Bloco afro Ilu Inã celebra amor e religiosidade negra nas ruas de SP
Cerca de 3.000 pessoas acompanharam o segundo desfile do bloco afro afirmativo Ilu Inã nas ruas do bairro Campos Elíseos, região central de São Paulo, na última segunda (5).
Sob liderança dos mestres Fernando Alabê e Fernanda Camilo, o bloco celebrou o amor e a religiosidade de matriz africana, além de lutar contra o racismo.

Dança dos orixás inspirou coreografias do bloco afro Ilu Inã em seu segundo ano no Carnaval de SP – Foto: Sergio Fernandes/Divulgação
No último fim de semana, o Ilu Inã foi batizado pelo Ilê Aiyê, mais antigo bloco afro do Brasil com sede em Salvador da Bahia. O bloco baiano cantado por Caetano e Gil aproveitou a turnê pela capital paulista para dar sua bênção ao bloco afilhado.
A saída foi em frente ao centro cultural Aparelha Luzia, point da comunidade negra na capital paulista conduzido por Erica Malunguinho.
Histórico
“O Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã surge dentro de minha família, esta que contou em sua história com inspiração de duas figuras muito importantes vindas de Minas Gerais e que representaram muito na cultura negra paulistana”, diz Alabê ao Blog do Arcanjo do UOL.
Primeiro cita seu “tio-avô, irmão de minha avó Teresa, o Sebastião Amaral, conhecido por Pé Rachado, que foi presidente por 25 anos do então Cordão Carnavalesco Vai-Vai e que depois fundou Barroca Zona Sul e era também diretor de Harmonia na Mangueira, que nos deixou em 1990”.
Depois, rememora seu “avô, Antonio Camilo, que foi um empreiteiro hidráulico de muito sucesso nos anos 1960 a 1980 e neste período fundou junto a outros cidadãos negros paulistanos de diversas funções o Aristocrata Club, entidade voltada a atender em entretenimento, lazer e cultura à comunidade negra, pela qual passaram desde Milton Nascimento, Gizzie Gilespie, que tocou no baile de debutantes de minha mãe, e Jorge Bem”, conta.
O músico conta que, inspirado neste “traço indentitário familiar e ancestral” em 2016 ele e sua irmã Fernanda Camilo abriram a produtora Inã Projetos em Cultura e Educação e o Instituto Kelé, que teve no Ilu Inã seu projeto pioneiro.
“Nossa saída em 2017, no dia 20 de fevereiro, foi a primeira. E nesta contamos com 70 integrantes e um público que se repetiu este ano de 3000 pessoas”, celebra.
Veja quem mais participou do desfile do Ilu Inã:

O percussionista Julio Cesar foi de Exu, o orixá celebrado pelo Ilu Inã – Foto: Sergio Fernandes/Divulgação

A artista e ativista Erica Malunguinho desfilou à frente do bloco Ilu Inã – Foto: Sergio Fernandes/Divulgação

Thais Chocolate estava com uma vestimenta exuberante no desfile do Ilu Inã e representou Legbara – Foto: Sergio Fernandes/Divulgação

Celebrando o amor, Felipe Miranda e Kenya Ayo Kianga deram um beijo durante o cortejo do Ilu Inã – Foto: Sergio Fernandes/Divulgação
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