipal e a Biblioteca Municipal. A Divisão de Bibliotecas também foi criada, destacando-se pelo projeto da Biblioteca Circulante. 

A ideia, pensada por Mário de Andrade, consistia em caminhonetes-biblioteca com cerca de 500 livros, com objetivo de percorrer zonas da cidade mais afastadas – como o Largo da Concórdia, Jardim da Luz e a Praça da República. A Biblioteca Circulante é vista como um marco das políticas públicas da cidade voltadas à cultura, com a Ford construindo e doando estes modelos. A política pública funcionou até 1942, em decorrência da necessidade de racionamento de combustível na 2º Guerra Mundial. 

Em 1936, o Departamento passou por uma reorganização que ampliou suas atribuições, incorporando áreas como Teatro, Cinema Educativo, Rádio Escola e Parques Infantis. A Divisão de Bibliotecas também se destacou pela profissionalização da área, com a organização de um curso de biblioteconomia. 

Trinta anos após sua criação, o Departamento de Cultura e Recreação foi transformado na Secretaria Municipal de Cultura, pela Lei nº 8264 de 1975. Com a mudança, a Divisão de Bibliotecas se tornou o Departamento de Bibliotecas Públicas, passando a integrar o organograma da Prefeitura de São Paulo. 

Desde então, a Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa segue os mesmos princípios vistos e cumpridos ao longo da história, permitindo que seja valorizada a cultura popular brasileira e sua rica diversidade étnica, social e cultural, bem como atuando no reconhecimento e no respeito das regionalidades, patrimônios históricos e culturais, e inovando como um polo profissional e circular da Indústria Criativa, formando agentes, produtores, profissionais e consumidores da cultura.

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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