Saiba quem ganhou o Prêmio Shell de Teatro em São Paulo

Vencedores do 29º Prêmio Shell de São Paulo – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

O Prêmio Shell de Teatro de São Paulo anunciou, no Espaço Vila Vérico, os vencedores da sua 29ª edição, na noite desta terça (21), data em que se comemorou o Dia Universal do Teatro. O homenageado da noite foi Antonio Fagundes, por sua trajetória nos palcos e seu trabalho de formação de público teatral.

O ator lembrou que só foi indicado ao Shell uma vez, mas perdeu. “Hoje estou feliz porque não estou concorrendo”, brincou. O ator ofereceu o prêmio aos artistas presentes e à sua família.

Antonio Fagundes, que ganhou o Prêmio Shell pela primeira vez – Foto: Divulgação

Dois atores com mais de 60 anos de carreira, Fúlvio Stefanini e Miriam Mehler levaram, respectivamente, como melhor ator e atriz. Ela pediu aos presentes atenção com os atores mais velhos. “Tem uma geração antiga que precisa e quer trabalhar”, discursou, sendo muito aplaudida.

O protesto ficou por conta dos ganhadores de melhor cenário, o Coletivo Bijari, que levou um cartaz com a frase: Fora, Temer. “A cultura vale muito”, disseram os artistas.

Fúlvio Stefanini, o melhor ator – Foto: Divulgação

Já Ivam Cabral, em seu discurso de agradecimento pelo prêmio de inovação dado para a SP Escola de Teatro, lembrou do amigo Alberto Guzik, que morreu logo depois de ajudar na fundação da escola, vítima de um câncer, em 2010. Ele também compartilhou o prêmio com todos os formadores e aprendizes que passaram pela instituição fundada em 2009. Hugo Possolo protestou contra a tentativa da Prefeitura de São Paulo de cercar a praça Roosevelt, onde fica a sede da escola e de seu grupo, o Parlapatões. “Não vão conseguir”, afirmou.

“O Grande Sucesso”, com Alexandre Nero, foi a única peça a levar dois prêmios: Figurino, para Karen Brustonni, e Autor, para Diego Fortes. O melhor diretor foi Felipe Hirsch, por “A Tragédia Latino-Americana”, que protestou no palco contra a política cultural do Governo Temer. E contou que durante a criação da peça ficou chocado com o fato de a Polícia Militar do Rio comprar bombas de R$ 800 para jogar nos professores que protestavam por aumento salarial no mesmo valor gasto com os explosivos. “A gente tem sido linchado por esse governo. Mas tem uma luz no fim desse túnel e a gente vai chegar lá”, discursou.

Miriam Mehler, a melhor atriz – Foto: Divulgação

Lavinia Pannunzio, vencedora do prêmio em 2012, e o ator Rubens Caribé, eleito o melhor ator em 2014, foram os apresentadores da noite. Os ganhadores, além do troféu assinado pelo artista plástico Domenico Colabroni, ganharam ainda R$ 8.000 cada um. O júri de São Paulo foi composto por Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo.

Veja, abaixo todos os indicados e, em negrito, quem venceu o 29º Prêmio Shell de Teatro:

Autor:
Leonardo Cortez por “Sala dos professores”
Rudinei Borges por “Dezuó, breviário das águas”
Diego Fortes por “O grande sucesso”
Vinicius Calderoni por “Os arqueólogos”

Direção:
Felipe Hirsch por “A tragédia latino-americana”
Marco Antônio Pâmio por “Playground”
Kiko Marques por “Sínthia”
Roberto Alvim por “Leite derramado”

Ator:
Mateus Monteiro por “Playground”
Pedro Vieira por “Eu tenho tudo”
Fúlvio Stefanini por “O pai”
Paulo Szot por “My fair lady”

Atriz:
Miriam Mehler por “Fora do mundo”
Regiane Alves por “Para tão longo amor”
Denise Weinberg por “Sínthia”
Juliana Galdino por “Leite derramado”

Cenário:
Daniela Thomas e Felipe Tassara por “A tragédia latino-americana”
Telumi Hellen por “Dezuó, breviário das águas”
Beto Mainieri por “A melancolia de Pandora”
Coletivo Bijari por “Adeus palhaços mortos”

Figurino:
Gabriel Villela por “Rainhas do Orinoco”
Márcio Medina por “Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam”
Bia Pieratti e Carol Reissman por “Cabaré Fucô”
Karen Brusttolin por “O grande sucesso”

Iluminação:
Aline Santini por “Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam”
Caetano Vilela por “As benevolentes”
Domingos Quintiliano por “Leite derramado”
Miló Martins por “Um berço de pedra”

Música:
Arthur de Faria por “A tragédia latino-americana”
Dr. Morris por “Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam”
Gilson Fukushima por “O grande sucesso”
Miguel Briamonte por “Forever young”

Inovação:
Centro Cultural São Paulo, pelo estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção por meio do projeto “Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos”.
SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, pela formação de profissionais nas áreas técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea.
Grupo Parlapatões, pela contínua atividade e manutenção de espetáculos em repertório em seu espaço, privilegiando a variedade de linguagens artísticas.

Homenagem
Antonio Fagundes

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