Suzana Santana celebra protagonista Celie no musical A Cor Púrpura: ‘Amor e respeito às que vieram antes’

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
No dia em que a atriz Suzana Santana subiu ao palco pela primeira vez como Jarene, uma das integrantes do trio de beatas do musical A Cor Púrpura, mal sabia que iniciava uma jornada que a levaria ao topo desta aclamada superprodução, responsável por revolucionar sua carreira e a colocar em novo patamar no mercado teatral nacional. O teatro não foi apenas um lugar de trabalho; para ela, tornou-se um lar, uma extensão de si mesma onde amizades profundas e uma comunidade vibrante floresceram.
Agora, após anos se desafiando e crescendo artisticamente, a atriz se encontra diante de sua maior conquista: interpretar a protagonista Celie, uma personagem poderosa que ecoa a história de muitas mulheres. A atriz passa a viver a icônica personagem a partir desta quarta, 28 de agosto, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. E depois repete o feito na temporada paulistana a partir de 26 de setembro no Teatro Liberdade.
“Fazer parte do elenco de A Cor Púrpura sempre foi um sonho”, confessa Suzana Santana em conversa com o Blog do Arcanjo horas antes de subir ao palco, com o brilho nos olhos de uma emoção que transborda de suas palavras. “Desejei desde o início estar aqui para contar essa história tocante, de que forma fosse. E Deus me agraciou, realizando esse sonho”, celebra.

A jornada de Suzana no espetáculo começou nas alegres e religiosas notas de Jarene, uma das vizinhas fofoqueiras da trama, onde trouxe ao palco não só uma performance, mas uma essência que encantou e conquistou o público — na época, a premiada atriz Letícia Soares vivia a protagonista Celie, que depois foi vivida também por Amanda Vicente.
Ao longo dos anos, Suzana não apenas colecionou experiências, como a divertida Sandy do musical Bob Esponja, mas também pôde se considerar uma aluna de uma “escola de gente talentosíssima”.

Com cada papel, a atriz desvendou novos aspectos de seu potencial, transformando-se na artista multifacetada que agora assume uma das grandes protagonistas de musicais dos nossos palcos. “Fiquei por muito tempo em cartaz com A Cor Púrpura, depois, novos trabalhos surgiram. Cada projeto foi um desafio que me ajudou a crescer”, recorda. E agora, ela retorna “à casa” com um novo e audacioso desafio: Celie, a protagonista que une novamente sua paixão e determinação.

A ancestralidade e a força feminina estão entrelaçadas na vida de Celie, e isso ressoa profundamente em Suzana. “Eu enxergo a Celie como um presente inesperado”, declara, ainda emocionada com o convite do diretor e produtor Tadeu Aguiar, ao lado do produtor Eduardo Bakr, que acreditaram em seu potencial. “Demonstraram afeto e acolhimento, e não há maior incentivo do que pessoas torcendo por você”, diz.

Com um leve sorriso que tenta disfarçar tamanha apreensão para a estreia, Suzana Santana admite que a responsabilidade de dar vida a Celie evoca um misto de alegria e ansiedade.
“Nunca imaginei estar nesse lugar, mas entendi que A Cor Púrpura é uma missão”, explica. Isso se reflete na importância da narrativa e na força de sua representação. A jornada de Celie é um espelho para muitas mulheres negras, que muitas vezes se sentem invisíveis na sociedade. “Ali no palco, somos a voz dessas mulheres que se calaram durante uma vida inteira. É como se fosse uma sessão de terapia em grupo”, define.
O papel de Celie chegou a Suzana em um momento de ascensão em sua carreira. Provando que o tempo muitas vezes é um aliado nas escolhas que a vida faz para nós, a atriz reflete sobre viver a personagem que nos cinemas foi interpretada por Whoopi Goldberg. “Essa história é sobre amor, dor, reencontros e perdão. É uma celebração da vida e da ancestralidade.”

E ela também faz questão de agradecer a Deus, a quem coloca no comando de sua vida e carreira. “Eu sempre digo e acredito firmemente que Deus é o responsável pela minha trajetória. Ele me faz ser forte e confiante pra enfrentar cada desafio. Coloca pessoas no meu caminho pra me mostrar do que sou capaz, abre portas e me faz enxergar meu potencial. Todos os espaços que pisei, foram Ele que me colocou, para além do esforço do meu trabalho. Eu fui surpreendida na maioria deles e a Celie não foi diferente. Ela chegou pra mim num momento em que estava numa crescente na carreira, e como disse um grande amigo e incentivador, nosso maestro Thalyson Rodrigues, ‘ela veio pra mostrar a Suzana que muitos não conhecem’, inclusive eu!”, afirma.
“E por isso, vou abraçar essa oportunidade de coração, pelos que acreditam e torcem por mim. Defendendo a Celie, por amor a esse espetáculo, a essa história, a minha ancestralidade, reverenciando com muito amor e respeito às outras Celies que vieram antes de mim”, fala.
A Cor Púrpura não é apenas um musical; é um testemunho da força e resiliência das vozes marginalizadas, e Suzana Santana, agora como a protagonista, é a nuvem de esperança e luz que lança novos olhos sobre esse clássico atemporal. Ela não está apenas contando uma história; está fazendo história. É um sopro de força feminina vibrando em cada canto do palco. A bela jornada de Suzana Santana é um convite a todos nós para ouvirmos as vozes que precisam ser ouvidas e reconhecer a beleza que existe na luta coletiva, algo que A Cor Púrpura condensa tão bem.

A Cor Púrpura
Ficha técnica:
Texto: Marsha Norman
Músicas: Brenda Russell, Allee Willis e Stephen Bray
Versão Brasileira: Artur Xexéo
Direção Geral: Tadeu Aguiar
Direção Musical da primeira temporada: Tony Lucchesi
Direção Musical temporada 2022, 2023 e 2024: Thalyson Rodrigues
Elenco: Suzana Santana, Wladimir Pinheiro, Aline Serra, Erika Affonso, Leandro Vieira, Samuel Conzé, Maju Tatagiba, Lola Borges, Claudia Noemi, Hannah Lima, Vall Coutinho, André Sigom, Cesar Rocafi, Renato Caetano , Leonardo de Araújo, Rodrigo Fernando e Chelle
Assistência de direção: Flávia Rinaldi
Produção de elenco: Marcela Altberg
Cenário: Natália Lana
Figurino: Ney Madeira e Dani Vidal
Desenho de luz: Rogério Wiltgen
Desenho de som: Gabriel D’Angelo
Coreografia: Sueli Guerra
Assistência de cenografia: Gisele Batalha
Assistência de Coreografia: Olívia Vivone
Mídias sociais: Rafael Nogueira
Designer gráfico: Alexandre Furtado
Produção executiva: Edgard Jordão
Coordenação de produção: Norma Thiré
Produção Geral: Eduardo Bakr
Assessoria de Imprensa: GPress Comunicação por Grazy Pisacane
SERVIÇO:
RIO DE JANEIRO
Local: Teatro Carlos Gomes
Praça Tiradentes, S/N
Temporada: De 28 de agosto a 22 de setembro de 2024
Sessões: Quartas, quintas e sextas-feiras às 19h | Sábados às 17h | Domingos às 17h
Valor: R$ 80,00 (inteira)| R$ 40,00 (meia-entrada) | R$ R$ 40,00 (popular)
Classificação etária 12 anos
Duração: 165 minutos
SÃO PAULO
Local: Teatro Liberdade
São Joaquim, 129 – Liberdade
Temporada: De 27 de setembro a 20 de outubro de 2024
Sessões: Quintas e Sextas às 20h | Sábados 16h e 20h30 | Domingos às 16h
Quintas e Sextas: Plateia premium: R$ 190,00 | Plateia: R$ 150,00 | Balcão A: R$ 80,00 | Balcão B: R$ 39,60
Sábados e Domingos: Plateia premium: R$ 240,00 | Plateia: R$ 190,00 | Balcão A: R$ 100,00 | Balcão B: R$ 39,60
Classificação etária 12 anos
Duração do espetáculo: 165 minutos
Veja A Cor Púrpura no Rio de Janeiro!
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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